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Nas asas da Paz - uma viagem espiritual na Argentina

por Wagner Borges em Espiritualidade
Atualizado em 30/06/2006 12:50:55


Relato de uma Experiência Fora do Corpo em Buenos Aires

Toda época de turbulência suscita exageros das pessoas, e aí surgem distorções, independentemente de qual proposta elas abraçaram. É como em uma guerra mesmo. E aí, o pior do ser humano emerge em meio à violência instalada no meio, seja por ataque ou mesmo autodefesa.
Há uns oito anos, estive projetado fora do corpo em Buenos Aires, a bela capital da Argentina. Fui levado por um espírito (Amparador - Entidade extrafísica e positiva que ajuda o projetor nas suas experiências extracorpóreas; mentor extrafísico; mestre extrafísico; companheiro espiritual; protetor astral; auxiliar invisível; guardião astral; guia espiritual.) amparador(*) até um teatro bem antigo, perto da rodoviária da cidade. Era um sábado de manhã.
Dentro do teatro, havia uma reunião de dois grupos de espíritos: de um lado, um grupo de militares argentinos desencarnados; do outro, o pessoal que foi torturado e assassinado nos porões da guerra suja argentina. Eles estavam separados por uma barreira energética e haviam sido levados ali para uma tentativa de negociação pela paz, pois desencarnaram e levaram a guerra suja para o astral do país, e isso acarretava animosidades nos encarnados, por repercussão direta, fomentando novas violências no plano físico. Em cima de um palco, bem no meio e à frente dos dois grupos, estava um professor universitário argentino desencarnado, que era o cara que havia organizado a reunião. Ele falava para o pessoal que não era mais necessário brigar, pois estavam todos desencarnados e poderiam encetar novos rumos em suas vidas, sem o ódio e a violência de outrora. Mas, nenhum dos dois lados ouvia nada. Eles continuavam a gritar palavras pesadas e imprecações variadas, junto com ameaças de novas contendas.

Então, fui levado no ar pelo amparador (que era invisível para os outros) até o palco. Pairei alguns centímetros acima do piso e olhei o ambiente, onde todos pararam para observar que raio era aquilo de um cara flutuando no ar. Obs.: se, por algum motivo, a densidade energética do corpo espiritual aumentar, o projetor terá dificuldades em sua (Devido sua densidade energética ser mais sutil, o corpo extrafísico flutua naturalmente. O ato de voar extrafisicamente é chamado geralmente nos meios projetivos e espiritualistas de “volitação”. Volitar significa voar.) volitação(*) na frente deles. Finalmente, desci e parei ao lado do tal professor, que parecia me esperar, e ele abriu um sorriso.

Observei-o detalhadamente: era um homem branco alto, de uns 55 anos, barba e cabelos claros, óculos grossos e um olhar profundo. Estava vestido com um terno antigo e passava a atmosfera de ter sido um professor universitário e ligado à Filosofia. Tinha mesmo o jeitão de um pensador. Parecia um intelectual, mas cheio de simpatia e simplicidade.

O amparador continuava (Devido à sua natureza extrafísica e ao seu corpo espiritual ser mais sutil, o amparador é intangível e invisível na maioria das vezes, até mesmo para o projetor, que se sente guiado sutilmente de planos mais elevados) invisível(*), ao meu lado, um pouco atrás, e me disse telepaticamente: "Você já era esperado aqui. Foi trazido a pedido dos amigos espirituais daqui, para conversar e esclarecer esses irmãos em confusão. Só pelo fato de você ter flutuado aqui na frente, já é uma forma de chamar a atenção deles para algo além de seus interesses limitados. Converse com eles e fale daquela paz que não é desse mundo. Fale da realidade além do corpo e que eles podem ser felizes, desde que se desprendam dessas atmosferas infelizes em que estacionaram após o descarte do corpo denso. Nem é preciso, por enquanto, que eles se confraternizem, mas que se desprendam da atmosfera psíquica do país, para que as novas gerações possam arejar a energia e renovar a vida, levando sua nação para rumos mais ditosos. Esclareça-os de que a presença deles faz pesar os climas psíquicos das novas gerações, estacionando espiritualmente os rumos do povo, que já sofre por causa de tantas crises econômicas e políticas. Mais além, em planos mais altos da vida espiritual, eles estão sendo esperados por mentores de luz que os ajudarão na devida ascensão consciencial. Converse e esclareça, como convidado de um país irmão. Aqui nos bastidores, eu estarei inspirando-o e, mais acima, outros irmãos invisíveis jorrarão a luz da assistência espiritual, que jamais vê fronteiras e que ajuda a todos incondicionalmente, sempre ancorada no amor do Grande Arquiteto Do Universo, Pai de todos os homens".

Consciente do meu papel ali, aproximei-me do professor, que me abraçou e saudou-me contente.
Em seguida, ele disse para todos ali: "Esse aqui é um irmão nosso que veio do Brasil. Ele é neutro em relação às nossas contendas e está aqui a meu pedido, para falar com vocês sobre algumas coisas. Escutem-no com atenção. Dêem uma chance para alguém de fora colocar sua opinião sem partido ou interesse nesse ou naquele grupo. Ele veio dar uma ajuda com seu esclarecimento. Por favor, deixem-no falar com vocês. É um convidado de um país irmão e está aqui cheio de boa vontade".

Um senhor, que parecia ser o líder do grupo de militares, olhou-me firmemente e fez um aceno de consentimento, ao qual todos os outros de seu grupo se aquietaram. Ao mesmo tempo, um rapaz vestido de jaqueta preta, que parecia ser o líder do outro grupo, gritou em forma de desafio: "Vamos deixá-lo falar, pessoal. Mas que ele não dê palpites na nossa guerra. Aqui não é a terra dele, e nossos problemas são só nossos. Não queremos nada de conversa inútil por aqui. Pode falar, até porque você não fez nada de mal por aqui, e temos educação para recebermos os visitantes. Vamos ouvir você porque foi o professor que o convidou".

Com os dois lados quietos, o professor me olhou e acenou com a cabeça, para eu começar a preleção. Ao lado, o amparador invisível e bem concentrado, como numa atitude de prece e ligado a um poder mais alto no extrafísico.
Falei para eles tudo aquilo que o mentor havia pedido e acrescentei que estava ali na qualidade de projetor extrafísico e que sequer era desencarnado como eles naquele momento. Nesse instante, vi a cara de surpresa de vários deles, dos dois lados. Expliquei-lhes que o meu corpo físico repousava naquela mesma hora numa cama em São Paulo, e que eu estava ali apenas para dar alguns toques, sem querer me meter na vida dos outros nem dar palpites de como se deve levar a vida. Fiz questão de dizer-lhes que eu era um homem comum, igual a eles, e que também enfrentava dificuldades na existência cotidiana, mas sem descambar para as emoções pesadas, que são uma verdadeira barreira que oprime o coração e as virtudes dos homens. Falei das dificuldades do Brasil e do sofrimento do nosso povo e até brinquei de que nossas rivalidades só existiam mesmo no âmbito do futebol, graças a Deus"!Então, calei-me e olhei para o professor. Ele me olhou agradecido e disse-me: "Muito obrigado, meu irmão. Pode ir. Você já fez muito de vir aqui numa contenda que não é sua, nem de seu povo. Não parece, mas suas palavras causaram o impacto desejado neles. Vamos ver, agora, no que dá. Se dermos sorte, tudo melhorará, e eles poderão seguir em frente. Hoje eles não se dão bem, mas dia virá em que eles trabalharão juntos pelo bem do país, se Deus quiser! Vá em paz, meu irmão"!

Naturalmente flutuei por cima do palco, com o pessoal olhando. Vi que ambos os grupos ainda se olhavam com ódio, mas, entre eles mesmos, havia certa conversação, como se houvesse surgido uma outra vertente para suas aspirações. Penso que alguns quebraram paradigmas desgastados e começaram a pensar em outras coisas. Perdoar aos outros, nem tanto (o que seria pedir muito nas condições em que eles se encontravam), mas, pelo menos, se dar a abertura de pensar no bem do povo e de sua nação. Ou seja, deixar a guerra para trás e pensar nas novas gerações e no progresso. Permitir-se ser feliz depois de tanto tempo de violência.

No ar, vi o amparador sutil. Ele me acenou para segui-lo e atravessou o teto do teatro. Fui atrás e me vi numa rua bem movimentada (que lembrava muito uma das ruas do Saara, zona comercial situada no centro do Rio de Janeiro, ou mesmo uma das ruas movimentadas do centro de São Paulo, tipo a Vinte e Cinco de Março, famosa pelo seu comércio pulsante). Passamos por diversas outras ruas, sempre invisíveis para os transeuntes, até que chegamos a uma espécie de mercadão de plantas e flores. O ambiente não estava cheio de gente, mas já se notava alguma agitação no ar. No entanto, quando eu chegava perto das plantas sentia uma sensação muito boa, como se elas transmitissem uma energia suave. E perto das flores, o lance era mais forte. Poderia jurar que as sentia respirarem, como se trocassem energias com o ambiente. Fiquei encantado de flutuar perto delas. Logo depois, o amparador me disse que estava na hora de voltar para casa, pois, em breve, o meu corpo me chamaria de volta, devido às suas necessidades fisiológicas. Dei uma última olhada no ambiente, satisfeito por estar ali e revigorado com as energias das plantas e das flores, e alcei vôo para cima, atravessando o teto do mercadão. Em segundos, como se interpenetrasse uma extensa névoa branca, me senti caindo abruptamente dentro do físico, com aquela costumeira sensação de estar caindo de bem alto e sua natural repercussão, que é um certo solavanco no corpo (4). Abri os olhos imediatamente e me lembrei integralmente da experiência. Olhei para o relógio, e eram exatamente 11 horas da manhã de sábado.
Levantei-me para as atividades do dia. A partir das 14 horas começaria mais um curso sobre as experiências fora do corpo com uma turma no IPPB. Tomei banho e, por volta do meio-dia, desci para almoçar na padaria perto de casa. Então, lembrei-me das flores. Fui até um mercadão perto e comprei algumas plantas com flores, contente por levar essas amiguinhas da natureza para dentro do apartamento (que é cheio de plantas e tem até uma pequena árvore na sala). Não tinha rango em casa, mas tudo estava florido, e meu coração em paz.

São Paulo, 20 de junho de 2006.


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Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.
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