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Viajando na Luz Líquida 2

por Wagner Borges em Espiritualidade
Atualizado em 03/03/2006 13:20:42


Amigos, se quiserem saber por onde andou o meu coração nesses dias de carnaval, basta ler o texto abaixo. Nem sempre consigo revelar tanto naquilo que escrevo.
Às vezes, o espírito real coloca as manguinhas para fora do disfarce carnal da personalidade transitória, e acaba escrevendo mais do que devia. E pensar que há pessoas que acham conhecer a gente realmente.
Só quem conhece a gente mesmo é Brahman!
Quando o espírito fala ao espírito, só o coração compreende.
Quem o compreende, compreende.
Um abraço a todos.


VIAJANDO NA LUZ LÍQUIDA II

Não é no paraíso nem no templo.
Não, não! Tudo isso é fora de você.
O lance é mais embaixo, em você mesmo.
Está tudo no coração!

Sem clausuras nem doutrinas, só a luz do espírito.
Sem dramas nem técnicas, só amor em profusão.
Sem lenço, sem documento, só a consciência.
Sem que o sino toque, você ouve o som do Todo!

Da base da coluna, a energia ascende ao coração.
É como um jorro de luz líquida, morna e terna.
Dourada no início, ela fica rosa no coração.
Então, você se torna amor-rosado, paz morninha...

E o jorro continua, para cima, para o centro das mil pétalas.
Você viaja sereno e sorridente, para a coroa de luz.
Ela é iridescente, multicolorida, da cor da vida universal.
Dentro de você, reverbera um som sem som: (OM: a vibração do Todo que está em tudo; o verbo divino (também chamado em sânscrito de Omkara, Shabda ou Pranava). No contexto hinduísta, é considerado o maior mantra de todos) OM!(*)

Sim, o que você escuta não tem comparação com nada de antes.
Está dentro de você mesmo, sempre esteve, e é cósmico!
O jorro sobe e encontra um lótus amarelo aberto no alto da cabeça.
A luz líquida entra na flor, e suas pétalas se abrem com mil brilhos.

Ao mesmo tempo, desce uma cascata de luz prateada sobre você.
E tudo se torna UM!
Você é lótus-luz viajando no Samadhi...
Todos os lugares se tornam templos, todos os seres, DEUS!

Agora você sabe:
OM, som de (Brahman: O Supremo, O Absoluto, Deus, O Grande Arquiteto do Universo, O Todo que está em tudo!) Brahman(*), tom do (Atman: a centelha espiritual do divino; a essência divina e imperecível; o espírito imortal ) Atman(*)...
Os (Rishis: sábios espirituais da antiga Índia, mentores dos Upanishads) Rishis(*) da antiga Índia estavam certos: Tudo é UM!
Os poetas também: TUDO É AMOR!
Nenhum sino tocou, mas você ouviu a voz do silêncio.
Ninguém falou de salvação, foi o amor que lhe tocou.
Você não fez nada; foi a luz que fez, e refez sua vida.
Não foi você... foi a luz, a luz, a luz...

O despertar da consciência é silencioso, como o despontar da aurora.
A luz faz a festa na atmosfera, dentro e fora de você.
Os seus chacras dançam no rio dourado e rosa de sua coluna.
O (Samadhi: expansão da consciência; consciência cósmica ) Samadhi(*) é festa serena! É a luz, a luz, a luz...

Sem lenço, sem documento, só a luz serena...
Sem disciplina férrea, só o amor soltando as amarras...
Sem palavras que possam descrever a aurora em você mesmo...
Sem saber como agradecer ao Todo, por tudo!

O compositor faria uma canção;
O poeta faria nascer uma poesia maravilhosa;
O artista pintaria um quadro incrível;
Mas, agora você compreende o silêncio dos Rishis de outrora.

Como eles poderiam falar dessa luz?
Como cantar a aurora do infinito?
Como pintar a luz do eterno no transitório?
Como falar de um amor que não se explica, só se sente?

Mesmo assim, os poetas, os músicos e os artistas tentaram...
No silêncio do invisível imanente, os Rishis os abençoaram.
E agora você compreende a todos eles, em seu coração.
Você sabe o que a luz fez com eles!

Nem você subiu nem o paraíso desceu.
Foi a luz que encontrou o lótus aberto pelo amor.
E você encontrou o infinito na flor de luz.
Samadhi é o encontro sereno da luz com o lótus.

Muitos tentarão explicar a sua viagem luminosa.
Alguns com abordagem psicológica; outros com lições iogues.
Mas, você apenas sorrirá com paciência e lucidez.
Somente a luz poderá explicar a luz, sem explicação alguma!

Nem você subiu nem Deus desceu!
No espaço do não-espaço, num átimo do tempo sem tempo...
Tudo aconteceu! Aqui, além, em cima, embaixo; em você.
Poucos irão entender o que a luz fez com você!

Agora você compreende os Rishis, não é mesmo?
Então, curve a cabeça em respeito a esses mestres da consciência.
Se inspire e viaje com eles na luz do Samadhi.
Sinta o coração do Todo pulsando em tudo!

Faça como eles: abrace a humanidade em silêncio.
Compartilhe invisivelmente a luz com os seus irmãos.
Você não vai até eles, nem eles vem até você.
Além do espaço/tempo, a luz fará o encontro sutil.

P.S.: Ah, Tom de Deus, como é mesmo a música da luz?
Kabir, Tagore, Gibran e Rumi... centelhas da flor de lótus do Oriente.
Fernando Pessoa... centelha atlante da rosa do Ocidente.
Os Rishis... centelhas da sabedoria cósmica nos Upanishads.
Jesus... centelha de amor nos corações.
Quem compreende, os compreende.

(Essas linhas são dedicadas a duas consciências muito legais: o sábio Sry Yuketswar, mestre de Kryia Yoga, e o inspirado Tom Jobim, mestre brasileiro da alegria e da composição).

Tudo é UM! Tudo é Brahman!
Paz e Luz.
São Paulo, 27 de fevereiro de 2006.

Para melhor compreensão desses escritos, veja no link ao final a primeira parte desse texto, postada pelo site do IPPB em 2001 (www.ippb.org.br).


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Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.
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