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Aprendendo o SOMOS TODOS UM com os Xavantes

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É tentar ver através do olho do outro, do olho da outra cultura olhando para a sua. Pois só assim podemos nos conhecer, nos ver no espelho. Ver de frente. Encarar a nós mesmos. É preciso transcender aquilo que nos prende a um único ângulo de visão. Passar o limite de um globo ocular. Se enxergar como o outro, como o nós, como o si.
Então nossos conceitos (representação de algo pelo pensamento) podem ser livres.

É este que quero reproduzir. Um mundo onde as pessoas estão acostumadas a perceber umas às outras (Meu Deus, existe um lugar assim?) Onde eu me espantava com a capacidade de lerem pensamentos, com uma sensibilidade que pairava no ar: o que ocorria com uma pessoa todos da comunidade sentiam. Este refinamento sensível só era possível pois aquele era um lugar onde não se desperdiçava nenhuma expressão, seja ela corporal, oral, visual ou auditiva. Nada era usado em vão. Podia-se então sentir com certeza que nada era sem porquê.
Cada gesto seja de uma pessoa ou da natureza, continha um grande significado. Cada imagem, cada som, cada cheiro era significativo e puro na essência. Todos estavam em prontidão para captá-los.
Aos poucos descobri onde estava a beleza, a verdadeira beleza. A abundância de beleza na coisa mais simples possível, pois lá estava a abundância de significado.
Todo este mundo ilusório criado à nossa volta, é que esconde esta beleza, este mundo verdadeiro. Tudo isto, nada mais é do que sombras substituindo a própria essência. Olhamos as sombras e achamos que são reais. Isto agrava mais ainda a lesão interna que carregam as pessoas cegas de sua identidade, cegas de sensibilidade.

Isto foi o que aprendi: "As coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Que há uma ligação em tudo. O que acontecer com os animais e plantas acontecerá com os homens. Que o homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
Que o ar é precioso, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore e o homem. Todos compartilham seu espírito com a vida que mantém"...

Do livro: PEDZURIWÉ, "O Diálogo entre dois povos que não falam a mesma Língua", de Beatriz Seignemartin e Renata Bueno Pieratti (narra a experiência de convívio de duas amigas com os índios Xavantes no Brasil Central)

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