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NORMOSE OU ANOMALIAS DA NORMALIDADE - parte I

Atualizado dia 9/11/2005 8:23:34 PM em Autoconhecimento
por Maria Cristina de Lauro


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Do livro "A arte de viver em paz", de Pierre Weil

DEFINIÇÃO DA NORMOSE

Há, na maioria dos nossos contemporâneos, uma crença bastante enraizada. Segundo esta, tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz, deve ser considerado como normal e por conseguinte servir de guia para o comportamento de todo mundo e mesmo de roteiro para a educação. Certos fatos e descobertas recentes sobre origens do sofrimento e de doenças e sobretudo sobre as guerras, a violência e a destruição ecológica estão a contestar e questionar seriamente a normalidade de certas "normas" ditadas pela sociedade através dos consensos existentes. Está se descobrindo que muitas normas sociais atuais ou passadas, levam ou levaram ao sofrimento moral ou mesmo físico de indivíduos, de grupos, de coletividades inteiras ou mesmo de espécies vivas.

Vamos apenas dar um exemplo entre centenas ou milhares: o do consumo de cigarros. Ainda há alguns tempos atrás era considerado normal as pessoas fumarem. Muito mais, era considerado ofensivo e mal educado pedir a alguém para deixar de fumar na sua presença. À medida em que se reforçava a certeza de que o ato de fumar era lesivo à saúde podendo criar enfizema e câncer pulmonares com conseqüências eventualmente letais, o fato de fumar em si começou a ser questionado sem contar o ato de fumar em público. O resultado foi que esta norma caiu por terra, sendo reforçado em certos países pela sanção legislativa. Resolvemos adotar o termo "Normose" para designar esta forma de comportamento visto como normal mas que na realidade é anormal.

O termo foi forjado na França por Jean Yves Leloup com o qual estamos trabalhando visando estudar o assunto mais a fundo e publicar os resultados das nossas reflexões e investigações. A presente série de artigos constitui um primeiro resumo de artigos já publicados e do estado atual das nossas reflexões.

Vamos em primeiro lugar definir de maneira precisa e clara o termo Normose. Assim, além da Psicose e da Neurose o vocabulário psicopatológico foi enriquecido com a palavra normose.

1. O QUE É UMA "NORMOSE"?

Consideramos como Normose o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir aprovados por um consenso ou pela maioria de uma determinada população e que levam a sofrimentos, doenças ou mortes; em outras palavras, que são patogênicos ou letais e são executados sem que os seus atores tenham consciência desta natureza patológica, isto é, são de natureza inconsciente.

Assim sendo para considerar um comportamento como normático, este tem que ser:
- Inconsciente quanto à sua natureza patogênica.
- Haver um consenso em torno da sua normalidade.
- Ser patogênico ou letal.

Chegou agora o momento de descrevermos as diferentes e inúmeras espécies de normoses que encontramos nas nossas investigações. É o que será objeto da próxima parte de explanação.

2. CLASSIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS NORMOSES

O número de normoses é muito grande. Cada dia que passa descobrimos uma ou várias delas em áreas as mais inesperadas. Uma vez que assimilamos o conceito e não só seu alcance, se torna impossível de não ver. Muito mais; tudo se passa como se antes desta descoberta a gente tivesse sido cego. O próprio conceito se comporta como um poderoso revelador facilitando a tomada de consciência de aspectos essenciais à preservação da nossa saúde e à nossa existência.

Podemos distinguir duas grandes categorias de normoses: as normoses gerais e as normoses específicas.

As normoses gerais são as que possuem um consenso comum a praticamente toda a humanidade. É o caso por exemplo da aceitação do cigarro ou da fantasia da separatividade da qual iremos tratar daqui a pouco.

As normoses específicas têm o seu consenso restrito a determinada nação, população, grupo social ou cultural. Podemos dar como exemplo a prática do duelo entre os homens de classe nobre da Europa até o início deste século ou ainda o uso de assentos que deformam aos poucos a coluna vertebral dos passageiros da classe de motoristas.

Inúmeras outras categorias podem ser criadas em função de diversos parâmetros. Assim sendo, dentro da categoria das normoses específicas podem ser criadas inúmeras outras categorias ou subgrupos, segundo, por exemplo, o tipo de patologia ou de morte a que leva a normose ou ainda ao consumo de determinados produtos ou alimentos. Podemos assim falar de normoses cancerígenas, quer dizer, as que levam à patologia cancerosa. Usamos também a categoria de "normose de consumo" que inclui os inúmeros objetos e serviços prestados e que se revelam patogênicos ou letais.

O presente trabalho tem o objetivo, apenas, de sensibilizar o leitor à existência da normose; então, vamos nos limitar a dar alguns exemplos de cada uma das duas grandes categorias que acabamos de definir.

Texto revisado por Cris

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