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RELACIONAMENTO com o OUTRO como OPORTUNIDADE de crescimento psicológico.

por Luís Vasconcellos em Psicologia
Atualizado em 31/07/2000 13:07:55


Podemos tomar o RELACIONAMENTO como um dos âmbitos em que o indivíduo moderno pode desenvolver CONSCIÊNCIA de si mesmo, relativIzando sua personalidade, suas idiossincrasias, suas peculiaridades funcionais; aprendendo a todo momento com a natureza sempre criativa e inventiva do mundo, das situações, do OUTRO vivido como NÃO-EU (ações do Inconsciente: ARQUÉTIPOS, dentre eles a Sombra, impulsos, instintos não reconhecidos ou aceitos no âmbito do Ego).
A base da Terapia de Polaridades é o retorno gradual a uma situação de abertura para o novo, para o diferente, para O OUTRO que também vive dentro de nós e que se encontra tanto REPRESENTADO no mundo objetivo, pelas inúmeras formas que podem adquirir pessoas, situações e objetos, quanto nos sonhos e manifestações inconscientes de modo geral. Ainda mais quando consideramos que, com freqüência, estas constituem manifestações de Polaridades Opostas àquelas com que NOS IDENTIFICAMOS (contra as quais, via de regra nos antagonizamos, especialmente quando nos negamos a aceitar a existência de uma SOMBRA PESSOAL). qualquer um de nós pode aprender mecanismos para lidar com tais conflitos em seu âmbito de relacionamento, pois assim os resultados são mais facilmente atingíveis do que se tentarmos lidar com dimensões maiores de nossa existência (sociedade ampla, Estados, Sistemas de crenças coletivizados). Não há um campo de visão, de concepção ou de valor que não possa ser modificado e não há adaptação que não se possa fazer. Todos temos a flexibilidade necessária para introduzir em nossas visões, e concepções de nós mesmos ou dos outros, as modificações que se façam necessárias Pode ter ocorrido o fato de termos perdido esta flexibilidade e adaptabilidade através dos anos de nosso "amadurecimento", dos anos e anos em que nos reduzimos e nos enrijecemos, estreitando nosso universo existencial, a um só tempo, para nos adaptarmos a uma "realidade" já previamente compartimentada (como é a humana ) e, por outro lado, para negociar com esta "realidade socialmente estabelecida" uma adaptação (ou rendição) aos seus termos.
Neste combate e confronto de forças, quase sempre vence o ponto-de-vista convencional, a visão coletiva. Com o tempo nos tornamos "seres robóticos", estandardizados, previsíveis, conformados, repetitivos, cansamo-nos de nós mesmos e também submetemos os outros às nossas próprias e assumidas limitações e dificuldades de adaptação a situações novas. Nossa vida perde o senso de aventura, perde o viço, perde o elã de ser o que é: viva, vital, movimentada, um contínuo aprendizado, um desenvolvimento e um crescimento.
Na prática, robôs só aprendem e dominam áreas especializadas (e sempre as mesmas), não têm criatividade, espontaneidade, não têm soltura ou elasticidade perante situações novas e se limitam a cumprir uma programação aborrecida, repetitiva e mecânica. Em algumas fases da vida muitos pessoas vivem, por assim dizer, "no automático"
Julgamos, a partir de nossas predisposições pessoais, que amamos e odiamos, que acreditamos e desacreditamos, "sabemos" e "desconhecemos"... Acreditamos que existe um Mal absoluto e um Bem igualmente absoluto, que existe de NOSSO LADO a Verdade e do OUTRO LADO a Mentira e, assim, podemos dormir tranqüilos pois tudo está em ordem (o caos está projetado e parece só existir na figura dos OUTROS...). Alguns de nós lamentam, de modo ao mesmo tempo irônico e trágico, por não ter conseguido obrigar o Universo a submeter-se aos modos peculiares que GRUPOS ESPECÍFICOS DE SERES HUMANOS criam para organizá-lo em concepções e crenças "locais" (ou mesmo Deus, que teria então cometido inúmeros erros na Criação). Este tipo de "esforço comunitário" consome boa parte da vida útil de todos os envolvidos, contudo isso não impede que, neste exato momento, inteiras coletividades se dediquem a rituais, hábitos e sistemas de vida que são, AOS OLHOS das concepções que nutrimos sobre ela, de todo inconcebíveis e inaceitáveis.
Estamos, hoje em dia, mais para uma briga e confronto entre os pequenos deuses em que nos tornamos e a "Divina Providência". Esta é possivelmente uma das maiores razões para o sofrimento humano de qualquer tipo, para as neuroses, para a desarmonia, para as brigas e guerras entre pessoas, Estados e sistemas.
A Terapia de Polaridades é uma forma de atacar de frente o problema de nos tornarmos mais completos, mais flexíveis, mais abertos ao novo, ao OUTRO, que é diferente de NÓS, ao DESCONHECIDO e à vida de modo geral. Este propósito é atingido a partir de uma maior integração do campo consciente ( ego - vigília ) com a dinâmica inconsciente. O exercício deste vínculo constitui a CONSCIÊNCIA propriamente dita. Esta dinâmica tem mais de um sentido ou direção: é multifacetada, congregando símbolos e significados complexos. Nossa CONSCIÊNCIA se desenvolve a partir do aumento da capacidade de interpretação e de vivência de seus significados, aproximando estes dois reinos e criando a possibilidade de uma integração.
Um dos objetivos do presente esforço é o de criar oportunidades de percepção e de compreensão da ação dos PARES DE OPOSTOS , assim como das POLARIDADES PSÍQUICAS, dando aos visitantes do vidanova os elementos necessários à compreensão / explicação da ação dos Arquétipos (e suas manifestações práticas) tanto no âmbito introvertido das relações com o próprio Inconsciente, quanto no âmbito extrovertido das relações interpessoais mais significativas.
Veremos que nossa existência prática é basicamente o resultado da complexa ação de um MECANISMO DE TROCAS com o OUTRO (o Inconsciente, o Mundo exterior) e que esta dinâmica resulta em conseqüências observáveis e compreensíveis em todo e qualquer âmbito de nossas vidas.



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luis
Luís Vasconcellos é Psicólogo e atende
em seu consultório em São Paulo.



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