ADEUS À CULPA
LIÇÃO 9 - Parte 2
CELEBRAÇÃO DO AMOR
Eu gostaria de dizer-lhes sobre um projeto na Redwoods, uma casa de repouso em Mill Valley, na Califórnia. Este projeto começou a alguns meses atrás por Mary Cole, uma mulher maravilhosa, de 87 anos de idade, que mora lá. Mary leu sobre nosso trabalho no Centro de Cura de Atitudes e sentiu que os princípios que nós usamos poderiam ser muito úteis para ela mesma e outras pessoas mais velhas.
A premissa de Mary era de que a maioria das pessoas das casas de retiro passavam a maior parte do tempo vivendo do passado e sendo muito medrosos sobre o futuro. Eles frequentemente tinham muitas queixas e ressentimentos - a maioria centrada pela não frequência das visitas dos membros da família ou amigos. Eles estavam preocupados com a sua situação física e a tentados a se sentir vítimas da situação. Seus sentimentos de desamparo e solidão contribuiam para uma visão da vida que é frequentemente desesperadora e sem esperança.
Mary nos solicitou ajuda para apresentar um programa de cura de atitudes na "The Redwoods" para ajudar estas pessoas idosas a encontrar um outro caminho de olhar para o mundo. Nós estávamos encantados a aceitar seu convite e a apoiar e colaborar com ela em seu projeto desde então.
O programa consiste em discussões semanais de grupo, que inclui o material relativos aos conceitos da cura de atitudes. Mary e um ou dois representantes do Centro facilitavam estes grupos e, algumas vezes eu participava destas sessões também.
O propósito destas reuniões era unir os residentes para aplicar os princípios para cura das atitudes em suas vidas diárias. Tem sido uma bênção maravilhosa para mim testemunhar este processo. Vendo percepções transformarem-se e pessoas desenvolverem um sentimento de dignidade e utilidade, bem como eles mesmos ajudando-se mutuamente, reconfirma nossa crença que um crescimento pessoal contínuo é possível em qualquer idade. As condições para o crescimento estão na crença e fé em Deus, no amor incondicional, no perdão e no viver com alegria o instante presente.
No último outono minha agenda tornou-se muito ocupada, e eu não pude ir visitar "The Redwoods" durante muitos meses. Contudo, meu excesso de trabalho diminuiu em janeiro e, novamente, eu fiz planos de ir visitá-los. A caminho do encontro eu passei por uma floricultura, e me ocorreu que seria muito divertido presentear com flores cada membro do grupo. Então, eu comprei três dúzias de rosas.
Eu não estava preparado pela enorme gratidão expressa naquela pequena lembrança! Eu descobri que havia anos sem que muitas dessas pessoas não recebiam flores. Na visita seguinte, eu soube que muitos membros do grupo colocaram suas rosas no refrigerador à noite para preservar seu frescor, assim eles poderiam regozijar-se delas por mais tempo. Era impressionante como aquela simples lembrança podia trazer tamanha alegria - não apenas para eles, mas para mim mesmo. Esta experiência trouxe à tona para mim o princípio para cura das atitudes "Dar e receber são a mesma coisa".
Algumas semanas mais tarde, eu recebi uma instrução durante uma meditação: Trazer crianças, e cada um iria entregar uma rosa para um velhinho. Eu discuti este projeto com Mary e os membros do conselho, e o entusiasmo foi imediato. Nós começamos a fazer planos para organizar nossa surpresa para o dia dos namorados.
Um voluntário do Centro foi para o mercado de flores de São Francisco para ver se nós poderíamos comprar por atacado as rosas, mas a resposta foi um não, visto que as rosas estavam em grande demanda naquela época do ano. Alguns dias depois, um amigo meu ouviu falar sobre nosso projeto, colocou-me em contato com um fornecedor do mercado. Quando eu liguei, ele imediatamente ofereceu-nos as flores de graça. Ele disse "No final, dinheiro não é tudo. Ajudar os outros é o que realmente conta - e esse ato não vai somente torná-los felizes, mas vai fazer meu dia dos namorados o melhor de todos!"
Depois precisávamos de trezentos contâineres individuais para colocar as rosas. Os vasos da Bud eram muito caros para nós e me ocorreu que as garrafas Perrier vazias poderiam solucionar o problema. Os bares locais em Tiburon cooperaram muito neste sentido e concordaram em guardá-las para nós. Logo tornou-se claro, contudo, que não teríamos o suficiente para o dia dos namorados. Foi daí que alguém sugeriu que nós ligássemos para a Companhia de Água Mineral Gasosa Calistoga numa cidade vizinha para ver se a companhia poderia nos ajudar com as garrafas. Nós explicamos nosso projeto para eles, eles concordaram em nos enviar, gratuitamente, todas as garrafas Calistoga vazias de que nós precisássemos. Eu cheguei até o asilo tarde, na manhã do dia dos namorados e encontrei 350 garrafas Calistoga não abertas, com gás! No primeiro momento, parecia que tínhamos outro problema em mãos. Não havia tempo suficiente para esvaziar as garrafas, e nós queríamos saber se a água gasosa mataria as rosas. Contudo, nós todos aprendemos algo novo daquela experiência. O que soubemos foi que, na verdade, as rosas vivem mais em água gasosa do que água normal!
Ao final do dia, as crianças dirigiram-se para os corredores das portas de cada residente. Quando ela se abria, as crianças se apresentavam e presenteavam com uma rosa - dando a cada pessoa idosa um abraço caloroso, juntamente com a flor. Eu vi sorrisos de gratidão aparecerem nos rostos de muitas pessoas que eu aposto não sorriam há muitos anos. Lágrimas de alegria brilhavam nos olhos dos velhinhos e eram refletidos nos nossos próprios olhos também, assim como testemunhamos esta cena tocante revelada várias vezes aquele dia.
Durante aquele momento de doação - quando o amor e os abraços eram dados e recebidos - nenhum de nós estava pensando no passado. Não havia ressentimentos - havia somente alegria. Havia somente a celebração da vida, a celebração do amor.
A experiência daquele dia no Redwoods permanece profunda em meu coração. Toda vez que eu me lembro disto, estes são os pensamentos que me ocorrem: quão simples é doar; quão mais fácil é dividir alegria, ao invés de sofrimento; quão mais fácil é amar do que odiar; quão mais fácil é viver o momento presente, ao invés do que o passado ou o futuro.
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