A depressão e a FÉ!
Atualizado dia 10/26/2015 7:48:32 AM em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
Muitas são as razões que levam uma pessoa à depressão. Pode ser temporária, a perda de algo ou alguém importante, uma decepção, uma traição, o ser ignorado (a) por alguém, e muitas outras causas. E qualquer motivo desses pode ser prolongado o período, tornar-se uma depressão crônica. Nesse caso, os riscos se tornam muito grandes, gerando até finais extremos, como o suicídio. A pessoa não suporta (ou apenas decide que não quer) mais viver sem o interesse por tudo e todos que a cerca.
No olhar de pessoas depressivas faltam cores. Não existe o brilho que fortalece a conexão com a vida. Enquanto o estado depressivo gera incômodo ou mesmo dor a pessoa, ela se encontra com sua fé abalada, mas ainda existente. É como uma lâmpada suja, empoeirada. Acende, mas ilumina mal.
O trabalho de “limpeza” dessa lâmpada é exaustivo. Exige e muito de quem se dispõe a buscar dentro de si a energia que se encontra perdida, em algum canto escondida. Quais são os elementos que farão a fé se manifestar novamente?
São únicos a cada pessoa. Porém, uma coisa é sabida: pertencem apenas à pessoa. Não estão vinculados às pessoas ou situações externas. Muitas vezes familiares contribuem na manutenção da “doença”, pois a “cura” pode representar o rompimento declarado dos vínculos afetivos e familiares.
Descobrir que um ente amado perdeu todo o significado em sua existência é muito duro. Cruel até. A depressão é um amortecimento dessa crueldade, poupando o envolvido desse impacto, ficando com todas as consequências o então deprimido. Como cultivar a fé aqueles que acreditam que suas vidas desmoronaram, pois o que passaram a sentir não é aprovado nem por eles mesmos?
A fé impulsiona, é o combustível que nos move, portanto, é preciso estar sempre abastecido, caso contrário ocorrerá a conhecida “pane seca”, a parada por falta de combustível. Se continuarmos nessa metáfora, empurrar o veículo exige um esforço enorme, conforme já dito acima.
Pessoas acham que basta dizer que têm fé para que se sintam energizadas, dispostas para qualquer situação, como se uma força externa as envolvessem com uma cúpula protetora. Isso não é fé e sim uma tentativa de transferência de responsabilidades. Quando isso ocorre, nas primeiras decepções por não se verem atendidas, vociferam contra deus.
Há também aquelas que já se abandonaram totalmente, tudo “tanto faz como tanto fez”, nelas a fé deixou de se manifestar. Não se detecta sinais de dor ou inquietude pelo seu próprio estado. A lâmpada está “queimada”.
Casos extremos, gravíssimos e de quase nenhuma possibilidade de atuação por parte da ciência, a não ser o dopar ainda mais quem já se autoinsensibilizou. Completo estado de abandono. Ao estar com pessoas nesse estado é importante prestar muita atenção em seu olhar. Algo dito pode despertar breve e rápido brilho em seus olhos, o que revela que esse algo lhe foi/é importante. Por isso, preste atenção também em tudo que faz ou diz, pois terá que descobrir o que tocou essa pessoa e então será mais fácil. Pode ser que se encontre uma ponta entre tantos fios emaranhados. Sem pressa e sem pressão, ir gradativamente trazendo o que a sensibilizou a pauta das conversas.
Nos dias atuais, onde o imediatismo impera e a perda de interesse por algo ocorre com incrível rapidez, sem mais paciência e perseverança para se atingir o que se pretende, fica um verdadeiro desafio o exercício da fé. Porém, não há caminhos que abreviem. Isso é uma certeza. Onde leram deus em minúscula, é isso mesmo, mas onde leem a palavra FÉ, vejam-nas com letras maiúsculas.
Texto Revisado
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