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Relacionamentos via Internet podem dar certo?

por Silvia Malamud em Psicologia
Atualizado em 08/04/2020 11:34:57


A vida na Internet passa por multiplicidade de facetas e formas de conduta. Hoje, indubitavelmente, o contato pela via Internet serve a todos os gostos e idades.
É fato que todos nós estamos vivendo na era do consumidor digital. Concordemos ou não com este pressuposto, ouso afirmar que o mesmo que produz é o mesmo que consome... desde roupas, alimentos, cultura, incluindo as relações pessoais.
As redes sociais hoje funcionando como os clubes sociais de outrora geram a possibilidade das "paqueras", dos contatos imediatos e, a partir daí, de todos os avanços que caracterizam as relações em geral.

Em recente pesquisa, constatou-se que numa cidade grande como São Paulo, uma pessoa consegue relacionar-se mais intimamente apenas com apenas seis amigos. A vida corrida propicia um contato pessoal somente com um número reduzido de indivíduos.
Com o advento das redes sociais, esta possibilidade amplia-se consideravelmente. A conversa via Net possui dupla categoria, pois, à medida que promove intimidade imediata, ao mesmo tempo, pode trazer o efêmero, pautado na era do vazio do nosso século. Se as pessoas se conhecem e por algum motivo não se identificam, com um simples comando "deletar" ou "ficar invisível", o problema é resolvido...

Há anos que a Internet vem influenciando a desconstrução de padrões de comportamento nos relacionamentos afetivos; o conhecimento virtual modifica irreversivelmente as relações ao vivo. A maioria de hoje, muito mais descolada com esta modalidade de relacionamento, parte para as relações concretas, com a possibilidade de iniciarem algo com maior consciência.

Para quem está atento e familiarizado com a linguagem da Web e com as sutilezas que aparecem entre as linhas de conversação, arrisca-se numa empreitada afetiva advinda deste conhecimento, mais seguro do que pode encontrar e mais definido naquilo que irá desenvolver ou consolidar. É lógico que as surpresas sempre ocorrem. Ficar alerta ao que se projeta no outro e na autêntica realidade de quem é esse outro, sempre será questão primordial, no aspecto virtual ou fora dele. Culpar a Internet por não propiciar o par ideal, ou por camuflar aspectos da personalidade do outro, não seria justo dentro deste enfoque.
Apesar de todo avanço anunciado, o ser humano continua o mesmo em suas buscas e necessidades pessoais. A questão é que a maioria ainda está inconsciente sobre o que de verdade move estes desejos, anseios e buscas.

Como exemplo ilustrativo: muitos homens procuram mulheres auto-suficientes e se encantam com suas conversas virtuais... quando as conhecem, porém, no fundo desejam ser os machos da "História" almejando as fêmeas no seu lugar de origem... Notem que este é apenas um exemplo que pode gerar confusão. O contrário também pode ocorrer, quando mulheres independentes buscam homens que as valorizem como tais.
A conversa via Net rola neste sentido, encantando a ambos, mas na hora do vamos ver tudo fica bem diferente, quando a mulher explode em suas carências mais primitivas exigindo de algum modo que este outro a proteja, evidenciando um aspecto emocional não combinado anteriormente, na conversa virtual. As pessoas, no geral, não têm noção de como funcionam... partem de pressupostos sobre si mesmas, buscando alguém nos padrões projetados, sem a menor correspondência com o que são na intimidade.
Às vezes, há sorte do encontro acontecer, mas nem sempre isso ocorre. Por isso, a importância da auto-análise e autoconhecimento para todo e qualquer tipo de empreitada afetiva e, neste caso, pouca importância existe se o encontro acontece pela Internet ou não.
O que vale é a prudência, é a autopesquisa individual de sempre, para que a Internet não seja apenas mais um símbolo de sucesso ou fracasso, na busca do relacionamento perfeito.
Tanto homens como mulheres utilizam o meio virtual para se conhecerem; não existe prevalência sobre os sexos neste tipo de busca.

As redes sociais, como toda versão de comunicação online, podem ser boas ou ruins. Veja que estamos passando pela era do "todos ouvem, todos dão feedbacks" e, assim, constroem a verdadeira comunicação via Net. O modo pelo qual se faz uso das redes -como a superexposição- apenas pode evidenciar melhor questões da personalidade de cada um.

Quem busca um relacionamento -via internet- deveria ficar atento e com um conhecimento prévio de si mesmo razoável. O perigo gerado pelas novas "tribos" e a banalização de situações emocionais difíceis onde a cultura da "tribo" oferece dicas, integrando-se em grupos de pseudonormalidade, muitas vezes funcionam como uma distorção do normal, do viável. Adolescentes costumam ser os mais prejudicados neste sentido.

Para finalizar, gostaria de deixar claro, que todo este movimento de contato gerado pela Internet, apenas evidencia que em pleno século XXI, o ser humano continua na necessidade de se relacionar. No passado recente, havia as cartas, os telégrafos, os mensageiros, as buscas de relacionamentos pelos anúncios de jornais, etc... Como aliado, hoje temos a Internet.
Dica final, começo de tudo: Busque-se antes, para depois encontrar-se com o outro.



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silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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