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UMA BREVE HISTÓRIA DE BUDA 2

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No seu estado de êxtase experimentou o Paraíso (Nirvana), onde "não há terra, nem água, nem fogo, nem ar, que não é este mundo nem outro mundo e onde não existe nem sol, nem lua, nem nascimento, nem morte. Ali está o fim de todo o sofrimento do homem".
No final daquela manhã, ele atingira o verdadeiro sentido da vida, e transformara-se em Buda(o Iluminado).
Mas, ao invés de permanecer neste estado pelo resto de seus dias, resolveu voltar ao convívio humano e ensinar a todos sobre o que tinha aprendido e experimentado.
Aquele que antes se chamava Sidarta, agora transformado em Buda, deixou para trás a árvore sob cujos ramos conseguira atingir a iluminação e partiu para a cidade de Sarnath, onde encontrou os seus antigos companheiros e desenhou um círculo no chão, para representar a roda da existência que leva constantemente ao nascimento e à morte. Explicou que não tinha sido feliz como um príncipe que possuía tudo, mas tampouco aprendera a sabedoria através da renúncia total. O que o ser humano devia buscar para chegar ao Paraíso, era o chamado "caminho do meio": nem buscar a dor, nem ser escravo do prazer.
Os homens, impressionados com aquilo que ouviam de Buda, resolveram segui-lo, peregrinando de cidade em cidade. À medida que escutavam a boa nova, mais e mais discípulos e discípulas se juntavam ao grupo e Buda começou a organizar comunidades de devotos, partindo do princípio que eles podiam se ajudar mutuamente nos deveres do corpo e do espírito.
Em uma dessas viagens, Buda regressou à sua cidade natal, e seu pai sofreu muito ao vê-lo pedindo esmolas. Mas ele beijou seus pés, dizendo: "o senhor pertence à uma linhagem de reis, mas eu pertenço a uma linhagem de Budas, e milhares deles também viviam de esmolas". O rei lembrou-se da profecia que fora feita durante a sua concepção, e reconciliou-se com Buda. Seu filho e sua mulher, que por muitos anos se queixavam de ter sido abandonados, terminaram por compreender sua missão e fundaram uma comunidade onde seus ensinamentos passaram a ser transmitidos.
Quando estava chegando aos oitenta anos de idade, comeu um alimento estragado e soube que iria morrer de intoxicação. Ajudado pelos discípulos, conseguiu viajar até Kusinhagara, onde deitou-se pela última vez ao lado de uma árvore.
Buda chamou seu primo Ananda e disse:
- "Estou velho e minha peregrinação nesta vida está próxima do final. Meu corpo parece uma carroça que já foi muito usada, e mantém-se funcionando apenas porque algumas de suas peças estão precariamente amarradas com tiras de couro. Mas agora basta, é o momento de partir -."
Depois virou-se para os seus discípulos e quis saber se alguém tinha alguma dúvida. Ninguém disse nada. Três vezes fez a pergunta, mas todos permaneceram em silêncio.
Buda morreu sorrindo. Seus ensinamentos, hoje codificados sob a forma de uma religião filosófica estão espalhados por quase toda a Ásia. Consistem, em essência, de uma profunda compreensão de si mesmo e de um grande respeito pelo próximo.

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