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Um novo eu para ser eu de novo!

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Sempre estou adiando as coisas, deixando tudo para depois.
Esperando que quando isso ou aquilo acontecer, aí sim, mudarei a minha vida, meus hábitos, serei mais saudável, farei ginástica, Yoga. Tomarei finalmente essa e aquela decisão.
Assim, vou seguindo infeliz e agindo mal comigo mesma, apresentando mil e uma desculpas para justificar, mascarar minha covardia e estagnação.
Quero, desejo muitas coisas, mas não estou cuidando do catalisador dessas mudanças: eu mesma.
Continuo andando às cegas, tateando no escuro em busca de uma coisa mágica que transforme a minha vida.
Não vivo aqui, porque estou presa a ilusões; estou vivendo num mundo ideal que criei como resposta às minhas dores e ao que minha autopiedade acredita ser direito legítimo. Afinal, não é possível que a coitadinha não mereça tudo depois de tanto sofrimento.
Agora, decido sair do estado de hipnose e auto-engano.
Voltar pra casa.
Fiquei fora muito tempo. Ela está suja, empoeirada, com rachaduras e teias de aranha, mas é minha casa: EU.
Preciso remover, limpar a sujeira, o ódio, a raiva, a mágoa, o sentimento de fracasso e a culpa. Tirar os entulhos que guardo há tanto tempo e a que tanto me apeguei: ofensas, traições, cartas antigas, lembranças dolorosas. Consertar as rachaduras, curar as feridas, abrir as portas e janelas para o novo, sem tratar isso como algo desconhecido, surpreendente.
Novo, palavra originada do latim novu, que pasmem, tem também como definição: o que ainda não serviu ou tem pouco uso; repetido, ignorado, renovado.
Jamais voltarei a crer que somente quando encher esta casa de visitas, coisas, realizações, entulhos novos ou novos entulhos, é que ela será perfeita.
Se satisfazer as nossas necessidades é mais difícil do que satisfazer as necessidades das outras pessoas, exatamente porque somos exigentes demais conosco, significa então, que o melhor, a excelência, só nós podemos dar a nós mesmos.
Por isso, olhamos tanto para fora, para os outros, para não ouvir nossa própria voz. Acumulamos tarefas e obrigações como quem aumenta o volume da música para não ouvir a voz do vizinho que está brigando.
Dói olhar para si. Soa como perda de tempo e procrastinação.
Enquanto escrevo e sei o quanto isso está me inquietando, minha mente me diz: “Ei moça, você precisa colocar o feijão no fogo”. O almoço, as ligações, as obrigações.
Mas tudo o que eu queria era ficar aqui e escutar meu coração responder o que ele quer.
Largar tudo e ir à praia, quem sabe!
Deitar na rede e ler um livro de piadas, talvez.
Ou dar-me a sua mão, e que tal um passeio, um reencontro que ele há tanto ansiava para me contar tudo sobre minha vida nos últimos tempos em que estive fora?

Aline Lima 01/06/06

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