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A mente e seus mistérios

por Silvia Malamud em Psicologia
Atualizado em 15/05/2008 19:40:49


Todos nós recentemente fomos espectadores de cenários terríveis que incluíram mortes trágicas como a da menina atirada pela janela. Vimos estarrecidos o austríaco que abusou de sua filha num porão por 24 anos seguidos. Soubemos dos filhos deste incesto. Estamos em meio a este tipo de padrão humano e nos escandalizamos com aspectos da natureza humana que certamente animais irracionais jamais teriam.

Pessoas como Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Dalai Lama e outros da mesma ordem são e sempre serão ícones de um diferencial da raça humana.
A história da humanidade percorre um ciclo viciado de luta e poder e ao que tudo indica, nunca, desde os primórdios, algo neste sentido mudou.

A pergunta que fica é:

- Quais e quantos mistérios podem ocorrer dentro de uma esfera quase do tamanho de uma bola de futebol? Que mente é essa que todos nós possuímos como passaporte para sermos humanos? Como é que o nosso cérebro pode processar infinitas configurações, inúmeras possibilidades de pensamentos, memórias, ordens de comandos, percepções, etc...?

Outra pergunta:

- Existe evolução humana?
Atualmente, os estudos nos levam a crer que o que mais evolui em nós humanos seriam as especializações da mente. Estamos muito mais ágeis mentalmente do que outrora. Basta ver um filme antigo ou mesmo uma propaganda da década de 70 e você entenderá melhor o sistema de inteligência rápida no qual estamos imersos nos dias de hoje.

Evoluímos na velocidade de nossos pensamentos, mas estamos nos devendo em termos de autoconhecimento. Neste sentido, frente às recentes notícias observadas acima e mesmo revisitando a nossa história, facilmente concordaremos que muitos de nós ainda nos encontramos na categoria de animais humanos com mentes que se especializam em novas lógicas de rapidez, mas que fazem uso deste desenvolvimento como predadores, para as suas conquistas de “sobrevivência”. Luta e poder. Deste modo, a evolução do humano fica totalmente redimensionada e, por conseqüência, questionada.

- Por que será, então, que a consciência humana, inteligente por excelência, não ganha forças de âmbito planetário para que ocorra uma mudança definitivamente positiva em suas condutas?

Em pleno século XXI, temos os cientistas que compreendem a estrutura e as funções do cérebro, mas nada sabem sobre como as nossas identidades se formam dentro dele. Ou de que modo as nossas experiências moldam a identidade que temos, ou de como nos reconhecemos. Ter conhecimento sobre as funções cerebrais ainda não nos confere crédito suficiente para sermos autoconscientes.

Ser autoconsciente é uma conquista diária. Significa saber que algo em nós - que não é local - faz uso dessa incrível máquina cerebral. Significa saber, invariavelmente, que a nossa consciência, que é a local, permeia o nosso cérebro trazendo a qualidade das nossas ações, pensamentos e sentimentos, transcendendo todos os parâmetros neuro/psicológicos conhecidos. Recusar este fato seria o mesmo que negar os fatos surpreendentes que nos acometem seguidas vezes no decorrer das nossas vidas.

Temos ímpetos e sensações de dejá vù que são inexplicáveis por qualquer área lógica de pesquisa. Mesmo Freud associou o inconsciente como o grande depositário de nossa hereditariedade e neste espaço ele locava a alma humana. Um lugar onde o inexplicável de nós mesmos reside.

A verdade é que somos um grande mistério para nós mesmos. Estamos aqui de passagem e embora saibamos que um dia fatalmente iremos morrer, temos um mecanismo que funciona como um chip nos dizendo que a morte só ocorrerá com o outro.

Não posso deixar de pensar em nós como seres multiexistenciais. Associo-me aqui com a Física Quântica. Para sabermos mais de nós mesmos e, principalmente, para transitarmos neste plano como seres criativos, com senso ético e de justiça, somados a uma constante busca de conhecimento, necessitamos nos conhecer de modo diferenciado, entendendo quais aspectos obscuros norteiam muitas das nossas ações impensadas, sabendo em nome do que funcionam e se nos servem para este momento que estamos vivendo.

Se cada pessoa tivesse mais autoconsciência sobre os seus desejos, impulsos (ou mesmo sobre a falta dos mesmos), na certa teríamos um universo bem mais coerente e prazeroso para, aí sim, evoluirmos.
Não percebo a necessidade de se pagar um karma, se você nesta encarnação puder e tiver a coragem de buscar origem dos seus desassossegos, perdoar a si próprio e perdoar outros.

Precisamos saber o que somos e em nome do que estamos sendo, do modo que estamos e somente a partir daí, com o poder que a autoconsciência nos confere, dinamizar para muito, mas muito melhor as nossas existências.

Um processo terapêutico, por exemplo, que observa bem além do comum, pode ser uma excelente porta que se abre para que a dinamização do seu autoconhecimento/vida se inaugure.

Seja corajoso e ouse entrar em contato com os seus assuntos pendentes. Exatamente aqueles pontos que costumamos colocar debaixo do tapete são os que mais nos perturbam.
Lembre-se que a cada microssegundo a sua vida passa e se você não fizer algo para se conhecer, seu tempo/vida um dia expirará sem que tenha usufruído como poderia.
Todos nós podemos. Você pode. Rume para a conquista de si mesmo. Entenda e transforme todos os aspectos obscuros de sua personalidade que por vezes o afetam sem avisar e ouse ser definitivamente responsável pela sua vida, pela conquista do prazer de existir!


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silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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