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ZOZ - Por que a aprovação é uma necessidade para tantas de nós?

Atualizado dia 09/05/2024 20:21:18 em Psicologia
por Margareth Maria Demarchi


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Para entender isso vamos antes imaginar algumas situações:

- Passei pela Sandra ontem e ela não me cumprimentou, será que fiz alguma coisa que ela não gostou? Será que deixei de fazer alguma coisa para ela?

Ou:

- Fui convidada quase de última hora para a festa da Laís e do Eduardo. Será que desejavam que eu não fosse?

Ou:

- O Chefe foi mais compreensivo com a Silvia, onde será que eu estou falhando?

Ou:

- Meu pai nem abriu o presente que eu lhe dei. Por que ele está me desprezando?

Ou:

- Nossa! Parece que ninguém notou meu corte de cabelo?

Ou:

...ah!! Nesse aspecto eu estou sossegada. Meus filhos nunca me deram um “trabalhinho” sequer.

Ou:

- Por que você não quer que eu vá junto com você?

Ou:

- Você parece chateada (o). Espero que não seja por minha causa?

E pode-se parar por aqui porque os exemplos de situações são quase infinitos. Todas as respostas para as perguntas acima, buscam aprovação de alguma forma. Quando alguém precisa de aprovação é porque não se sente aprovada em função da reprovação que acha que outros fazem de si. Isso significa por um lado, o quanto se fica na imaginação e para isso há algum motivo, e por outro lado, o quanto se cultiva o hábito de não esclarecer certos problemas quando eles acontecem. Este é o culto à perfeição.

É assim que se cria uma armadura e ao usá-la se pensa que ela protege das demais pessoas e de suas críticas, e que também ajuda a afastar da crítica interna, aquela que cada uma tem sobre si mesma, e que geralmente procura esconder por não admiti-la e que usa para evitar que quem quer que seja explore ou tente revelar verdadeiros sentimentos de gerados pela imperfeição.

Aquelas dentre nós que sabem o quanto a busca pela perfeição pode ser perturbadora, reconhecem que a falta de uma boa comunicação no relacionamento com outros impede a maior intensidade do vínculo afetivo.

Nesse ponto, vale entender de onde surgiu essa sensação de falta que influi sobre os vínculos e cria a necessidade da aprovação da parte de outros.

Desde quando nascemos e enquanto somos crianças, sempre recebemos de alguém atenção e cuidados, não importa a intensidade. Com isso, a mente estabelece através do pensamento moldado pelo sentimento e pela imaginação um dos aprendizados da vida, ou a regra da retribuição, pela qual temos que retribuir o que recebemos, na mesma medida e intensidade que o aprendizado da infância fixou em nossas mentes.

Para muitas de nós, isso significa aprovar mais o outro do que a si mesmas, o que implica em querer da mesma forma, que este outro nos aprove naquilo que nós mesmas não nos aprovamos.

- Perla, é uma jovem bastante sensível, tímida e dependente do pai e da mãe. Seu irmão, Ricardo, se comporta de forma mais espontânea. A diferença de idade entre os dois é de três anos de idade. Fernanda, a mãe, conta que passavam por uma situação financeira delicada e difícil quando engravidou de Perla. Não bastassem os problemas que enfrentavam, Fernanda e seu marido Humberto ficavam em constante conflito e acusações, coisa que perdurou até os três anos de Perla. Humberto praticamente ignorou a filha durante esse período. Fernanda quase sempre deixava Perla com a avó, numa tentativa inconsciente de se afastar da própria filha e assim ficar longe de sua própria reprovação como mãe.

Passados três anos, Humberto, agora estabilizado financeiramente, supera seus próprios conflitos e volta a ter uma vida a dois com Fernanda, revivendo bons momentos e criando novos bons momentos. Assim, Fernanda engravida-se de Ricardo.

Com o nascimento de Ricardo, a família se revigora, todos se integram, Ricardo recebe atenção, carinho e amor, Perla passa a receber o tratamento adequado e seus pais se comportam como se tentassem recompor aquilo que não foi dado a ela nos três anos anteriores.

Viver três anos no meio de conflitos entre seus pais, criou marcas, Perla sentia as discussões dos pais. Ricardo, nasceu e foi criado envolto por uma realidade completamente diferente, equilibrada e cheia de aceitação e diálogo.

Perla, então com dezessete anos, teme um retrocesso imaginário no relacionamento de seus pais, controla isso com extrema dependência, sempre precisa da opinião deles para cada decisão que tenha que tomar e prefere a companhia dos pais à qualquer outra. Ricardo é independente, age com facilidade e é querido tanto por familiares como pelos amigos.

Esta uma experiência quase única, assim como cada uma de nós tivemos as nossas. Mas, demonstra que o que somos hoje, é resultado de muitos acontecimentos que afetam diretamente as pessoas envolvidas.

 O caso de Fernanda e Perla mostra o quanto um sentimento afetou o comportamento e o desenvolvimento de uma criança e depois adolescente. Por isso, cada caso deve ser analisado com muito respeito e cuidado, há muitas coisas envolvidas, e a correta interpretação destes acontecimentos e da linha do tempo de cada pessoa pode dar uma orientação acertada sobre as raízes do sentimento e da necessidade de aprovação ou de reprovação de si mesma.

Quando a presença dos pais é frequente, a criança participa de forma constante da dinâmica familiar, ela sente e observa os pais. Cria imagens mentais com relação aos pais e essas imagens, durante a fase de desenvolvimento, vão sendo incorporadas no comportamento da criança, que passa a se relacionar usando essas mesmas imagens, dando a elas a sua interpretação e representação do comportamento dos pais pelo carinho, afeto, bronca, expressão de alegria, mal humor e tantas outras manifestações que recebe.

A partir de então, a criança exerce uma escolha e se fixa num determinado comportamento, o que lhe garante mais atenção e exclusividade. Assim, se mostra para o mundo externo como obediente, ou rebelde, ou frágil, ou doente, ou ausente, tímida, orgulhosa, fraca, disciplinada, indisciplinada ou tantas outras características, podendo inclusive mostrar om conjunto delas. É dessa forma que o seu “pequeno mundo” interfere no “grande mundo” e pelo comportamento escolhido acaba movimentando a família.

No entanto, é preciso ter um claro entendimento do que realmente é esta escolha. Sendo ela resultado do comportamento dos pais e das pessoas que interagem com a criança, é importante, a forma como ele, o comportamento, afeta a criança, pois isso é que determinará como ela manifestará suas expressões positivas de vida, tanto quando revela o lado bom, como quando revela a sua rejeição ao prazer e à felicidade, com manifestações adversas.

Há uma forma intermediária, que representa o efeito da grande maioria dentre nós cujos pais ou tutores viveram ou vivem contrariamente à forma pensada ou desejada de vida e escondem, senão, disfarçam quando não querem assumir que algo, um sentimento ou situação se apresenta como a causa de seus desconfortos.

Diante disso, o comportamento da criança revela esse lado ruim na vida familiar, independentemente da vontade de quem vive com essa criança. Sempre o que não é dito, mas deveria ser dito, é somente sentido, mas, na criança, isso é sentido e também é manifestado.

A experiência familiar de cada um será como um mapa para a convivência humana. Esse mapa não é o território[1], mas nos mantém presos aos seus símbolos e significados, e a todo o momento o utilizamos em nossos relacionamentos. No caso acima, o mapa corresponde aos pais e é o referencial tanto para Perla como para Ricardo, assim, pela forma como cada um a experiência é que esse referencial interfere na interpretação que fazem de seus pais.

Já para Fernanda e Humberto, mapa e território contam, e o território representa a ancestralidade, que é.

[1]
Programação Neolinguística – mapa não é território, há uma diferença incontestável entre a realidade e a experiência de realidade de um indivíduo.

* Continua o texto no próximo artigo.

* Direitos autorais Margareth Maria Demarchi
*Todos comentários serão bem-vindos. Obrigada*
 
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