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Aos cinquenta

por Adília Belotti em Espiritualidade
Atualizado em 02/07/2009 15:08:18


Aos cinquenta, um pouco mais, um pouco menos, temos com certeza rugas nos olhos. Mas em alguns afortunados, há mais. Muito mais que isto. Há um brilho intenso que não se apaga. São portadores de olhos que riem. E já que dizem que os olhos são o espelho da alma, podemos imaginar que alegres almas habitam estes seres.
O que sabem eles, o que garante a eles esta porção diária de alegria?

Acredito que a magia venha do fato de não darem guarida a ressentimentos. Isto mesmo.
Não requentam sentimentos já vividos, impressos em papel amarelo e já sem bordas.
Não choram por dores de anos atrás.
Não pranteiam amores há muito esgotados.
Não enterram os mesmos mortos todos os dias.

Ao acordarem lavam o rosto e o coração. Ao invés de ressentir (sentir novamente) o já vivido, preferem sentir, atualizando-o.

São aquelas pessoas que a gente encontra na rua e que estão sempre de braços abertos. Que nos abraçam forte, mas nos deixam ir quando chega nossa hora.

Braços abertos que se abrem na direção do que vem. Braços abertos para não reter o que vai.
Não antecipam, não recusam. Não recuam. Ao invés de ressentimento, aceitação.

Aprendizado que leva uma vida. Conquista. Aceitam que a vida corre por caminhos nem sempre escolhidos por nós. Aceitam que amores acabam. Que os filhos crescem e não gravitam mais em torno de nós. Que temos que andar para fazer baixar nosso colesterol. Que algumas dores no corpo vêm para ficar. Que os cabelos brancos crescem muito mais depressa que nossos cabelos antigos. Que amizades especiais e únicas se desfazem, deixando em nós o furo da saudade. Aceitam que já andamos mais da metade do caminho.

E por aceitarem a vida como ela é e por não se ressentirem pelo fato dela não ser como queriam que ela fosse é que seus olhos estão sempre rindo, escancarando a alegria dessa alma de ainda estar na vida.
A ela, dizem sempre: Que venha!

Quando vi esta foto que ilustra esse artigo, pensei que nada podia expressar melhor a qualidade encantada do olhar. Minha amiga Re, autora do post, queria uma imagem de “olhos risonhos com rugas”. Não achei, mas achei Melissa Goodman, uma fiftie, professora aposentada e The Gifted Photographer, com um imenso portfolio no Flickr. O olhar risonho, multicolorido, afinal, é dela!

Por Regina A. - [email protected]



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adilia
Adília Belotti é jornalista e mãe de quatro filhos e também é colunista do Somos Todos UM.
Sou apaixonada por livros, pelas idéias, pelas pessoas, não necessariamente nesta ordem...
Em 2006 lançou seu primeiro livro Toques da Alma.
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