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E a vida continua

Atualizado dia 4/18/2008 2:38:20 PM em Almas Gêmeas
por ALZiRiTA


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Dia cinzento. Relâmpagos imprimem cicatrizes surrealistas no impotente céu. Vê-se ao longe uma paisagem sombria... O vento devasta os lírios dos campos e com sua impassível ferocidade enxota das suas tocas os amedrontados animais que correm desembestados e indefesos à procura de um salvador abrigo. Uma mulher caminha com sacrifício por um sinuoso caminho de terra batida contra as adversidades do tempo - a tempestade que se aproxima - e contra a tormenta que assolou sua vida. Uma comprida veste cobre seu corpo vergado pelo cansaço da longa caminhada. Finalmente ela avista o velho castelo desencantado das Almas Perdidas, um lúgubre castelo de pedras cinzentas. Ao chegar à enorme porta de madeira maciça para por alguns minutos sentando-se nos desgastados degraus, também de pedra, invadidos por musgos.

Com o fôlego recuperado e com um esforço astronômico, consegue abrir a pesada porta. Enfim, salva da tempestade! Porém sua missão continua. Ela precisa alcançar a torre do castelo para concretizar o seu articulado plano: o local do desenlace final do trágico amor que se abateu sobre ela. O sacrifício à espera! Mas... sua força de espírito não a deixa desistir; sendo assim, reinicia sua jornada. Com passos cuidadosos e com uma expressão de pedra na face gélida e o olhar perdido em busca de si mesma, luta contra o desespero interior pedindo coragem para finalizar seu propósito. Para minimizar o medo e a solidão conversa em voz alta com as paredes e com o deprimente cenário à sua volta, continuando a sinistra subida por uma perigosa escada em caracol em direção à torre da Revelação.

- E agora? Ó, dúvida cruel! Depois de uma vida feliz, sonhos realizados, alguns ainda por realizar... encontro-me nesta situação – desiludida, desestruturada emocionalmente e plenamente exaurida. Ainda bem que tenho uma sócia leal que nunca me abandona – a fé! Continuo a segurar nas mãos de Deus! E é Ele que me dá forças para combater e vencer essa árdua batalha... Já alcancei a metade do caminho. Já enxergo uma réstia de luz vinda do topo da torre. Parece com a luz do farol que orienta os barcos perdidos na imensidão do mar sinalizando a esperança, o caminho da salvação – o porto seguro. Mais alguns passos e chegarei à torre da Revelação. Enfim... aqui estou.

Lá fora, a chuva forte lava a terra. Poças enormes formam crateras sufocando a terra alagada. O vento ensurdecedor carrega nos braços galhos de árvores, telhas, objetos diversos... O caos se instala nos arredores do castelo. Enquanto isso, na torre da Revelação, a mulher exausta, afogada nas suas emoções, como Ulisses, usando da força que lhe resta e com um gesto brusco... abre a janela emperrada pela ação do tempo e com os braços abertos em direção ao vazio à sua frente, brada ao vento...

- Vento, Senhor do Tempo, leve meu grito de dor e desencanto aos recantos do mundo! Eu preciso aliviar a minha alma! A chuva que lava a terra... Sinto-a em mim, lavando a minha vida! Ó vento impiedoso, afasta os meus temores para além da fronteira da loucura! Preciso de paz! Eu sei que tudo passa... como as ondas do mar... Tudo sempre passará... Eu sei que amanhã será outro dia! Sei também que ser feliz é preciso! Sei de tudo isso! Mas preciso vomitar o que estou sentindo HOJE, AGORA, neste exato momento, percebe?! Senhor do tempo, Vento, quero que o mundo ouça meu brado de revolta, meu grito de liberdade: para você que partiu, vá pra p... q... p...!

Uma voz emocionada ecoa na escuridão:
- CORTA!

As luzes se acendem. O reboliço volta a reinar no estúdio... A mulher aproxima-se do seu querido amigo e pergunta:

- Alguma correção a fazer, querido? Preciso repetir alguma cena?
- Absolutamente! Nem pensar, queridinha! Você atuou divinamente! O cenário ficou lindo! Esta última “tomada” está digna de ficar nos anais da fama como a cena final do filme Casablanca! Encerramos a filmagem com chave de ouro!
- Verdade? Ótimo. Fico feliz! Bem... Preciso ir. Minha vida me chama, querido!
- Vá, minha linda! Até breve.

Sob uma salva de palmas, a atriz, como uma “Deusa”... retira-se do estúdio feliz pelo dever cumprido e com a certeza de um futuro sucesso de bilheteria.

E assim continua a vida...



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Texto revisado por Cris

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Musicoterapeuta, Radiestesista e Escritora. Criou o Portal SER - Saúde, Energia & Resgate / Centro de Qualidade de Vida & Desenvolvimento Humano, com a intenção de proporcionar recursos de informação para as pessoas que buscam o autoconhecimento. E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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