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Lidando com a dor da desconexão com o predador emocional

por Silvia Malamud em Psicologia
Atualizado em 08/04/2020 11:35:18


Se eu fosse dizer que é fácil se desconectar daqueles por quem nutrimos nossos melhores e maiores sonhos estaria mentindo. Existe dor sim, aliás, existe muita dor quando finalmente entendemos que estamos lidando com pessoas adoecidas, onde qualquer tipo de proximidade afetiva, na qual por ventura afrouxemos as nossas rédeas, pode, quanto menos esperarmos, instantaneamente provocar no predador as suas conhecidas ações, de modo que ele novamente destilará o seu veneno tóxico através do seu conhecido ciclo vicioso. Lembrando que o objetivo principal é, e sempre será, o de lhe quebrar as pernas até que você fique totalmente fragilizada e sem chão. Lembrando ainda que nesta trama, a única pessoa que pode existir é ele. Essas situações infelizmente são inexoráveis e, mesmo que se imagine que não irão acontecer mais, enquanto houverem deslizes, sempre acontecerão.

Recentemente, numa lista de discussões sobre este tema, perguntaram-me se existe cura para estes tipos de personalidade nos quais damos o nome de narcisistas perversos, psicopatas, vampiros emocionais e outros. Sou da visão de mundo que sempre podemos melhorar e que temos uma vida inteira para nos aprimorarmos. A grande questão nestes casos está na pessoa em si, se ela genuinamente quer ou compreende que precisa se autossuperar em algo. Ao que parece, essa vertente dificilmente se aplica nesses casos. Esse tipo de violência emocional, por mais que seja devastadora na vida das vítimas, sempre será velada e na maioria das vezes ocorrerá nos bastidores, onde ninguém ou mesmo pouquíssimas pessoas podem ser testemunhas, o que muitas vezes confunde a própria vítima. Depois das cenas destruidoras, as interpretações são reconfiguradas e as "presas" costumam ser desacreditadas, muitas vezes passando por desequilibradas, ou como aquelas que criam caso por nada.

Mesmo assim, quando já acordadas, a dor maior fica na percepção de que esta dramática situação dificilmente será mudada. Ouço pacientes que compreenderam a trama macabra na qual estavam envolvidas e que conseguiram se desconectar afetivamente de suas mães, pais, parceiros etc.. Algumas contam que embora ainda conversem com eles, ou de algum modo estejam por perto, que os pais, parceiros ou ex-parceiros, depois dessa desconexão sem volta, passaram a chamá-las de "meu amor" e aparentemente começaram a se importar mais com as mesmas. No processo de finalização da desconexão, algumas ainda se enganam ao acharem que teria acontecido alguma espécie de solução e chegam a ousar reabrir as suas guardas diante de tanta gentileza afetiva, mas imediatamente são lembradas que os tais predadores apenas estavam à espreita, por detrás das cortinas de aparência amorosa, esperando pacientemente por uma desatenção para que o bote fosse novamente dado.

Encarar os nossos vilões emocionais, internos e externos de frente e assumir o que eles são e como funcionam é a chance fundamental que temos para reprocessar o que nos aflige percebendo o quanto que eles são e sempre foram, os únicos e verdadeiros obstáculos para que não alcançássemos os nossos mais sagrados objetivos.
Melhor seguir em frente como quem sai de uma guerra, ou como quem abandona uma casa em chamas... E que não pode mais voltar ou olhar para trás. Vale a pena se descolar dessa tela de Sequestro de Almas, afinal, existe muita vida boa além disso.
- Quanto mais despertos, melhor!



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silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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