Aprendendo a desaprender...
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 27/10/2003 12:08:26
Acordei tarde com o corpo querendo ficar na cama... aquela sensação como que meio de gripe... mas como eu tinha um monte de coisas para fazer fiquei um pouco ali brigando comigo mesma... para resolver se ficava mais um pouco deitada... obedecendo meu corpo, ou se levantava logo obedecendo à minha mente...
Ultimamente tem acontecido uma coisa estranha comigo... Meus horários estão mudando e eu às vezes não consigo deitar cedo e mesmo quando deito me levanto... porque não consigo dormir... Tenho dormido bem tarde... parece que a minha necessidade de sono está mudando de horário...
Bom... mas estava nessa briga...quando uma voz interna falou assim...
- O problema é que você ainda se prende aos caminhos que aprendeu e agora as coisas são diferentes... Você vai ter que desaprender alguns caminhos...
Oi, falei um pouco surpresa.... logo querendo saber quem estava falando...
Não parecia meu coração e nem alguma das muitas mulheres que já conheço em mim...
- Escute e sinta se o que eu falo bate como verdade para você... sinta e não pense... se permita fazer diferente dessa vez... um caminho novo...
Sempre você gosta de identificar quem está falando e logo entra em um cenário que explique a origem daquela voz...
Hoje só escute e sinta...
Eu não tive alternativa... mesmo porque não me vi em nenhum lugar e nem veio nenhuma imagem... só um vazio total e aquela voz...
- É que você ainda está presa aos caminhos... que acredita as coisas tem de percorrer para acontecer... por mais que você "entregue", ainda limita a ação do Universo.
Imagine o caminho que você tem que percorrer para ir até as montanhas.
Na mesma hora e muito rapidamente veio todo o percurso que faço cada vez que vou pra lá...
- Agora imagine um outro caminho.
Me vi mudando de rua... criando alguns atalhos... mas cheguei num ponto da estrada onde não tinha mais alternativa... a partir dali eu só conhecia um caminho... aquela estrada de terra vermelha que serpenteando subia até a montanha...
- Está vendo... a sua mente tem uma quantidade limitada de opções que se oferecem à primeira vista para qualquer problema que aparece e, naturalmente, você aceita uma dessas opções... a que te parece melhor... Mas você nem se dá ao trabalho de imaginar que existem outros caminhos... de tão presa que está aos caminhos conhecidos...
Puxa! Falei... e eu que até acho que me permito acreditar muito no novo e nos mistérios... mas olhando assim dessa forma até que você tem razão...
- Agora olhe esta cena...
Me vi na minha cama ainda deitada... e no momento seguinte me vi lá nas montanhas com os pés descalços pisando a terra vermelha... inteira ali... com a saia comprida... a atmosfera mágica... tudo como é lá...
E a voz nem precisou me falar pra que eu entendesse que fora dos limites da minha mente racional existem infinitas possibilidades... mas... que nem me passam pela cabeça porque eu não sei os caminhos para chegar a elas...
- Pois então... a voz falou. Você aprendeu tanto ao longo de tanto tempo que muito do que fez te limita e impede que novas formas de fazer as coisas sejam sequer cogitadas...
Bom eu entedia o sentido todo daquilo... mas logo a minha mente já se justificou dizendo...
Como é que eu ia imaginar um caminho tão direto assim se eu não sei como fazer...
- O problema é que você nem se permite imaginar que podem existir caminhos muito mais simples e mais diretos porque se apegou àqueles que aprendeu... e isso limita a que novos caminhos sejam percebidos...
Quando você se apega a alguma coisa você se fecha para outras possibilidades e agora está chegando um tempo onde você vai precisar desaprender o que aprendeu... e se permitir acreditar no que você chama de milagre...
