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A viagem espiritual de um poeta

por Wagner Borges em Espiritualidade
Atualizado em 06/01/2003 11:43:02


Ainda agora, enquanto eu estudava na quietude do meu quarto, lembrei-me de um poeta extrafísico amigo. Imediatamente senti vontade de escrever algo sobre o arco-íris.
Por isso vim aqui para o computador ver o que rola nessa rara noite quieta de São Paulo, metrópole ainda sonolenta depois das festas de passagem de ano.
Lá no céu nublado não dá para ver nem estrelas nesse momento, mas a lembrança de um poeta extrafísico pode varar as dimensões e chegar por aqui em forma de idéia colorida.

Não tenho o talento do meu amigo com as palavras, mas posso pegar a idéia e transcrevê-la aqui do meu jeito mesmo. Com certeza que não terá a beleza de sua arte, mas portará algo legal: as cores de uma idéia na tela mental dos leitores.

* * *

Certa vez, um poeta admirava um arco-íris enquanto esperava a inspiração chegar. Inicialmente ele pensou em escrever um poema para sua amada. Depois, ele pensou em escrever algo para uma amiga idosa, senhora a qual ele idolatrava e que morava distante. Finalmente, resolveu escrever algo dedicado a um rishi (sábio) que ele admirava muito.

Lá no céu, os raios solares faziam a festa na atmosfera e tocavam as gotinhas de água em suspensão nas nuvens. O efeito disso era um portentoso arco-íris que encantava o poeta.

Em certo instante, ele fechou os olhos em busca da inspiração. Para sua surpresa, um majestoso deva* emergiu do ar à sua frente e saudou-o em silêncio.
Então, o poeta foi tomado por uma poderosa sensação de enlevo espiritual. De maneira arrebatadora, o seu corpo espiritual projetou-se para fora do corpo físico e elevou-se a grande altura.

Ao seu lado no ar estava o deva silencioso. Em torno dele havia uma aura multicolorida. Porém, o que mais encantou o poeta projetado foi a postura majestosa natural que emanava daquele ser. Parecia que o próprio ar em torno respeitava aquele enviado celeste.

O poeta olhou para baixo e viu o seu corpo físico sentado de olhos fechados e totalmente imóvel, vazio de seu dono, deixado ali temporariamente animado por sua vitalidade instintiva.
Voltando a olhar para o deva à sua frente no ar, este lhe fez um gesto apontando para o arco-íris, que agora lhe parecia muito mais brilhante em suas cores.
A seguir, o deva lhe passou um ensinamento espiritual secreto e voou para a imensidão estelar de onde tinha vindo.

O poeta voltou abruptamente para o corpo, como se despencasse das alturas atraído por laços vitais invisíveis para dentro da carne instintiva. Ele não lembrou claramente de tudo, e começou a escrever naquele mesmo instante uma poesia dedicada ao Grande Arquiteto do Universo, que seria publicada posteriormente em um de seus livros mais conhecidos.
Com o tempo, assim como ocorre com todos os homens submetidos à roda reencarnatória, o poeta voltou para a pátria espiritual, lá no céu dos poetas generosos.

* * *

Até hoje, ninguém sabe qual foi o ensinamento que o deva lhe passou. Porém, aquela experiência o marcou muito. Tanto que ele pensou nela lá no céu, e sua lembrança acabou varando as barreiras interdimensionais e chegando aqui como uma idéia na noite quieta.
Sei lá por que, mas imagino o meu amigo extrafísico escutando espiritualmente do deva algo assim:

"Olhe o arco-íris e receba o ensinamento das cores:
O vermelho chama para a vida. Ele é o guardião da carne. Ele é o elo com a terra.
O laranja emana saúde física e disposição saudável para os empreendimentos. Ele é o guardião da vitalidade.
O amarelo é o vivificador natural da inteligência. Ele é o guardião da alegria e da criatividade. Ele é o estimulador da vitalidade e da vontade de criar e expressar no mundo os talentos da inteligência.
O verde é o amigo de todas as cores. É o guardião da cura e do carisma. É o estabilizador dos sentimentos manifestados no corpo e no espírito.
O azul celeste é a cor da tranqüilidade. É o guardião das aspirações elevadas. É paz.
O azul índigo é o guardião das visões espirituais. É o mestre que levanta o véu da mente e arrebata o espírito às alturas de seus potenciais latentes.
O violeta é o mestre das transformações. É o guardião da ascensão secreta que eleva o espírito do homem gradualmente ao longo dos ciclos evolutivos. É o alquimista espiritual transformando o vil metal dos desejos egoístas em aspirações douradas de progresso e ascensão na jornada do aprendizado.
Algures, na eternidade de suas vivências além da carne, em alguma noite calma, você se lembrará integralmente desse nosso encontro. E sua lembrança fecundará espiritualmente o coração de um amigo, que mesmo na noite nublada da cidade cinzenta e dolorida de violência, escreverá sobre as sete cores do arco-íris."

PS: Há quatro formas de se olhar um arco-íris:
1. Pela óptica de um técnico, que só vê um fenômeno natural de refração da luz.
2. Pela óptica do poeta, que se inspira e escreve algo legal.
3. Pela óptica do sábio, que vê Brahman ** em tudo, e apenas ri e diz: "As cores, o poeta, o técnico, o deva e tudo mais são aspectos do TODO que está em tudo”!
4. Pela óptica do Pai-Mãe de todos, que também ri e diz:
"É legal pra caramba ver um arco-íris aqui de cima. Será que eles gostaram daquele tom de violeta na freqüência mais alta"?
(Esses escritos são dedicados a Rabindranath Tagore, maravilhoso poeta hindu que iluminou sua passagem pela Terra com escritos inspirados)
Paz e Luz.

- Wagner Borges – São Paulo, 03 de janeiro de 2003, às 01h18min.
* Deva (do sânscrito): Divindade; Anjo; Ser celestial.
** Brahman (do sânscrito): O Todo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, Papai do Céu, Mãe Divina, ou qualquer outro nome que alguém inventar para tentar designar o Supremo que habita em todos os corações.


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Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.
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