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Viajando Espiritualmente com o Andarilho de Luz 2

por Wagner Borges em Espiritualidade
Atualizado em 16/12/2005 12:56:29


Foi no átrio do templo secreto do coração que eu o vi. Primeiro, vi os seus olhos brilhantes. E aí, quedei, pego de surpresa pelo seu olhar sereno e amoroso.
Sob sua ação sutil, uma onda de amor pacífico me possuiu.
Pensei: “É muito amor para o meu coração agüentar. É muita areia para o meu caminhão carregar”.
Então, pensei em escrever para compartilhar esse amor com alguém. Contudo, as palavras me pareceram tão pobres e tão limitadas. Senti a impotência de expressar os sentimentos silenciosos que nem são deste mundo.
Jesus estava certo: “Há uma paz que não é desse mundo”!
E que palavras poderiam expressar tal estado de consciência interna?
Por isso os grandes iniciados do passado se calavam. Quem compreenderia a mensagem espiritual de um olhar sereno, dentro do coração? Acostumadas aos ruídos sensoriais de fora e ao burburinho mental de sua agitação interna, as pessoas não acreditariam que um olhar silencioso pudesse passar tanta coisa boa.
Ainda hoje é assim!
Porém, não sou um grande iniciado, sou apenas um neófito da vida, com muita coisa para aprender. Por isso, não consigo ficar com essa onda de amor sozinho; meu coração não agüenta. Não tenho nível para “ser esse amor”, nem sou mestre em coisa alguma.
Mas ele veio aqui e entrou em meu coração, e eu não sei mais o que dizer. Assim como ele mesmo, que nada disse, apenas me deixou ver o seu olhar que, no silêncio, preencheu tudo de amor. Esse amor que não se explica, só se sente. Essa paz que não é deste mundo. Esse olhar que a tudo compreende.
Que compreende a limitação desses escritos, que não fazem jus à luz que chegou aqui. Que compreende as lágrimas que aqui também desceram, quietinhas, e rolaram mansamente, cumprindo sua função de desaguar as marés dos sentimentos da alma.
Sim, eu o vi, mas não sei bem o que dizer.
E ele me viu e também nada disse, só me olhou dentro do coração.
E na comunhão dos olhares silenciosos, o amor mais uma vez aconteceu. E, mesmo com a limitação das palavras, eu registrei a sua presença e o seu olhar aportando invisivelmente à assistência espiritual no mundo dos homens tristes, presos na noite da alma.
Ele, o andarilho de luz que, anonimamente, toca os corações em nome do amor sereno. Ele, o dono daquele olhar sereno que o mundo não percebe e a que as palavras não fazem jus.
Foi aqui, no centro do coração, que, mais uma vez, eu o vi. E o amor aconteceu, (Enquanto passava a limpo esses escritos, lembrei-me de um belo poema místico, de autoria de um ocultista alemão. Segue-se o mesmo logo abaixo. ) mais uma vez...(*)

P.S.: “Verte um jorro de luz líquida, silenciosa, da terra ao céu.
Giram as estrelas, na expansão da consciência...
O amor brinca na criação, e o coração sorri, quietinho.
Quem compreende, o compreende”.

(Dedicado a Jesus, inspiração dos andarilhos de luz.)
(São Paulo, 10 de dezembro de 2005.)

TUA PEDRA

Tu tens uma pedra...
Não sabias disso?
Sim, olha.
No mais profundo de ti mesmo, mais além de tua estultícia, incrustada no muro de tua própria subconsciência, há uma pedra.
Bruta, fria, impassível, com a dureza do mármore.
Porém, tens uma pedra secreta, e não percebes, não a tocas, nem sentes seus efeitos. E, no entanto, ela vive ali na solidão de tua caverna, esperando o instante de ser trabalhada.
Se tu passares a vida (de trânsito sempre efêmero) ignorando sua existência, ela, então, haverá esperado inutilmente que o teu olhar interno a descobrisse na monotonia de sua longa espera.
Se a deixas de lado, se não a despertas, ela há de continuar seu sono estático.
E, quando tu não mais estiveres aqui, quando deixares de ser, ela se tornará um amontoado pedregoso, junto de tantas outras pedras que ficaram no caminho de tantos outros que fizeram como tu...
Porém, se não queres que ela durma, ou se tratas de despertá-la porque uma dor ou uma pena profunda trouxeram consciência em tua vida...
Se tentas buscar, dentro de ti mesmo e conforta-te com as grandezas do espírito para enxugar internamente tantas lágrimas, que jamais puderam secar no exterior...
Então... suspira profundamente e vai até a mansão de tuas causas interiores e busca a tua pedra.
Ela é tosca e imperfeita, não é verdade?
Pois, faz saltar as primeiras lascas, para ir moldando-a.
Contudo, com cuidado, com amor.
É nessa pedra que tocas que está a rosa, o tesouro de tua própria alma.

- Huiracocha -
(Pseudônimo do ocultista alemão Krumm-Heller)
Extraído do livro “Rosa Esotérica” - Ed. Kier – Argentina.


O TOQUE INICIÁTICO DO ANJO DA PRESENÇA

“Levante o véu do mistério em si mesmo.
Morre o homem velho, enferrujado, presa do ego.
Renasce o iniciado, dourado de amor, no salão secreto.
Cai o primitivo, surge o ser verdadeiro.

Empalidece o homem antigo, brilha o espírito imperecível.
Sucumbe o antigo, ascende o anjo!
Fica o corpo na Terra, sobe o ser de luz ao espaço sutil.
No alto, ele se curva ao Senhor de todas as presenças.

Abençoado na jornada, ele desce e volta contente, e consagra à Terra, agradecido pelo aprendizado em seu seio.
Então, ele beija o solo e reverencia a vida planetária.
O celeste se curva ao terrestre! O céu dignifica a Terra!
O espírito emancipado agradece a Gaia!

E agora, ele se torna um presente invisível.
Em silêncio, ele abraça a humanidade e ora quietinho por todos.
Os homens estão sob suas asas, e ele há de fazê-los ascender também, um dia...

Por enquanto, ele apenas ensina, naquele silêncio que fala ao coração, para escutar a voz do amor e do bem, para ser iniciado na luz, levantando o véu do mistério em si mesmo.
Ele aponta o caminho luminoso do iniciado: é preciso viver, crescer, aprender, amar, sorrir e seguir”...

P.S.: Amigo leitor, o anjo da presença, em seu silêncio invisível e majestoso, enviou-lhe uma mensagem sutil. Recebe-a no coração espiritual, que, com sua sensibilidade e sabedoria, sempre escuta e medita nos toques iniciáticos do anjo da presença, mensageiro e iniciado celeste.

São Paulo, 03 de dezembro de 2005.VIAJANDO ESPIRITUALMENTE NA GLÓRIA DE BRAHMAN
(Sem Medo de Ser Feliz, no Céu do Coração Espiritual)

Certa vez, voltando de um samadhi, Paramahamsa Ramakrishna disse aos seus discípulos: “A glória de Brahman é incomensurável!”
Ele falou isso e logo entrou em outro (Samadhi: expansão da consciência, consciência cósmica) samadhi(*).

Alguns discípulos ficaram olhando, impressionados com a facilidade com que o mestre entrava naquele estado de bem-aventurança. No entanto, outros pescaram a sintonia certa, e em lugar de apenas olharem impressionados, simplesmente fecharam os olhos e meditaram naquilo que ele havia dito: “A glória de Brahman é incomensurável!”
E eles também navegaram pelo oceano da consciência cósmica, só pensando nisso. E algo lhes foi dito, em espírito e verdade, no silêncio de seus corações. Algo para carregar dentro do próprio espírito, ao longo de muitas vidas, como um presente e uma inspiração contínua. Algo secreto, sutil, que só de pensar faz sorrir e compreender muitas coisas da vida.
Enquanto isso, os outros discípulos que só estavam impressionados por fora, ao ver o sorriso dos colegas, lhes perguntaram: “Que algo é esse? É uma mantra? É uma jóia sutil? É um segredo espiritual”?
Então, aqueles que se impressionaram por dentro, e por isso se encantaram no céu do próprio coração, sabendo que não haveria como explicar para os outros o que só se sente por experiência própria, apenas responderam: “A glória de Brahman é incomensurável”!
P.S.: Muitos continuam impressionados com a aparência fenomênica das coisas, ofuscados pelo brilho das luzes do mundo, enquanto outros buscam a força dentro do coração espiritual. E só (Brahman: O Supremo, O Absoluto, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Todo que está em tudo) Brahman(*) é que sabe para onde o olhar e a consciência de cada um estão direcionados. Afinal, sua glória é incomensurável.
Benditos são aqueles que, tanto olhando para dentro, como para fora, só vêem a glória de Brahman, em tudo e em todos.

(Dedico esses escritos a (mestre iogue que viveu na Índia do século 19 e que é considerado até hoje um dos maiores mestres espirituais surgidos na terra do Ganges. Para se ter uma idéia de sua influência espiritual, posso citar que grandes mestres da Índia do século 20 se referiram a ele com muito respeito e admiração, dentre eles o Mahatma Ghandi, Paramahamsa Yogananda e Rabindranath Tagore. Ramakrishna ) Paramahamsa Ramakrishna(*), esse cara maravilhoso, a quem devo tanto, e que me guia sutilmente na jornada espiritual e humana).

- Wagner Borges, sujeito com qualidades e defeitos, 44 anos de “encadernação”, espiritualista, neófito da vida e mestre de coisa alguma, pai da Helena e da Maria Luz, muito agradecido ao Todo, por tudo.
“Sou como um garoto nas mãos de Paramahamsa Ramakrishna:
Ele é o vento de amor espiritual e eu sou a folha arrastada pelo seu Karuna (compaixão).
Sua paz me envolve, e sou impelido a canalizar idéias espirituais.
Meu coração brilha sob o seu influxo, e passo eu mesmo a ser um vento espiritualista a arrastar outras folhas na direção da Luz Maior.
Sou apenas isso, um pequeno vento espiritualista na Terra”.

São Paulo, 08 de dezembro de 2005.

Obs.: Enquanto digitava essas linhas, lembrei-me de um outro texto pertinente, que foi postado pelo nosso site no ano de 2000. Segue-se o mesmo logo abaixo.

UM ENCONTRO LUMINOSO

"Enquanto eu caminhava sob as árvores, ele surgiu.
A princípio, pensei que ele era um estrangeiro.
Mas, seu olhar sereno não me deixou dúvidas.
Ele veio e cumprimentou-me.
Fiquei paralisado enquanto ele deu um leve sorriso.
Vi em seus olhos um oceano de doçura.
De súbito, ele entrou em meu peito e foi para dentro do meu coração.
Instalou-se lá e eu submergi no mar do samadhi.
Ele estava em mim e dizia-me que nós éramos Avatares ( (Do sânscrito): emissários celestes, canais da divindade) avatares(*) do mesmo amor".

Foi assim, que Ramakrishna contou-me da primeira vez que se encontrou com Jesus. Da mesma forma, conto-lhes agora, do meu jeito.
Só sei dizer que Ramakrishna e Jesus andam juntos por aí, querendo encher os corações de amor e luz.

(Om Tat Sat (do sânscrito): Tríplice designação do Divino ) OM TAT SAT!(*)

- Wagner Borges, cara universalista, que não segue nenhuma linha em particular, viajante espiritual bem-humorado, filho da dona Maria Rita e do Sr. Waldemar, que escreveu esse pequeno texto com os olhos brilhando e com a certeza de que muitos leitores sentirão o toque espiritual no centro de seus corações.

PS: Enquanto eu escrevia, rolava aqui no som a maravilhosa música "Oh Life" (música 12 do CD "Try Anything Once" - 1993), do Alan Parsons.


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Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.
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