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Permita-se tentar mais uma vez...

por Rosemeire Zago em Corpo e Mente
Atualizado em 13/11/2008 14:34:05


Ao nascer e durante toda a infância, tudo acontece segundo nossos desejos. Como todos à nossa volta parecem viver para nos satisfazer, quando chegamos à adolescência e começamos a ouvir “não”, temos a impressão de que há um grande complô contra nós. Como defesa, rebelamo-nos, brigamos e discutimos para tentar impor nosso ponto de vista. Quando finalmente nos tornamos adultos, contabilizamos a vida como alegrias menos tristezas, vitórias menos fracassos, soluções x problemas, prazer x dor, ganhos x perdas. Alguns acham a conta positiva e vivem bem, satisfeitos com a posição que alcançaram e seu estilo de vida. Muitos, infelizmente, vivem insatisfeitos; trabalhando no que não gostam, convivendo com pessoas que não as valorizam, não as amam ou respeitam. Há aqueles que vivem sós, como defesa ou opção, em função de consecutivas perdas de pessoas significativas como mãe, pai, marido, esposa, filhos, avós, amigos. Neste caso, adquirem a tendência ao isolamento, evitando envolvimentos, como se temessem novas perdas. Ou ainda, vivem sós com o intuito de evitar novas decepções e desilusões.

Quando as contrariedades, frustrações, sentimentos negativos, problemas financeiros e brigas familiares tornam-se constantes, fica difícil manter o equilíbrio emocional. Sentimentos freqüentes deste tipo levam a apatia, tristeza, tédio, confusão e depressão. Tais sentimentos, na realidade, são sinais de medos desconhecidos e inconscientes, como o de viver, de morrer, da solidão, da dor. Cada um deve saber o seu e identificá-lo é o melhor caminho. No entanto, nem todos conseguem identificar os próprios sentimentos, ou ainda, não conseguem modificar situações que tanto machucam. Com o passar do tempo, as insatisfações se acumulam e os objetivos de vida tendem a diminuir, até que deixam de existir e muitas vezes a pessoa acaba desistindo de lutar e até de si mesma. É como se nada mais tivesse significado, principalmente, quando a pessoa não se sente mais importante para ninguém.

Quando se perdem os antigos objetivos, entretanto, é preciso encontrar novos, não importa quais sejam. Ao mesmo tempo, é necessário lembrar que ninguém está livre das contrariedades e frustrações da vida, como as ilusões da infância nos faziam crer. A vida é imprevisível por si só e faz parte do amadurecimento aprender a reagir de forma menos punitiva e dramática aos obstáculos colocados à nossa frente. Se você se sente constantemente frustrado, insatisfeito, lesado, sem espaço para colocar-se, faça com que o respeitem, impondo mais seus próprios limites. Para isso, é preciso antes de tudo aprender a se respeitar, aceitando seus sentimentos, sejam eles quais forem.

É fundamental expressar o que se sente e aprender a dizer “não”, “não gostei”. Sentimentos negativos são como fermento, crescem cada vez mais dentro de nós. Por isso, eles são mais prejudiciais quando guardados do que quando assumidos. Tome cuidado para não deixar que a raiva, o ódio, o ressentimento, as mágoas, se transformem em doenças. O desânimo e a indiferença daqueles que amamos podem matar mais que qualquer doença. Não se deve buscar o suicídio psicológico, nem criar doenças para chamar a atenção e, muito menos, se colocar no papel de vítima. O sofrimento será muito maior do que enfrentar a realidade que ela pode trazer.
Um motivo freqüente de angústia e sofrimento é a ausência daqueles que amamos, trazendo a sensação de inutilidade e vazio. Com maior freqüência, os idosos são os mais propensos a se sentirem assim e desistirem de viver, apesar de que há muitas pessoas com 18, 20, 40 anos com a mesma sensação. Em qualquer idade, não é só a solidão, a rejeição, a insatisfação e os sentimentos negativos que fazem a pessoa desistir de viver, mas sim, quando não se sentem mais objetos de amor. Para essas pessoas, não há mais perspectiva de futuro, de sonhar, de acreditar, de viver, enfim, não há mais esperança.
Mas essa pequena palavrinha “esperança” pode ser sentida por qualquer um de nós e readquirida a qualquer momento.

Não se esqueça de que: “você merece viver, não só porque alguém precisa de você, mas porque com certeza alguém é feliz por você viver. Se alguém não se importa com você, provavelmente, não está valorizando o que você tem de melhor: suas carências, suas experiências, seu carinho, seu amor. Saiba entender e perdoar. Esteja vivo por você mesmo e pelas pessoas que estão ao seu lado. E por estas pessoas que o (a) amam, REAJA! Não se deixe levar. Busque objetivos, algo que dê sentido à sua vida. Volte a ter prazer em viver, independente das contrariedades. Goste da vida, não só pela forma que você a leva, mas principalmente por aqueles que tanto desejam vê-lo (a) bem e feliz!” E acredite, você é importante!




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zago
Rosemeire Zago é psicóloga clínica CRP 06/36.933-0, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática. Estudiosa de Alice Miller e Jung, aprofundou-se no ensaio: `A Psicologia do Arquétipo da Criança Interior´ - 1940.
A base de seu trabalho no atendimento individual de adultos é o resgate da autoestima e amor-próprio, com experiência no processo de reencontrar e cuidar da criança que foi vítima de abuso físico, psicológico e/ou sexual, e ainda hoje contamina a vida do adulto com suas dores.
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