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Esperar não é preciso. Viver é preciso!

Esperar não é preciso. Viver é preciso!
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Se analisarmos, não temos a certeza do amanhã existir.

E se estaremos aqui, caso ele exista.

Existe uma grande probabilidade dele existir, e nós, materialmente, não.

Porém, acabamos sempre deixando decisões, gestos, atitudes para amanhã, para depois...

Temos um dia de cada vez, mas sempre teimamos em contar com os dias seguintes para iniciarmos a transformação, a mudança, o primeiro passo rumo a tudo isso.

Muitos de nós acabamos deixando o tempo passar, e não expressamos o real sentimento que temos por aqueles que nos cercam, sejam eles nossos pais, nossos filhos, nossos amigos.

Amar hoje em dia parece ser cafona, ser antigo.

Ser romântico então, nem pensar.

Isso é sinônimo de gente pegajosa, grudenta...

Não me chame de "Meu Amor.. Alguém pode ouvir..."

Ou, "Se você me ama, finja não me amar... ou ao menos não demonstre isso na frente dos outros, pois lhe torna fraco, vulnerável, antigo..."

Somos rápidos em entoar mantras, preces e orações, mas deixamos sempre pra depois o entendimento deles, pois falar, orar, vibrar, verbal ou mentalmente, nos consola.

Mas, devemos lembrar, que tudo isso nada vale, se não estiver lá dentro do nosso coração, passando, antes, pelo crivo do discernimento e da razão.

Quantas preces foram verbalizadas, quantos mantras entoados, enquanto os nossos pensamentos estavam distante e o nosso coração endurecido, petrificado, sem sentir o que se fazia?

Procuramos sempre estar nos bastidores da vida, nos esquecendo que a vida é vivida no palco, mesmo que as luzes incidam sobre os nossos rostos e, muitas vezes, nos ofusquem a visão.

Nesses momentos, devemos fechar os olhos e sentir o que a vida está nos dizendo. E, quando as luzes se apagarem por completo, já estaremos habituados a agir, a caminhar com os olhos fechados.

Lamentamos, a todo instante, que nossa vida é curta, que o tempo passa muito rápido, e que as tarefas são muitas e os fardos são pesados.

Mas acabamos agindo sempre como se a vida fosse inesgotável, e que as tarefas podem ser deixadas pra depois, que os fardos não são nossos, achando, assim, que enganamos algo ou alguém.

Realmente. Enganamos a nós mesmos.

Às vezes, postergamos a oportunidade de sermos generosos, autênticos, esquecendo que, de repente, quando formos, poderá ser tarde demais, e a espontaneidade ter ido embora.

Deixamos sempre para depois o ato do perdão, do reconhecimento, e preferimos ficar com os ódios e os rancores dentro de nós, por tempos, para um dia, quem sabe, poder perdoar e se livrar do peso.

Daí, esse ato poderá ser tardio, e os sintomas difíceis de serem resolvidos.

Como se o ódio e o rancor fossem semelhantes ao vinho, que, ao longo dos anos, melhora em tonéis de carvalho.

Ledo engano.

Esperamos sempre para passar adiante aquilo que aprendemos, por nos acharmos incompetentes, inabilitados, despreparados... Mas sabemos que isso é apenas uma grande desculpa para se eximir de responsabilidades.

De que adianta ler todos os livros, ver todos os filmes e se aprofundar em temas que morrerão conosco, por covardia de passá-los adiante e, talvez, sermos questionados por nossas verdades não serem tão sólidas quanto pensávamos?

Deveríamos parar de esperar, lembrando que quem espera se cansa, não alcança, e que o tempo é o agora, a oportunidade é essa, e que fugir de nada auxiliará na jornada evolutiva atual.

Fernando Golfar
www.ippb.org.br

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