ECLIPSE
Passados os dias, o Sol Vermelho ganhava os céus de espumas. Tendo as estrelas como companhia. E um vento de assalto, causou alvoroço no espaço, mal sabia que surpresa lhe vinha...
Era a Lua Branca, sua esposa e companheira, que viera ver seus filhos nascidos há mais de 25 bilhões de anos - as Estrelas. Fez silêncio o Firmamento. E das constelações vieram as mais belas luzes e cores, misturando-se ao espaço. Formavam cores dançantes, num voltear de braços.
As estrelas solitárias, todas paradas, contemplavam o espetáculo. Torciam em paz pela harmonia do momento. Era o nascimento de mais um irmão. Porém, à distância daquele minuto, vem uma estrelinha desgarrada separando o céu em dois instantes. Colocou-se entre o Sol e a Lua impedindo o encontro.
Fez silêncio no vácuo:
- Quem aí está? – gritou o Sol Vermelho.
- Eu sou Laya, o infinito correr da noite. Ninguém me governa. E o que eu quero, eu faço! – gritou o asteróide.
A Lua Branca meiga e paciente laçou-lhe os olhos:
- Meu jovem viajante, o presente momento é para o encontro com meu esposo. Nos vemos a cada quatro anos, somente. E hoje seria especial, daríamos a Luz a um rebento cintilante. Irá ele encher os céus de Paz e reinar no Império das Vias-Lácteas, projetando sua luz aos seres viventes.
Compreendido o momento, falou o jovem retirante:
- Posso participar senhora Lua do sagrado encontro, e deixar meu rastro brilhante para que o jovem Astro tenha mais esse atributo no céu reinante?
A Lua Branca sapiente ponderou a rogativa:
- Aceitarei teu presente, ó luminar inclemente. Mas, que de hoje para sempre, todo cometa que cortar os espaços, será um solitário mensageiro. Sua remissão será alcançada levando o calor do abraço aos buracos-negros sufocantes.
E assim aconteceu! Foi-se o jovem Astro, iludido e sorridente, pelo efeito de seu feito inclemente! E do Momento Sagrado entre Sol Vermelho e a Branca Lua, nasceu seu mais novo rebento: os Olhos do Mundo – A Consciência do Espaço e do Tempo.
Hellen Katiuscia de Sá
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