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Pequeno Recado do Coração 2

por Wagner Borges em Espiritualidade
Atualizado em 25/08/2003 11:41:13











Cara amiga consciência,
Estou esperando a sua visita prometida.
Mas me parece que você está tergiversando na vontade.
Por que isso?
Qual é o motivo do seu medo?
Achei que você estava querendo algo legal.
No entanto, agora vejo como você é medrosa.
Estuda tanto teoricamente as coisas do espírito,
E não consegue ligar-se EM ESPÍRITO.
Nem com o espírito das coisas,
Nem com o espírito em si mesma.
É por isso que está mal-amada.
Recusa-se a visitar o seu próprio templo interior.
Que livro irá lhe ensinar a amar?
Que Ciência irá lhe ensinar a perdoar?
Que mestre externo poderá realizá-la em si mesma?
Quem poderá fazê-la rir simplesmente?
Ah, você é medrosa, sim!
Parece esperta por fora, só para os outros.
Porque aqui dentro eu sei como você é.
Aliás, deixe-me lembrá-la de uma coisa:
Quando você se ferra no amor (ou ferra os outros),
Quem é que agüenta o tranco aqui dentro?
E quando você apronta alguma por aí?
Quem é que leva sua meleca emocional na fuça?
Outro dia vi um espírito que queria ferrar com você.
Você nem sabia disso, não é?
E depois vem posar de esperta. Bem feito!
Vai tirar o cara com o quê, agora?
Os seus malabarismos intelectuais não dão jeito nisso.
Muito menos a sua verve cheia de disse-me-disse.
Sabe esse peso na base de sua nuca e essa irritação?
Advinha! Concentra e vê, se for capaz como pensa.
E agora? Vai me dar aquela descarga emocional de sempre?
Ou vai parar para teorizar no vazio?
Em vez disso, que tal me visitar agora?
Conheço uma maneira de tirar o cara da sua cola.
Feche os olhos e venha aqui dentro.
Entra no meu templo, mas vem mansinha.
Pensa em mim como um ser dourado irradiante.
Do meu centro, projete um raio de luz rosa-suave
Até a base de sua nuca por dentro (mas com carinho, hein?)
Faça a luz rosa ser projetada para fora da nuca.
E pense que quem estiver na área seja ajudado.
Inunde a sua atmosfera psíquica posterior com o rosa.
E vê se eleva esses pensamentos...
Está vendo como tudo flui melhor quando trabalhamos juntos?
Consciência e coração, juntos, é sabedoria de montão!
Vê se não esquece mais: viver não é teoria.
Conhecimento não é sabedoria.
Arrogância não é competência.
E coração não é lixeira emocional.
Sacou? Bom, então estamos conversados.
Toca a bola pra frente, que o jogo da vida está rolando...
E essa é sua partida mais importante.
E o resultado também me interessa.
Por aqui me despeço, deixando-lhe um grande abraço,
Desse menino CORAÇÃO, com amor de montão.

PS: Agradecemos ao amigo Silveira ** pela canja que deu nesses escritos.
Pegar uma carona no texto dele é sempre muito legal.

E aproveitando a carona, agradecemos também ao Papai do Céu, por tudo.
Leia também a primeira parte, link no final desse artigo.

- Cia. do Amor - A Turma dos Poetas em Flor.***
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges - São Paulo, 21 de agosto de 2003).

** O Silveira é o autor espiritual do primeiro texto.
*** A Cia. do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas também muita alegria e amor. Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.

A DIFÍCIL TAREFA DE FAZER UM BUDA DAR RISADAS

As bandeirinhas coloridas contrastam com o céu azul da praça do "Buda que tudo vê". Depois de vinte minutos de caminhada do centro de Katmandu até ali, Auri (minha esposa) e eu chegamos no topo do monte, onde o famoso templo dos olhos do Buda que tudo vê observa a cidade lá embaixo, todos os peregrinos, devotos e turistas que vão até ali orar ou apenas tirar umas fotos do templo do mestre da paz.

Algumas pessoas cantam mantras perto das estátuas dos mil e um bodhisattvas (1), e eu escolhi um deles para lhe contar uma piada.

Não estou sendo sarcástico nem brincando com coisa séria, é que o olhar sereno da estátua me deu tanta paz e calma, que decidi lhe retribuir o favor e fazê-lo dar risada. Troca justa, afinal não é sempre que você chega num lugar e é envolvido por uma aura de tranqüilidade que lhe dá uma clareza mental tão intensa que você começa a lembrar-se até da data em que se casou.

Não sou budista, mas é inegável que ali sinto uma sensação tão boa que parece que posso abraçar o mundo e tocar cada coração.

O templo famoso e cartão postal do Nepal parece tocar o céu azul, e os olhos do Buda que tudo vê olham de um jeito que você precisa passar a mão no corpo para ter certeza de que não está pelado ali na praça cheia de monges, turistas e macacos.

Fiquei muito contente de poder estar ali e experimentar algo tão bom, e como não sei os rituais de agradecimento budista, escolhi um bodhisattva e tentei retribuir o que senti.

Dirigi-me a ele com alegria:

"Amigo Budinha. Não sei como lhe agradecer, e como sei que você deve estar aí há séculos sem nenhum momento de lazer, vou contar-lhe uma piada".

Então, comecei a minha jornada em busca da risada do Buda. Tentei contar a do papagaio, a da loira, a do português, e confesso envergonhado que até contei algumas piadas bem sacanas e pesadas; mas nada do Buda reagir, pelo contrário, ele permanecia ali inalterado, com aquele meio-sorriso de quem está morrendo de vontade de rir, mas fica sério, ainda mais com tanta gente passando por ali e encostando a cabeça nos seus pés e jogando arroz na sua
cara.

Quando pensei em lhe contar a piada infalível do gaguinho e do pássaro graúna, pérola memorável que o meu amigo Cláudio me contou aos 10 anos, e até hoje não consigo evitar o riso ao relembrá-la, passa um grupo de monges-criancinhas que saúdam o Buda e trocam murmúrios entre si, provavelmente tentando entender o que aquele marmanjo está fazendo ali rindo sozinho das suas próprias piadas em frente do Mestre. Então, percebo o ridículo do que estou fazendo e imagino que o Bodhisattva já deve estar perdendo a paciência e explodindo em mil pedaços, sem querer mais ajudar a humanidade. Peço desculpas ao meu amigo, olho fixo em seus olhos e lhe digo:

"Obrigado, amigão, por não desistir da gente. Desculpa aí as piadas, não sou muito bom nisso. Mas não leva a mal não, mas será que posso lhe pedir um favor"?

Não houve resposta, mas depois de tanto tempo ao seu lado, senti que já éramos íntimos o suficiente para uma conversa franca, e quem sabe pedir uma ajudinha.

Disse-lhe novamente:

"Não tem como você da uma ajudinha? Não tem nenhum jeito de ir mais rápido?
Quero dizer, estou meditando há anos, faço mantras todos os dias, e até agora nenhum mini-samadhinho (2); não tem por aí um expresso Nirvana"? (3)

Ele continuou imóvel, mas senti que sua fisionomia tinha mudado um pouco, o olhar sereno tinha mudado para um tipo de olhar que só posso traduzir como o olhar de quem faz forca para não dar risada. Mas não teve jeito, e a estátua era mais resistente do que eu pensava, acabei desistindo e decidi ir embora antes que aquelas nuvens que tapavam o céu azul virasse uma enxurrada na cabeça. Porém, antes de ir embora, dei uma ultima olhadinha para o meu amigo,
e "o Buda que tudo vê" não me deixa mentir, mas posso jurar que enquanto eu olhava para o céu o bodhisattva deu risada.

Não tenho com provar, mas aquele sorriso tinha mudado com certeza. Não era mais meio-sorriso, e sim o sorriso franco de quem deu uma boa gargalhada.

Se algum dia desses eu voltar por aqui, não vou me surpreender se no lugar do Buda do meio-sorriso encontrar o Buda da eterna risada.

SOMOS TODOS UM SÓ!

- Frank -
Nepal, 12 de agosto de 2003.

- Nota de Wagner Borges: Frank é o pseudônimo do nosso amigo Francisco, participante do grupo de estudos do IPPB e da lista Voadores, que atualmente mora em Londres. Ele escreve textos muito inspirados e nos autorizou a postagem desses escritos. Há diversos textos dele postados em sua coluna da revista on-line de nosso site, e em nossa seção de textos projetivos e espiritualistas em meio aos diversos textos já enviados anteriormente.
Atualmente ele se encontra em viagem pela Índia e pelo Nepal, e de lá envia os seus relatos e textos compartilhando suas vivências e observações.

- Notas do sânscrito:
1. Bodhisattvas: São aqueles seres bondosos que estão perto de tornarem-se Budas (Iluminados). Para facilitar a explicação, podemos dizer que eles são canais espirituais (avatares) conscientes do amor de todos os Budas.
2. Samadhi: Expansão da consciência, Consciência cósmica.
3. Nirvana: No contexto budista é o estado de bem-aventurança daquele que alcançou a iluminação e mergulhou na consciência cósmica, fundindo-se ao Todo.


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Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.
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