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Parábola

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Um dia ganhei um sonho, presente das estrelas de meu céu particular. Era um sonho divertido, original, criativo, mas fui me acostumando a ele pensando que o entendia, quando na realidade estava apenas incomodado com sua presença. Sonhos são seres sensíveis, retraem-se e somem quando não damos a devida atenção. Pouco a pouco minha vida ficou novamente opaca, sem brilho, e nos raros momentos de lucidez não entendia o que havia acontecido com ela. Alguma coisa estava faltando, alguma conta do meu colar de pérolas e brilhantes tinha desaparecido. Achava que a vida estava normal e não percebia que ela não era mais plena.
Deixei de sonhar. Preso ao fascínio do mundo caminhava mecanicamente sobre meus passos acreditando que estava tudo como deveria estar. Que a falta que sentia era normal, coisa que todos sentem e não dão o braço a torcer achando que melhor que isso não pode ser. Até que um dia ouvi uma história:

“Havia um lugar onde existiam dois países; o país da dor, da amargura, e o país da benção, da alegria. O primeiro era quase desértico e o segundo era verde e lindo. Entre os dois países corria um rio caudaloso, perigoso. Muitas pessoas do país da dor ficavam curiosas com o pouco que enxergavam do outro país e sonhavam com o que poderia ter do outro lado. Vários tentaram atravessar o rio, a maioria morria na tentativa e os que conseguiam atravessar não voltavam para dizer como era o outro lado.

“Um dia um homem bondoso, que morava no país da dor, resolveu ajudar na passagem de um lado ao outro ou morrer tentando. Era um homem muito forte e dotado de uma tremenda força de vontade. Amarrou um cabo muito comprido, resistente e flexível, numa árvore à beira do rio, amarrou-se à outra ponta e mergulhou na água. Quando estava muito próximo da outra margem foi visto por caçadores que o flecharam por confundi-lo com um animal estranho. Reunindo suas forças restantes alcançou a outra margem, conseguiu amarrar o cabo numa árvore grandiosa do país das bênçãos e morreu.

“Os que estavam assistindo a epopéia ficaram contristados. Aquele homem era um santo que havia tentado salvá-los do país miserável em que viviam. Choraram, cultuaram seu nome e começaram a recordar tudo que ele havia feito e falado. Inventaram histórias a respeito dele, fizeram biografias, levantaram estátuas e mais do que isso fizeram altares para louvar seu nome. Acabaram erguendo templos e alguns se sentindo mais capazes tomaram conta desses templos e ficaram como intermediários entre aquele santo homem e os demais seres humanos.

“O cabo continuou onde estava e as pessoas se esqueceram dele. Trepadeiras cobriram a ponta do cabo que foi ficando escondido como se nunca tivesse existido. E a obra máxima daquele homem, a única coisa que realmente importava, está lá perdida, abandonada. De vez em quando alguém resolve investigar e descobre o cabo. Uns mais preparados conseguem até usar o cabo e passar para o outro país. Como existe caminho de volta eles voltam e tentam avisar seus irmãos que sorriem e pensam: endoidou.

“E o contador da história concluiu: Deturparam tudo que fiz. O homem não era importante, o importante era a ponte!"
A história calou fundo em mim. Lembrei do meu sonho e chorei amargamente o sonho perdido. Depois fiquei alegre, o sonho não estava perdido, estava dentro de mim. Está dentro de todos nós, pois cada um de nós tem um cabo; nós somos o cabo. Nós somos o caminho, a verdade e a vida e só através de nós podemos chegar ao Pai!

Com amor,
Rodrigo

Rodrigo Araes Caldas Farias é astrólogo, professor e presidente da CNA - Central Nacional de Astrologia.
https://cnastrologia.org.br/site/

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