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Os primeiros auto-suficientes

Os primeiros auto-suficientes
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Não apenas domicílios e empresas, também povoados e cidades na Alemanha são ou querem tornar-se auto-suficientes em energia. Alguns projetos voltados para o futuro.

August Brandenburg sempre cumprimenta os hóspedes na respectiva língua materna. Disto ele faz questão. E tem de dominar muitas frases de boas-vindas. Pois delegações do Japão, China, Coréia do Sul, Canadá, Chile e Rússia já vieram ao “povoado bioenergético Jühnde”, isto sem falar das legiões de visitantes do própria Alemanha. No vilarejo de 760 habitantes, docemente acomodado na paisagem ondulada do sul da Baixa Saxônia, nas proximidades de Göttingen, Brandenburg é dirigente de uma cooperativa, que mantém uma instalação de biogás, uma usina elétrica, bem como uma rede de canalização que leva a calefação aos prédios do povoado. Em dias especialmente frios, a cooperativa energética opera ainda uma usina de calefação a cavaco de madeira, que fornece calor adicional.

Hóspedes de todo o mundo visitam essas instalações. Elas entraram em funcionamento no outono europeu de 2005. Desde então, elas fizeram de Jühnde o primeiro povoado bioenergético da Alemanha, que, a partir dessa data, tornou-se autárquico em energia. Como fonte energética, utiliza-se a biomassa das plantas que os agricultores cultivam na região. Disto fazem parte a forragem de plantas verdes, capim, milho, trigo, bem como o estrume dos estábulos e os restos de comida. Neste meio tempo, alguns agricultores cultivam adicionalmente plantas energéticas como girassol e escovinha, colza e um cereal denominado triticale. No fermentador de biogás, bactérias decompõem as matérias orgânicas, produzindo metano. Este gás inflamável é incinerado na usina elétrica e de calefação, ao lado. A eletricidade produzida pelo gerador é destinada à rede pública de abastecimento de Jühnde. Através de uma série de acumuladores e permutadores térmicos, o calor produzido ao mesmo tempo aquece a água, distribuída entãopela rede central de calefação. O sistema foi criado pelos membros da cooperativa em 30000 horas de trabalho voluntário. Ele abastece três quartos dos domicílios no povoado.

O esforço vale a pena para todos os envolvidos. Com os agricultores, que fornecem a biomassa, a cooperativa assinou contratos de cinco anos, que se orientam pela cotação mundial do trigo. Em princípio, isto não é mais lucrativo do que a produção normal de cereais. Mas a Lei das Energias Renováveis, criada na Alemanha e que se tornou um sucesso também fora do país, promete uma remuneração mais alta para matérias-primas regenerativas, como é o caso das plantas energéticas. Além disso, elas são colhidas mais cedo, ainda verdes, o que possibilita uma segunda colheita. No cômputo geral, o abastecimento próprio dos povoados com calefação e eletricidade oferece aos agricultores uma renda adicional palpável.

A cooperativa lucra da mesma forma. Desde que a instalação entrou em funcionamento, ela vendeu calefação no valor de cerca de 200000 euros aos moradores de Jühnde. A eletricidade distribuída pela rede local trouxe um faturamento entre 700000 e 800000 euros. “Com isso, tivemos um balanço equilibrado nos primeiros meses de funcionamento”, constata seu presidente Brandenburg. “E estamos orgulhosos de sermos pioneiros”. Com razão, como demonstra o balanço energético de Jühnde. Ele foi feito por Hans Ruppert, que dirige o Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento Sustentável na universidade de Göttingen. O geocientista calculou que, no passado, foram poupadas no povoado cerca de 3000 toneladas do gás do efeito estufa, dióxido de carbono (CO2). Isto significa uma redução de 40% das emissões anteriores.

A transformação de Jühnde numa aldeia bioenergética foi um enorme êxito. Por isto, muitos povoados estão agora tentando seguir o exemplo do vilarejo da Baixa Saxônia. Só a comarca de Göttingen quer tornar autárquicas em energia, nos próximos anos, outras cinco cidadezinhas. As verbas de fomento foram requeridas por 33 povoados. Em todo o país, uma dúzia de outros vilarejos já se adaptaram a um abastecimento completo através de energias renováveis ou estão a caminho disto. Cidades grandes como Freiburg, Ulm e Münster produzem, cada vez mais, eletricidade e água quente através de instalações solares e introduzem outras medidas de proteção ao clima, por exemplo, no transporte público urbano.

A campeã alemã de eletricidade de fonte regenerativa é Dardesheim, na Saxônia-Anhalt, com 950 habitantes. Ela produz a maior quantidade de energia renovável per capita. Mais de 30 instalações de energia eólica geram por ano entre 160 e 190 milhões de quilowatts-hora de eletricidade – isto corresponde ao consumo de cerca de 160000 pessoas. Futuramente, Dardesheim poderá tornar-se pioneira de uma nova técnica energética. A empresa bávara Schmack Biogás AG construirá uma usina a biogás na cidade, que deverá entrar em funcionamento sempre que a calmaria paralisar o parque de energia eólica. A usina combinada poderá fornecer eletricidade continuamente à rede de distribuição, contribuindo assim para cobrir a demanda constante. “Isto não é possível a instalações solares e eólicas isoladas, em decorrência das oscilações”, afirma o chefe da empresa Ulrich Schmack. “Com a nova técnica, nós compensamos esta desvantagem”. Recentemente, o prefeito Rolf-Dieter Künne declarou Dardesheim como “cidade das energias renováveis”. Em conseqüência, uma série de casas foi equipada com coletores solares para produção de eletricidade. Agora, os peritos da cidade estudam um acoplamento eletrônico das instalações, a fim de possibilitar a regulagem central do fornecimento à rede.

Tais povoados são pequenos e podem facilmente, por isto, tornar-se autárquicos em energia. Mas neste meio tempo, mesmo cidades realmente grandes já almejam um abastecimento energético independente. Seu êxito é medido, entre outras coisas, pela “Bundesliga solar”, cuja tabela de classificação é elaborada regularmente pela organização ecológica “Deutsche Umwelthilfe”. Mais de 1040 cidades participam dela. No primeiro lugar na categoria acima de 100000 habitantes está atualmente Ulm, seguida de perto por Freiburg, líder durante vários anos. Os suábios de Ulm brilham com instalações termo-solares para o aquecimento de água. Já a metrópole Freiburg, no sul de Baden, está à frente na produção solar de eletricidade. Não apenas a fachada externa da nova estação ferroviária é revestida de coletores solares. Também sobre o telhado do prédio próximo da Câmara de Indústria e Comércio podem-se ver células solares.

Michael Odenwald

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