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Existe cura?

por Maria Guida em Espiritualidade
Atualizado em 23/06/2003 11:50:52


Sim, seria a resposta óbvia, para uma pergunta tão simples.
Mas apesar de ser simples a pergunta, a resposta não é uma obviedade.
Existisse doença, existiria cura. Mas, como doença não há, cura, não é propriamente o que acontece, quando um organismo vivo volta ao equilíbrio, depois de experimentar um certo nível de perturbação.

Tudo o que existe é perfeição, ainda que aos nossos olhos, nada pareça tão perfeito.
Tudo o que existe é energia, expressando-se no mundo físico segundo leis que podemos até mesmo compreender, mas que estamos longe de poder manipular.
Tudo o que existe é energia, expressando-se no mundo físico com absoluta perfeição e equilíbrio.

Uma maneira bem simples de entender o que estou dizendo é observar a natureza.
Quando olhamos para uma paisagem, raríssimas vezes vemos, para além da beleza e da paz que ela nos transmite, a intensa luta pela sobrevivência que ali acontece.

Larvas e insetos devoram folhas e são capturados por pássaros, que sucumbem aos ágeis botes de répteis, que por sua vez são abocanhados por grandes e pequenos mamíferos. E apesar de todo esse confronto, tudo se encontra na mais perfeita harmonia.

Se uma folha nasce torta, um girino desenvolve-se incompleto, ou um filhote de urso não é tão forte quanto os demais, eles simplesmente seguem em frente até serem tragados pela infalível lei da seleção natural.

E o que teria isso a ver com o desequilíbrio que costumamos chamar de doença?
Por que evocar a crua realidade do mundo natural, para explicar o que mal-entendemos por cura?

Simplesmente porque tal como no mundo natural, a atitude correta diante da aparente imperfeição e desequilíbrio, é a aceitação e a consciência de que ela é apenas aparente.
Qual de nós poderia afirmar que a folha torta, o girino incompleto ou o urso fraco não têm um motivo para serem assim, ou que deveriam ser diferentes do que são?

Se esses aparentes sinais de desequilíbrio e imperfeição ocorrem freqüentemente às inocentes criaturas vivas que habitam o mundo natural, porque deveria ser diferente conosco, que somos, tanto quanto o tudo o mais que vive, expressões de um único e unânime espírito criador?

Se encararmos a nós mesmos como energia divina materializada, muitas de nossas críticas à forma que tomamos no mundo desapareceriam diante da constatação de que somos o que somos, reconhecendo que o que consideramos torto, incompleto ou fraco em nós, deve servir a um propósito do qual ainda não temos conhecimento, ou, mesmo, que deve ser, depois de aceito, transcendido em nós.

A falta de aceitação das limitações físicas, psíquicas, emocionais e mentais dificulta a tomada de consciência, torna impossível a transcendência, bloqueando o fluir da energia divina e criadora. Sem aceitação - e tomada de consciência - é muito difícil dar os primeiros e definitivos passos para restabelecer uma condição de equilíbrio.

Entendemos a doença como algo que, de fora para dentro, acomete nosso corpo físico, ou quando muito, a psique, que hoje também está sendo tomada como mais uma das inúmeras funções cerebrais.

Médicos, terapeutas e até mesmo alguns dos curadores holisticos reconhecem como existente e legítima a “entidade doença”, ignorando que ela é apenas sinônimo de desequilíbrio, descaracterização ou bloqueio da energia divina manifestada na matéria.

O verdadeiro curador procura reconhecer em seu paciente, os pontos onde a energia manifesta desequilíbrio e desconforto, buscando despertar em sua consciência, as atitudes, sentimentos e pensamentos que restabelecem o equilíbrio do fluxo.

Muitas vezes, o simples reconhecimento do desequilíbrio gera a tomada imediata de consciência e restabelece imediatamente a harmonia física.

Para muitos de nós é difícil imaginar uma dor de dentes, ou uma crise renal como resultado de uma perturbação energética. Mas, é exatamente disso que se trata.

Uma pessoa pode, perfeitamente, acumular resíduos calcários e cristalinos nos rins, sem jamais vir a sofrer qualquer tipo de desconforto ou dor. E mesmo, perder, com o passar dos anos, todo esmalte dos seus dentes, sem que um único canal seja atingido ou um nervo exposto.

Não adianta sabermos que atitudes negativas, pensamentos desgovernados e emoções fora de controle são a causa de todas as dores e mal-estares que sofremos se não procuramos, através da aceitação da imperfeição e da mudança de atitude, atingir aquele patamar de consciência necessário à reversão desses estados de desarmonia para o equilíbrio que chamamos de saúde.

É por isso que quando o desequilíbrio se estabelece, e sofremos algum tipo de desconforto ou dor, buscamos a solução fora de nós, na medicina tradicional (ou na alternativa), recorrendo a procedimentos invasivos como injeções, transfusões, cateterismos, cirurgias e extirpações.

Se considerarmos como realidade o fato de que somos energia divina manifestada na matéria, e aceitarmos com coragem a estimulante tarefa de transcender as aparentes imperfeições, tomando consciência de que somos parte de uma unidade perfeita, assim como os animais, vegetais e minerais fazem parte da paisagem, será possível manter um estado de equilíbrio onde não haverá doença, nem necessidade de cura.

Se não há necessidade de cura, não há também espaço para curadores.

Eventuais dores e desconfortos físicos serão compartilhados com outros seres, que amorosamente nos conduzirão às práticas de aceitação e autoconhecimento, lembrando-nos sempre de que somos todos um.



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