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Tanto desapego, afinal vale a pena

Atualizado dia 3/23/2016 11:13:09 AM em Almas Gêmeas
por Adriana Garibaldi


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De alguns anos para cá, várias teorias a respeito da necessidade de se buscar o desapego emocional têm emergido das páginas e livros de autoajuda como sendo o grande achado do século, capaz de nos trazer de bandeja a felicidade que procuramos. Conceitos dessa natureza visando a salvaguarda de nosso equilíbrio emocional tomaram a dianteira com uma série de ideias que a sociedade acabou assimilando com a nítida promessa de alcançarmos harmonia psíquica e, em consequência disso, sermos felizes. Critérios que, de tão repetidos, já não são questionados nem analisados de forma a verificarmos o melhor e o pior de cada um deles.
O termo apego soa quase como um palavrão nos dias atuais. Sem dúvida muitas vezes queremos, ou melhor, essas novas teorias querem para nós, que nos desapeguemos de tudo e de todos.
Desapegar de alguns bens de consumo totalmente desnecessários ate que nos cai muito bem, no entanto, continuamos sedentos de possuir coisas de valor relativo e nessa ânsia acabamos desprezando outros valores que nos são mais importantes, principalmente emocionais.

Entramos num processo no qual os vínculos afetivos se perdem pelos caminhos do desprendimento exagerado e temos a nítida sensação que isso tudo nos oferece um contentamento fictício, condicionando-nos a olhar exclusivamente para nós mesmos, imaginando que o campo da afetividade possa ser  uma área totalmente dispensável nas nossas vidas.

Um mundo em que tudo é descartáve , utensílios, roupas, moveis, carros e ... PESSOAS. Se fala por demais no valor de nos concentrar em nós mesmos, sem criar laços de dependência nem apego a nada, e essa nova onda tomou conta da sociedade em que vivemos. Tudo se faz, se diz, se sente, se pensa em função do desapegar.

Vamos analisar juntos tentando pular para fora desse quadrado.

Antes de mais nada precisamos entender qual e o real significado da palavra apego.

Recorrer ao velho dicionário é muito útil neste momento. Nele lemos: APEGO: Sentimento de afeição, de simpatia por alguém ou alguma coisa. Sinônimos: amor, amizade, benevolência, fraternidade, simpatia, ternura, afeto.
Meu Deus minha gente.... Eu quero!! Estou precisando muito de tudo isso. APEGO!!! Contudo ficamos lendo e ouvindo reiteradamente para nos desapegar, e acabamos por imaginar que se nao precisarmos de mais ninguém , somente de nos, seremos em consequência... felizes.

Agora lhes pergunto. Será? Será que com tanta torcida a favor das mentes, e estruturas psicológicas desapegadas somos mais felizes de fato que nossos avos, que as gerações passadas onde o apego não era considerado o vilão da historia? Quando as famílias se reunião em torno da figura dos mais velhos e as crianças brincavam em volta da mesa .Onde existia mais afeto, mais dialogo, mais amor? Fomos realmente mais felizes quando o apego as pessoas foi banido da  face  da terra? Será que estamos contentes desconsiderando os vinculos afetivos como o mais importante elo que nos liga a nossa alegria de viver, ao ponto de nos apegar a eles ,ou  deveremos considerar cabível a posibilidade de deletar esses vinculos  como deletamos despreocupadamente um amigo virtual, ao quem nunca vimos pessoalmente? Enquanto ficamos cada dia mais sozinhos e frustrados.

Sem dúvida as vezes o amor acaba e não nos resta outra coisa que deixarmos ir, desapegar. Isso é fato. Quantos casais no entanto, após anos de separação percebem que eram mais felizes juntos, que ouve egoísmo por traz daquele afastamento e descobrem que existia amor sim, mas a ideia da liberdade absoluta como símbolo de felicidade foi mais forte, fazendo-os egoístas e distantes, separando-os.
Quem ama quer o outro por perto, não quer perder de vista aquela pessoa, porque simplesmente ...a ama. Isso não e posse, mas amor.

Está apegado? Sim? Afinal, que existe de errado nisso? Por acaso sem amor, amizade, benevolência, fraternidade, simpatia, ternura, afeto, sentimentos essencialmente humanos, seriamos felizes?
Os casamentos dos nossos avós duravam décadas, a vida toda. Eles eram mais infelizes do que nós, homens e mulheres desapegados? Sendo  autossuficientes, estaremos de fato satisfeitos com a própria vida?

Sem dúvida que, no passado, existiam muitas uniões de aparência perdurando por medo do que a sociedade da época poderia achar, caso separassem. Ganhamos muito nesse ponto, ninguém fica casado em função desses medos. Mas existiam também uniões felizes, vínculos que perduravam, criaturas que envelheciam juntas e continuavam a se amar, num amor de alma e não somente de corpo.

Hoje vivemos relacionamentos descartáveis. Não deu certo? Na primeira contrariedade, separa. Ficou  velho? Joga fora, se for possível bem longe dos olhos. Uma sociedade que busca avidamente a juventude eterna, onde juventude e beleza são supervalorizadas. Beleza, juventude e prazer é tudo o que se deseja e se valoriza, não restando espaço para se olhar nos olhos, para sentir a beleza que transcende o corpo,beleza  que vem da alma.

Afirma-se que o desapego é sinal de evolução.

Jesus, o grande mestre dos mestres, símbolo máximo de  evolução espiritual, chorou à frente da sepultura de Lázaro, e por amor, resgatou da morte seu grande amigo. Por que não o deixou partir? Não o saberemos. Provavelmente, porque não tinha chegado a sua hora. Contudo, naquele contexto, podemos concluir que tenha  sido por amor, por querê-lo mais um pouco a seu lado. Será que não existiu apego aí? Apego de mãos dadas com o amor na sua expressão máxima, que somente um ser iluminado da altura espiritual do Mestre poderia conceber.

Fortes vínculos de afeto são capazes de nos fazer renascer na nossa condição humana, e também divina.

Pensemos nisso.

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