Menu

O que faço com o medo de sofrer antes de morrer?

por Silvia Malamud em Psicologia
Atualizado em 26/05/2021 16:23:18


É claro que todos nós desejamos fazer a nossa passagem do melhor modo possível. Já tive pacientes que "sonhavam morrer dormindo!" Outros que alucinavam apenas de pensar em passar pelo processo de morrer em sofrimento. "O melhor mesmo é ter um ataque de coração súbito e ir embora de vez", alguns já me disseram.

De qualquer maneira, não posso deixar de pensar no modo como iremos morrer como sendo mais um dos nossos cenários emocionais criando realidades. O medo maior talvez seja o da revelação do nosso inconsciente mais profundo pela forma de como morreremos. Questões implicadas num possível sofrimento têm a ver com: se a vida valeu a pena de ser vivida, ou mesmo sobre a validade da mesma.

Sempre componho minha percepção associando as múltiplas verdades que surgem nos momentos de questionamento e, nesse intrincado tema, também ouso incluir alguns tipos de dúvidas como respostas possíveis. Permito-me somar aos cenários, situações totalmente desconhecidas para todos nós e que, literal e fatalmente, irão colorir o derradeiro momento. Nisso, incluo acidentes de percurso, ou seja, morrer em hora errada, mas, simultaneamente, penso que também nada é obra do acaso. Por outro lado, também acredito que alguns tipos de mortes podem ser carmáticas. E, em assim sendo, como seria lidar com essas contraditórias vertentes? Vamos enumerar possibilidades:

1 - Os cenários emocionais mais profundos revelando-se no processo do morrer. Daí as mortes por doenças e, no pacote, além do sofrimento físico, a possibilidade da experimentação de sensações de amparo, desamparo, acolhimento ou não dos mais próximos. Tudo isso como criação inconsciente de realidades na tentativa de cura emocional das carências afetivas, dos ódios e das mágoas mal resolvidas durante o período de uma vida.
Os sentimentos são exteriorizados por intermédio de doenças que podem evidenciar raiva de si mesmo, culpas, suicídios mascarados. O próprio medo de morrer pode gerar um tipo de morte dolorosa a conta gotas, isso porque além dos apegos, também existe a crença de que morrer dói... Mas... Será mesmo? Tudo construção de realidade em cenários projetados no corpo e ao redor.

2 - Acidente de percurso: uma vez vi num noticiário do Japão, uma mulher que estava andando por uma rua e ao passar debaixo de um prédio, um homem se joga de um andar acima caindo sobre ela. Matou-se, levando-a junto como vítima. Uma história com uma situação incógnita, posto que jamais saberemos se foi obra do acaso, acidente de percurso, criação de realidade ou carma. Outra cena inusitada, da mesma ordem, ocorreu na morte de um garoto quando a família estava voltando de carro de uma viagem. Na pista oposta, de onde estavam com o carro, uma roda se desprendeu de um ônibus em movimento e numa fração de segundo veio rapidamente pulando atingindo o lado deles da pista colidindo com o teto do carro na direção exata da cabeça do menino, que no impacto da batida, imediatamente falece. Interessante que nada aconteceu com as demais pessoas que estavam no carro. E a perguntas que restam ficam em torno de se seria obra do caso, do destino, ou do carma, fato que dificilmente saberemos ao certo.

Hoje compactuo com a visão da física quântica, mais especificamente no que diz respeito à experiência da dupla fenda. Explanando brevemente o fenômeno: Evidenciação de que um jato de luz (fótons) que está em estado de ondas, ou seja, que não é material, pode se tornar partícula (matéria) devido ao olhar de algum observador no evento. A partir da transformação de onda (não matéria) em matéria (partícula), algo que os físicos costumam chamar de "colapso da matéria", rumos e comportamentos diferentes da lógica prevista costumam acontecer. No caso da morte em si, seja pela dor ou por qualquer outro tipo de situação, podemos entendê-la como resultado do nosso olhar para nós mesmos. Durante as nossas vidas materializamos infinitas questões existenciais, inclusive o modo como iremos morrer.

Dizem que aquilo que você mais teme é o que recai sobre você. Não sabemos a potência disso porque também não sabemos sobre os pensamentos subliminares de sobrevivência que podem estar em luta contra estas imagens fatalistas difíceis. A dica de saúde, portanto, é a de sempre conhecer-se o máximo possível e mais, tomar posse do poder pessoal a ponto de transcender-se transformando realidades emocionais indesejáveis em algo satisfatório, inclusive a própria morte. Você pode e merece ser melhor, afinal, é mais do que sabido que pensamentos ruins e medos sombrios têm a capacidade de escurecer dias iluminados que podem estar bem à sua frente.

Habilite-se a atravessar o véu da escuridão e faça o que necessário for para reprocessar o que não esteja bom. Existem inúmeros caminhos para se conseguir este intento. Eu, particularmente, adoro as técnicas de reprocessamento e de abordagens diretas ao inconsciente que aplico.



estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

Gostou?   Sim   Não  
star Avaliação: 1 | Votos: 5


silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

Visite o Site do Autor

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Psicologia clicando aqui.

Deixe seus comentários:



Veja também

As opiniões expressas no artigo são de responsabilidade do autor. O Site não se responsabiliza por quaisquer prestações de serviços de terceiros.


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2024 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa