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Yemanjá, a senhora das águas e da dança

por Wagner Borges em Espiritualidade
Atualizado em 21/10/2002 12:27:23


Enquanto eu esperava o editor de uma revista para uma entrevista aqui em casa, fiz um café e coloquei um Cd do Jethro Tull para tocar. (1) Sentei-me no sofá do quarto e li o encarte do Cd, enquanto tomava o cafezinho.

Lá fora, a tarde quente e ensolarada de São Paulo. Pensei na riqueza de tanta luz solar que temos aqui no Brasil.

Repentinamente, percebi alguém à minha frente no quarto. Fechei os olhos para perceber melhor aquela presença espiritual pela tela mental do chacra frontal. Era uma mulher morena belíssima vestida com um longo vestido branco e descalça. Sua presença emanava suaves ondas de amor e majestosidade. Ela estendeu suas mãos e saudou-me sorrindo.

Que mulher maravilhosa!

Em minha mente e em meu peito, ao mesmo tempo, um sussurro feminino dizia: Yemanjá... Yemanjá... Yemanjá...

Pensei: "Caramba! Essa é Yemanjá, a Rainha do mar tão cultuada na Umbanda aqui no Brasil. E que energia fantástica!"

Então, ela aproximou-se, e com o dedo indicador de sua paramão direita (2) tocou em minha testa, um pouco acima do chacra frontal. (3)

No mesmo instante, entrei num estado alterado da consciência. Surgiu uma esfera de luz violeta em minha tela mental. À medida que ela se expandia dentro do chacra frontal, surgiam várias imagens do plano espiritual e o rosto de vários seres espirituais elevados vibrando naquela mesma sintonia.

Um perfume de mulher invadiu o quarto e senti muito carinho envolvendo-me por inteiro. Abri os olhos e ela estava dançando na minha frente. Ela sorriu de forma matreira. Sua dança lembrava as danças ciganas.

Em dado momento, ela começou a mudar a aparência do seu corpo espiritual (psicossoma, corpo astral, perispírito, corpo sutil, corpo de luz) e transformou-se numa cigana. Em seguida, numa mulher hindu. Depois, numa mulher árabe.

E em frações de segundo ela tomava a forma de mulheres de todas as raças.

Até que ela tornou o seu corpo espiritual num corpo de luz, e depois num foco luminoso multicolorido. Enquanto isso, eu olhava tudo aquilo maravilhado pela surpresa de estar vendo algo assim enquanto apenas tomava um cafezinho e escutava um Cd de uma banda querida.

Pouco depois, ela voltou a forma de Yemanjá novamente e disse-me mentalmente:

"EU SOU a energia de todas as mulheres.
EU SOU a fragrância que inspira os corações femininos na jornada pela existência.
EU SOU a guardiã dos mistérios da fertilidade e do amor.
EU SOU a protetora espiritual dos que são fiéis aos votos espirituais de fazer o bem e de seguir conscientemente na seara da Espiritualidade.
EU SOU Aquela que dissolve os malefícios com o poder das águas primordiais.
EU SOU aquela que inspira as danças sagradas de todas as mulheres.
EU SOU aquela que acalenta o coração feminino.
EU ESTOU no leite de seus seios e na boca de seus filhos.
EU ESTOU abraçada com seus parceiros.
EU SOU todas as mulheres, seus desejos, seus sentimentos, suas dores e seus sonhos.
EU SOU terna, dinâmica, ativa, passiva, empreendedora, romântica, sábia, trabalhadora, mãe, amiga, esposa, amante... Mulher total e incondicional!
Personifico as mulheres sagradas de todos os templos e povos.

Aqui no Brasil gosto de manifestar-me como Yemanjá, a Mãe das águas. Preste atenção na sonoridade desse nome, pois trata-se de um mantra originado nos povos antigos do Oriente. (4) Yemanjá significa espiritualmente o poder de dissolução das emoções pegajosas. Significa o fluir das águas da felicidade que dissolvem as dores causadas pelas emoções pesadas.

Yemanjá também é dança, alegria e sorrisos. É celebração de vida, é abraço de Mãe, é ternura de mulher, é perfume de bem-aventurança, é inspiração espiritual nos trabalhos de desobsessão e de pulverização das energias pesadas.

Yemanjá, a Rainha do mar, que não gosta de ver as pessoas tristes por causa das emoções daninhas. A Senhora das águas, que orienta a todos para que sejam felizes e celebrem a vida.
Diga a todos que não vale a pena ser infeliz por causa de amores que se vão, pois enquanto permanecer a tristeza, não haverá celebração. E a vida é sagrada! Precisa ser celebrada! E a vida é maior do qualquer um que partir.
Pense no fluir das águas... na dança... no sorriso... na luz de Yemanjá!"

Depois disso, ela tornou-se novamente um foco de luz multicolorida e lentamente foi desaparecendo na minha frente. Tudo isso passou-se em questão de uns cinco minutos aproximadamente.

Corri para o computador para escrever esse relato ainda sob o impacto da experiência com ela. Momento depois, chegou o editor da revista para a entrevista.

PS: Ela foi embora, mas o seu perfume e sua inspiração permaneceram em meu coração. Agora compreendo porque desde ontem fiquei com uma vontade forte de tomar um banho de cachoeira ou de sentar perto de algum lugar com muita água. Não era por causa do calor. Era por causa do poder das águas e de Yemanjá, a senhora dos oceanos de bem-aventurança. (5)

Paz e Luz.

- Wagner Borges -
(ser humano com qualidades e defeitos, 41 anos de estrada, espiritualista que não segue nenhuma doutrina criada pelos homens da Terra, e que é muito grato por todas as oportunidades de crescimento que se apresentam de forma universalista, como a própria vida)

Notas:

1. Jethro Tull: Banda inglesa de rock progressivo das mais conhecidas, desde fins da década de 1960. O disco que eu estava escutando é o "Minstrel In The Gallery" - 1975.

2. Paramão: Mão extrafísica.

3. Há um pequeno chacra logo acima do chacra frontal. É o chacra "soma" (do sânscrito: "Lua" ou "Chandra") Interligado com ele há um outro chacra secundário chamado "Manas" (do sânscrito: "Mente"), na parte mais alta da testa. Esses dois chacras formam um trio energético junto com o chacra frontal (em sânscrito: "Ajna": "Comando")

4. Yemanjá: "Ye" (do chinês): "Ser"; Sinônimo de "Subhava", ou "A Substância que dá substância a si mesma".
"Man" (do sânscrito): Raíz de "manas": "Mente". "Já" (do sânscrito): Em linguagem esotérica, designa Vishnu ou Shiva (dois dos aspectos divinos: Vishnu, O Preservador; Shiva, O Transformador) Essa mesma sílaba, colocada ao fim de um nome composto, significa: "nascido", "Produzido", "Originado".

5. O leitor poderá encontrar muitas informações sobre Yemanjá em diversos sites específicos da Internet, desde aquelas baseadas na tradição afro-brasileira, até mesmo aquelas baseadas em conhecimentos esotéricos oriundos do Oriente. Basta entrar no excelente site de procura "Google" link e clicar o nome de Yemanjá.
Daí, ele apresentará uma extensa lista de sites específicos contendo informações sobre o tema ou palavra procurada. Atualmente, é um dos melhores sites de busca do país.

Logo após ter passado esses escritos a limpo, recebi um e-mail do meu amigo Frank contendo um belo texto que ele escreveu justamente sobre Yemanjá. Ele ainda não sabia desses escritos que fiz agora de tarde. Que sintonia maravilhosa!

Reproduzo o seu belo texto logo abaixo para apreciação dos leitores:CANÇÃO À YEMANJÁ

Qual é a relação entre as ondas do mar tocando a areia da praia e as batidas do meu coração?

Observo o mar, fecho os olhos, e ainda posso ver as ondas. Abro os olhos e observo o vai e vem, cada gota que pula no ar e retorna ao lar. Richard Bach estava certo, tudo é uma metáfora contando a nossa jornada na Terra.

Ouço o estalar das ondas e sinto o meu coração batendo.
Por um momento, sinto uma leve conexão com o mar e com o espaço que nos separa, e sinto uma presença feminina que lembra minha mãe e a maneira como ela me abraça. Começo a sentir um leve balançar, e me solto, deixando o meu corpo seguir a música do mar.

Fecho os olhos e tento não julgar, não raciocinar, mas apenas sentir.

E o meu corpo vai balançando, e as ondas cantam na praia.

Passei toda a minha vida aprendendo a só usar a mente, e descubro que para descobrir o caminho espiritual, preciso "sentir", mais do que pensar.

A mente continua dizendo que isso é bobagem, mas o coração conta que os africanos estavam certos. Eles sabiam que o mar era mais do que aparentava.
O mar era Ela.

O Mar é nossa Mãe, em eterna comunhão com o Pai Céu.

Continuo mergulhado nesse embalar, e quando abro os olhos mais uma vez, me perco no azul do vestido de Yemanjá e me entrego em devoção numa canção:

"Olha o canto de Yemanjá
Em ondas de amor e carinho
No eterno balanço do mar

Olha o anil do seu olhar
Olha o azul do seu vestido
Ó Mãe, cuida de mim, não se esqueça do seu menino

Menino tentando nadar
Contra a correnteza da ilusão
De que o mundo é somente o que vejo
E não o que sinto com o coração

Que o seu azul possa sempre trazer inspiração
Pois minha alma é marinheiro encantado
E meu corpo apenas um barco
Navegando em sua imensidão

Mãe do Mar, dedico-lhe essa canção
Pois tudo o que posso oferecer-lhe
São minhas palavras em oferenda-oração

Sei que são palavras tolas, rima não tão rica
Mas vem do peito, Mãezinha
Em agradecimento pela vida

Agora talvez eu possa explicar
Porque meu coração bate sem parar
E as ondas fazem travessuras no mar

E o seu amor vestido de gente, amor vestido de mar
Amor em ondas caindo, amor em luz pelo ar

E separação, minha Mãe, é apenas ilusão, apenas um muro
Pois o seu amor interpenetra a todos
O seu amor está em tudo!"

Somos Todos UM SÓ!

- Frank - *
Londres

Ps: Não sou adepto de nenhuma religião, apenas tento conhecer e aproveitar o melhor de cada cultura, religião ou conhecimento que há no mundo. Afinal, todos os caminhos vão dar no mesmo destino.

* Nota de Wagner Borges: Frank é o pseudônimo do nosso amigo Francisco, participante do grupo de estudos do IPPB e da lista Voadores, que atualmente mora em Londres. Ele escreve textos muito inspirados e nos autorizou a postagem desses escritos. Há diversos textos dele postados em nossa seção de textos projetivos e espiritualistas em meio aos diversos textos já enviados pelo site.


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Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.
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