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A arte de flertar

por Adília Belotti em Espiritualidade
Atualizado em 04/10/2007 14:36:09


"Flertar é um aspecto universal e essencial das interações humanas", aprendo no Guia do Flerte que a Carocha me enviou pelo outlook e que foi preparado por um ‘Social Issues Research Center’ de Oxford, na Inglaterra. Descubro que à luz das ciências sociais essa que é uma das ocupações favoritas dos humanos fica ainda mais interessante, ao menos do ponto de vista teórico...

Por exemplo, você sabe por que a gente paquera? Não? Então, se nós não conseguíssemos capturar a atenção e expressar interesse pelo sexo oposto, há muito nossa espécie estaria extinta.

Alguns especialistas em psicologia evolutiva chegam a afirmar que o tamanho do cérebro humano - e tudo que vem junto com isso e nos distingue dos outros animais, como nossa inteligência e capacidade de expressão - funcionam como a cauda do pavão: são adereços mais ou menos coloridos com um único objetivo, conquistar o interesse de nossos potenciais parceiros sexuais. Pode imaginar? Tudo que conquistamos, da arte à matemática, tudo de que nos orgulhamos tanto, seria apenas um subproduto da nossa capacidade de seduzir...
É para se pensar...

E em função da importância deste tipo de contato entre humanos, também inventamos uma séria infindável de rituais e comportamentos que funcionam exatamente como uma vitrine da Tiffany: mostrar para o outro o quanto somos interessantes e o quanto estamos ou não interessados nele...

Algumas festas e celebrações, por exemplo, são praticamente feitas para favorecer a paquera. Carnaval e Ano-novo são algumas delas. Nestes momentos, dizem os especialistas, reina o que se chama “remissão cultural”, quer dizer, as regras da “boa conduta” ficam temporariamente suspensas, e assim, mesmo os muito tímidos podem abandonar por algum tempo suas inibições e entrar na festa. Mesmo na mais selvagem das festas, no entanto, existe certa etiqueta: se no dia-a-dia o flerte explícito pode não ser sempre adequado, nestes momentos, se você insistir em ficar de fora, com aquela cara de “eu não sou daqui” pode pegar muito mal...

Paquerar em outros locais, no entanto, é uma dança, cujos passos todo mundo tem que aprender e que variam de cultura para cultura. A área em volta do balcão de um bar, por exemplo, é considerada na Inglaterra como “zona pública”. Ali em volta você flerta com quem quiser. Mas não faça a mesma coisa com quem está sentado às mesas, quanto mais distante do balcão, mais “privadas” vão ficando as mesas.

Regra geral: zonas onde se bebe e se dança favorecem o flerte, ao contrário, zonas de comer não incentivam os contatos entre estranhos.

À medida que você se afasta das baladas, o comportamento da paquera vai ficando mais e mais “ritualizado”, menos explícito. Escolas e cursos, se, por um lado, favorecem o flerte entre pessoas com a mesma idade e que compartilham os mesmos interesses, por outro exigem um pouco mais de “delicadeza” na aproximação; afinal, supõe-se que num local destes, o aprendizado deveria ser mais importante do que a sedução. Mesmo assim, os cursos noturnos são considerados verdadeiros oásis de oportunidades de paquera...

Hobby e esportes também aparecem como excelentes facilitadores dos contatos entre estranhos que querem se conhecer. Mas cuidado, os estudiosos advertem que se seu objetivo é esse, melhor experimentar as classes de iniciantes. O clima competitivo que reina entre os experts e esportistas sérios dificilmente encoraja os flertes...

De todos os locais favoráveis aos encontros, o mais cheio de armadilhas, com certeza, é o trabalho. Não existem regras universais, o que deixa tudo mais complicado, depende da empresa, depende da área... melhor sempre observar com cuidado o comportamento dos colegas antes de tentar qualquer aproximação na hora do cafezinho. Mas escolha como benchmarking aquele colega mais respeitado para não acabar imitando por engano o estilo de abordagem de algum dos alpinistas sociais de todos os tipos, gêneros e posições que vivem nas organizações...

E como escolher o “alvo” certo para dançar conosco? Existem duas (só?) regras, de acordo com o nosso guia:
1. Procure flertar com alguém tão atraente quanto você. Isso é a medida mais segura de compatibilidade e garante relacionamentos com mais chance de darem certo. Sim, é estatístico. Mas como fazer para avaliar sua própria beleza? Mulheres são as rainhas da baixa auto-estima, ao passo que os homens tendem a se superestimar um pouco, até porque são menos massacrados por padrões de beleza inatingíveis... Os sociólogos sugerem então uma sub-regra, igualmente simples: uma mulher deve pensar sempre para cima e escolher alguém que ache mais atraente (não muuuuito mais) do que ela mesmo. Um homem, ao contrário, deveria tentar ser mais “pé no chão” em relação a si próprio e parar de correr atrás da mulher mais linda, desejável e atraente da festa. Até porque a maioria dos homens precisa de muito exercício na hora da dança do flerte... e bastante treino nas sutilezas das aproximações!

2. Não paquere alguém que não esteja minimamente interessado. Os estudos mais recentes sobre nossa espécie mostraram que as mulheres buscam homens poderosos, seguros e financeiramente bem resolvidos. Os homens, ao contrário, buscam companheiras mais jovens e atraentes. Na prática isso significa que elas querem segurança, eles querem beleza.

Mas se você se sentir fora deste padrão, nem pense em desistir da dança do flerte. Tudo é uma questão de atitude, ensinam os estudiosos dos comportamentos humanos. 55% da impressão inicial que nós criamos uns dos outros depende da aparência e da linguagem corporal, 38% do nosso jeito de falar e apenas 7% naquilo que efetivamente dizemos.
Traduzindo, sinta-se seguro, transmita tranqüilidade, olhe diretamente nos olhos do outro, fale com entusiasmo e suas chances aumentam vertiginosamente no mundo da paquera.

Ufa, nada simples para um comportamento tão primitivo, não é? Quer saber mais?

O guia tem muito mais idéias interessantes e surpreendentes sobre a arte do flerte - são 22 páginas, amigos -, vale a pena clicar aqui, imprimir e guardar para ler com calma.



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adilia
Adília Belotti é jornalista e mãe de quatro filhos e também é colunista do Somos Todos UM.
Sou apaixonada por livros, pelas idéias, pelas pessoas, não necessariamente nesta ordem...
Em 2006 lançou seu primeiro livro Toques da Alma.
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