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Meu amigo, meu grão de areia

Meu amigo, meu grão de areia
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Vou lhe contar uma história, que por sua vez, me foi contada por um triste grão de areia, que felizmente, encontrei em uma das muitas praias de minha vida.

Disse-me o grão de areia, que morava tranqüilo em uma linda montanha, a mais bela entre todas. Cheia de vida. Muitas vidas. Muito verde. Animais e plantas de todas as espécies, água em abundância. Um paraíso.
Porém, um dia, esta montanha, cheia de orgulho e se sentindo toda poderosa, falou para que todos a ouvissem:

- Eu sou a mais linda das montanhas, a rainha, e nada poderá me destruir, me remover.
Sou mais poderosa que o vento, o sol, a chuva e o frio, juntos.

O vento, que por ali passava, ouvindo isso, triste e ofendido, procurou o sol, a chuva e o frio, para contar o que havia sucedido.
O sol, com todo o brilho e calor, falou humildemente:

- Sim, ela é mais poderosa do que todos nós, juntos.

- Juntos, lhe damos calor, alimentamos as suas fontes, lhe damos o que beber, permitimos que se refresque e alisamos suavemente a sua face, com carinho e amor.

- E ela, sabe muito bem disso.

- Vamos então, um a um, aparentemente fracos, enfrentá-la.

Todos se indignaram, porém resolveram aceitar a sugestão do sol; e assim, o vento, a chuva e o frio, se afastaram e deixaram ao sol, a primeira batalha.

Ele brilhou constante e fortemente por muito tempo. Sozinho. E deste modo, as matas quase desapareceram, os rios secaram e os animais buscaram outras áreas onde viver.
A seguir, o sol se recolheu e deixou ao frio, a segunda batalha.
Pouca coisa resistiu ao frio intenso, a vegetação que pouco restava, morreu; as poucas águas dos lagos se congelaram e a vida começou a morrer nesta montanha.
O frio, tendo cumprido a sua tarefa, deu lugar ao vento, que despiu essa montanha de tudo quanto a protegia, e a cada dia, se tornava mais fraca. Vulnerável. Desnuda, e sem qualquer resistência, esta montanha orgulhosa teve que enfrentar a chuva, que veio intensa e corajosa, pronta a retirar, grão a grão, a terra que a natureza, com suas leis
havia provido de tanta beleza, tanta vida, para reduzi-la simplesmente em uma planície, e ter, cada uma de suas partes, seus grãos de areias espalhados pelos rios, mares e oceanos.
Um pouco dela, para contar a todos os homens, o destino que orgulhosamente, escolheu para si.
Nós, que nos sentimos tão poderosos e absolutos, nos esquecemos da dependência que temos de todos que nos cercam e nos auxiliam, por menos importantes que possam parecer.

Somente seremos fortes, quando estivermos firmemente unidos.
Fiéis aos amigos que nos cercam.
Simples, como um grão de areia.


(Lyrio do Valle)

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