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Vida

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Não basta ver a vida passar. É preciso passar com ela. Quem assiste a vida passando embaixo de sua janela, pode não errar tanto, mas também não acerta. Pode não fazer o mal, mas também não faz o bem.
Quem olha a vida de longe, como se ela fosse personagem distante de si, não a conhece de verdade e não poderá reconhecê-la quando despertar. E quem não é capaz de reconhecer a vida, morre a cada dia, atropelado por ela, sem piedade.

Assistir a vida é ato passivo, gelado, mecânico, que pouco nos acrescenta e muito nos ilude. Vivê-la é ato de louvor a Deus, de saudação ao universo, de respeito a si mesmo.
Olhar a vida de cima, como se ela não nos pudesse atingir, é atitude de arrogância, consigo, com os outros e com Deus.

Deixar que a vida nos alcance com todas as suas pedras e espinhos, com todos os seus prazeres e emoções, com todas as suas alegrias e descobertas, é renascimento constante, a cada segundo.

A vida nos foi dada para ser cuidada e aproveitada, sem medo ou culpa, sem melindre ou preconceito, pois a vida é o que é, é obra divina, é presente e presença de luz, é energia em movimento.
Observar a vida sem querer partilhar dela e com ela, é egoísmo, é orgulho cego e ignorante de quem não sabe que está aqui para participar dela, com todas as suas reviravoltas e surpresas.
A vida está no sangue que corre em nossas veias, no Sol que nasce todos os dias, na água poluída do rio que tenta correr, na mão agressiva do trombadinha da esquina e no sorriso do bebê que vemos na TV.
Em tudo há vida e em nós também. Somos parte dela e ela de nós. Não é possível viver à sua margem, pois ela não tem margem, só leito. Um leito que corre veloz e furiosamente em busca de luz e amor.

Quando você sorri, também vive. E quando chora, vive mais. Quando canta, vive. Quando dorme, vive. E quando morre, vive em plenitude.

Não há como fugir dela. Não há como aprisioná-la. Não há como detê-la ou atrasá-la. Ela tem pressa e, ao mesmo tempo, paciência. Ela tem Deus em si, e Ele a tem em suas mãos.
A vida pode ter mil faces, mil nomes, mas não pode se esconder. Pode subir às alturas celestiais e descer aos abismos infinitos. Pode ser luz e trevas. Pode ser a própria morte e, ainda assim, ser vida.
Podemos escolher vivê-la ou vivê-la... Na primeira opção, vivemos conscientemente, sabemos que vivemos, buscamos viver da melhor forma que podemos e, mesmo sofrendo, não desistimos de viver.
Na segunda, vivemos, apesar de estarmos mortos para a vida. Sofremos, apesar de fugirmos da dor. Vivemos e sofremos por não querermos viver e, mesmo assim, a vida nos perseguir.
A vida está nas folhas verdes vivazes e nas folhas secas inertes. Está na pedra estática e na água agitada. Está em mim e em você, nele e nela, em todos e em tudo, onde quer que estejamos.
Não há como escapar. Ela nos espreita, esperando para nos dar o bote e atar ao pulso fresco da carne. Não há como evitar. Ela nos observa e, enquanto lamentamos sua perseguição implacável, ela nos prepara novos botes vida afora, vidas afora...
Vida que a quero vida. Vida que a quero morte. Quero sempre viver, ainda que ela me pareça a morte. Quero ainda morrer para que possa sempre viver e voltar a novos viveres que o futuro me reserva. Quero a vida em mim como ela é, para que eu possa ser como ela.
Vida que vivo hoje, ontem e amanhã. Vida que só tem presente, mas que passeia pelo passado e pelo futuro. Vida sem tempo nem espaço. Vida que preenche a tudo, e a tudo esvazia para tornar cada vez mais pleno.
Vida que sai, sem nunca partir. Vida que entra, sem nunca chegar. Vida que une o princípio e o fim no que não tem princípio ou fim.
Vida que lateja, brande e grita. Vida que sussurra, suspira e arfa. Vida que aquece e congela. Vida que atrai e repele, que avança e parece regredir. Vida que vê sem olhar, vida que sente, sem tocar.
Vida que nasce e renasce sem ter morrido. Vida que insiste em nascer e renascer a cada morte.

Maísa Intelisano
[email protected]
www.ippb.org.br


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