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Por que vínculos traumáticos abusivos são difíceis de romper?

por Silvia Malamud em Psicologia
Atualizado em 02/10/2020 19:28:24


Imagine um drogadicto, que ao inserir a sua droga é atravessado por intensos sentimentos de excitação, de alegria e bem-estar. Agora imagine este mesmo adicto que, no período de ressaca da droga, tem quimicamente suas redes neurológicas em baixa, porque não há ingrediente bioquímico suficiente no corpo para que este minimamente se mantenha em equilíbrio emocional, o levando a várias descompensações ligadas à dor.

Vínculos traumáticos, em termos de abuso emocional, reverberam situações de medo somadas a períodos de abandono, negligência e maus tratos se revezando continuamente com intensos períodos de pseudoamor, pseudobenevolência e excitação que podem vir via recompensa: por ter sido bonzinho, via sexo, via atitudes aparentemente benéficas e aparentemente espontâneas. Por pior que sejam as situações, este viciante ciclo tóxico tem o poder de contaminar neurológica e quimicamente as suas vítimas, transformando-as em adictas de relacionamentos com ingredientes de compensação, prazer, descompensação e dor.

Estes ciclos repetitivos entre abusador e vítima envolvem ligações e descargas neuroelétricas tóxicas, emocionais, hormonais e químicas muitas vezes difíceis de serem rompidas.
Para se curar os padrões lesivos dessas relações em bons termos, é necessário buscar todo tipo de conhecimento sobre o tema, fazer terapia competente a fim de reprocessar todos os traumas envolvidos e ativar recursos. Passar pela fase de abstinência e instalar novos rumos de satisfação e de prazer diferentes do que se tinha anteriormente é também uma etapa fundamental no processo de cura emocional.

Vícios traumáticos, dessa ordem, são muito mais comuns do que podemos imaginar e essa é uma das questões do porquê pessoas de fora das situações de abuso têm dificuldade para entenderem por que, mesmo em meio a dramas importantes, algumas pessoas têm enorme dificuldade para se verem livres de tais vínculos.

Pessoas que já transitaram por abusos emocionais, por parte de seus cuidadores no período da infância, possuem memória neurológica e psíquica dos ritmos alternados de dor, desconforto e prazer e costumam ser as que são mais propensas a caírem nessas roubadas emocionais. A tendência de se repetirem nos padrões que lhes são conhecidos é bastante grande, mas podem também buscar ajuda terapêutica e aproveitarem deste tempo precioso para despertarem de vez dessas vivências abusivas ativando o fortalecimento das forças interiores para saírem definitivamente desses dramas.
Romper um vínculo tóxico pode parecer um parto extremamente difícil, mas que vale a sua vida, porque quem nasce é você mesmo, com o seu melhor aprendizado, fortalecido, com uma vida nova para viver e com a liberdade de fazer novas escolhas.

Durante o seu processo de contato zero e de cura emocional, independente dos caminhos que escolher para se reinventar, aproveite o seu precioso tempo para pesquisar e reprocessar as dificuldades que pode ter tido em sua infância.

Lembre-se: passar pelo processo de cura emocional resultará na sua Blindagem AntiAbuso.

Quanto mais despertos, melhor!


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silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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