Renovação espiritual para um dia-a-dia mais feliz
Quando chegamos esbaforidos ao trabalho, depois de termos sobrevivido à incrível jornada que começa quando abrimos os olhos, sabemos que o dia mal está começando. Demandas de trabalho, conversas de colegas, o mau humor de nosso chefe e nossas complicações amorosas insistem em se meter na nossa rotina.
O dia passa, quase sem querer e, ufa, quando ele acaba nos perguntamos, meio que em silêncio, o que é que eu estou fazendo aqui? Longe da pergunta filosófica que tem levado muitos personagens históricos a quebrar a cabeça, basicamente desejamos saber se o esforço vale a pena.
A resposta é simples, mas exige uma grande coragem para encará-la de frente: só vale se fizermos ela valer. Nós somos ao mesmo tempo o financiador, o avalista e o titular de nossa vida. Sua riqueza é medida em momentos de felicidade. O que precisamos decidir em cada momento de nossa vida é qual o tipo de felicidade que desejamos desfrutar, efêmera e circunstancial ou definitiva e constante.
Todos os dias optamos pela primeira em detrimento da segunda, mas quando marcados pelo destemor e motivados pela vontade de chacoalhar o marasmo para fora de nossa vida optamos pelo segundo tipo de felicidade, a definitiva, damos o primeiro passo para a nossa renovação espiritual.
Como distinguir entre um e outro? Sem segredos. Toda felicidade que nasce a partir do desejo de beneficiarmos os outros, independente do que venhamos a receber em troca, é definitiva, absoluta. Ela possui esta qualidade, pois deixa nossa mente mais leve e fortalece as ligações neurais relacionadas à sensação de alegria e contentamento.
Mais ainda, desejar o bem é tudo que precisamos fazer, enquanto andarilhos principiantes na trilha do despertar espiritual.
Assim, quando acordar e, ao longo de todo o dia, deseje que seus amigos, seus inimigos e aqueles que não são nem um nem outro, obtenham tudo de bom que o mundo pode oferecer. O único risco que corremos é ver, ao longo da estrada rumo à felicidade, o sol da renovação espiritual raiar.
Sergio de Senna - Mestre em estudos budistas, formado pela Universidade de Katmandu, no Nepal.
Recebido de Bruno Aires
[email protected]
Deixe seus comentários:
Veja também
As opiniões expressas neste artigo são da responsabilidade do autor. O Site não se responsabiliza por quaisquer prestações de serviços de terceiros, conforme termo de uso STUM.