A História Esquecida da Banha




Por que a banha foi substituída por Óleos Vegetais?
Durante séculos, a banha foi a gordura essencial para cozinhar em grande parte do mundo. Rica, estável e versátil, era usada para fritar, assar, untar e conservar alimentos.
Em muitas culturas (da Europa à Mesoamérica), a gordura animal não era apenas energia: era uma mercadoria valiosa. A banha era usada em produtos de panificação tradicionais, tamales, feijões, tortilhas e geleias.
Tudo mudou no século XX. Em 1911, a Procter & Gamble lançou o Crisco, o primeiro óleo vegetal hidrogenado em larga escala. Eles o promoveram como "limpo, moderno e saudável", em oposição à banha "suja".
A campanha foi um sucesso. Eles usaram táticas agressivas: livros de receitas, publicidade na mídia e alianças com médicos e associações. O resultado: a banha de porco começou a ser vista como antiquada e prejudicial à saúde.
Mas era marketing, não ciência. Estudos posteriores (Mozaffarian et al., 2006; Ramsden et al., 2013) mostram que as gorduras trans industriais (como as da Crisco) são mais prejudiciais do que as gorduras saturadas naturais.
A banha de porco, embora saturada, é isenta de gorduras trans se preparada de forma tradicional. Ela contém vitamina D, ácidos graxos monoinsaturados (como o azeite de oliva) e pode ser mais estável ao calor do que muitos óleos vegetais.
A demonização das gorduras animais foi acompanhada por um aumento no consumo de óleos refinados (soja, canola, milho). Muitos são extraídos com calor, usando solventes como o hexano, e têm alto teor de ômega-6, um nutriente inflamatório.
Hoje, chefs e nutricionistas estão reavaliando a banha de porco. Não como um superalimento, mas como uma opção real, ancestral e menos processada do que muitos "óleos saudáveis" do supermercado.
A manteiga não é inimiga. Sua queda foi mais resultado de interesses comerciais do que de evidências. Como tudo, seu valor depende de contexto, qualidade e moderação.



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