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Cântico do Homem

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Eu era no princípio, sou e serei até o fim dos tempos.
Nadei no espaço infinito, voei no mundo das ilusões, aproximei-me do círculo da luz elevada e eis-me presentemente prisioneiro da matéria.
Ouvi o ensino de Confúcio, perscrutei a ciência de Bergmann, sentei ao lado de Buda, embaixo da árvore da sabedoria, e eis-me lutando com a ignorância e a mediocridade. Estive no Monte Sinai, onde Moisés teve a visão, no rio Jordão vi os milagres do Nazareno, em Meca ouvi as prédicas de Maomé, e continuo sendo cativo do assombro.
Assisti ao poderio de Babel, à magnanimidade do Egito, à glória da Grécia, e continuo vendo a fraqueza, a humildade e a pequenez em todas essas obras.
Sentei-me com os mágicos de Aindur(lugar histórico na Síria), falei com os sacerdotes de Axum e os profetas da Palestina, mas não deixei de contar a verdade.
Aprendi a ciência que baixou nas Índias, decorei a poesia que rompeu do coração dos habitantes das ilhas árabes. Recordo-me da música que se gerou da suscetibilidade do povo do Oriente e permaneço cego - não vejo, surdo - não ouço.
Suportei a dureza dos invasores ambiciosos; padeci as crueldades dos governos autocratas, a opressão dos fortes carrascos e continuo lutando com o tempo.
Vi e ouvi tudo, quando infante, verei e ouvirei as obras que a juventude produz e chegarei a envelhecer alcançando a perfeição e voltarei para Deus.
Eu era no princípio, sou e serei até o fim dos tempos.

Do livro: Lágrimas e Sorrisos, de Khalil Gibran

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