Mercúrio Retrógrado em Escorpião
Atualizado dia 11/2/2019 3:25:46 AM em Astrologiapor Fabrizio Ranzolin
Longe do tabu raso dos horóscopos de jornais, de ser uma fase ruim ou boa, é na realidade, um período onde ocorre a necessidade de rever, revisar o que não foi devidamente finalizado, resolvido ou assimilado, como o que ocorre em uma segunda oportunidade em uma área da vida. Em signo fixo de água, move os sedimentos do fundo do rio, que antes tão cristalino, torna-se abruptamente turvo, evidenciando o que estava oculto, mas presente e ignorado. Com a correnteza fluindo (tempo) levando os sedimentos, e após a limpeza concluída, ocorre o retorno da cristalinidade, agora mais verdadeira.
Pela visão da astrologia hindu, um planeta retrógrado no mapa está mais forte, tendo em vista sua relação com o Sol e a proximidade com a Terra, informação que comprovei ao longo de milhares de horas de consultas astrológicas presenciais, e estudos de casos reais, ao longo do meu trabalho como astrólogo.
Mercúrio, sempre próximo ao Sol, por isso elo de ligação, ou mensageiro do rei, reflete a expressão comunicativa e os meios de comunicação. No momento, está em sua série de retrogradações em signos de água desde 2018. Neste 2019, ficou retrógrado em Peixes no início do ano, após em Câncer em julho, agora Escorpião em novembro. Retornará para Peixes no início de 2020, e segue o baile, mudando a série em 2021, para ar de Aquário.
De forma mundana, de existência humana prisioneira do espaço tempo, Mercúrio retrógrado em Escorpião enfatiza a intensidade passional do momento despertado pela lua nova (ver post anterior), situações em a sombra se torna evidente, nas versões ruins em que a sujeira vem à tona, para que possa ser removida.
Será importante não negar a sombra, não fugir de resolver os problemas arrastados, expressar a raiva e a dor, mas, e aqui vai o desafio, muito cuidado para não alimentar demais a fogueira, para que a destruição não se torne sem limites. No fixo de água, a fronteira entre rever a mágoa e lavar a roupa suja, e aproveitar para destruir a lavanderia e toda a casa, é tênue demais.
É necessário e importante segurar o fôlego e mergulhar na dor, deixar as águas fluírem e chorar. Que seres humanos seremos se não tivermos a humildade de sentir a realidade que levamos no peito? Reconhecer o vazio da perda, da saudade, das escolhas sem volta, de que nem sempre tudo dá certo, é sermos o que viemos para ser desde que respiramos pela primeira vez: humanos.
A vida é como uma viagem com passagem só de ida. O irremediável, a perda, a morte, os vazios que nunca serão preenchidos são a única forma de deixarmos de lado nossas arrogâncias frívolas de poder e caminharmos com mais coração neste planeta. É a única forma de nos derrubar, para ficarmos de joelho e poder olhar mais para a dor do outro também, e sentir que sentir é vital para sermos mais fraternos. É quando estamos totalmente vencidos, no chão, que podemos perceber com todo o ser a pura realidade: que somos muito pequenos diante da força da correnteza da vida, que somos seres que estamos caminhando para a morte, impotentes.
Mas se nos deixarmos levar pela revolta destrutiva nos tornaremos tiranos insanos; não é pessoal, disse o universo, é apenas mais um giro ao redor do Sol.
Depois de chorar não leve para o lado pessoal. Se levante depois da chuva e caminhe levemente, agradecendo por poder respirar mais uma vez e receber o luxo de admirar mais um pôr do Sol..
Na imagem, temos o mapa do Sol se pondo com Mercúrio retrógrado e Vênus no horizonte.
Bons ventos..
Texto Revisado
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Fabrizio Ranzolin é astrólogo, escritor e professor em cursos holísticos alternativos. Membro CNA Astrologia do Brasil. Ativista ambiental na preservação da natureza. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Astrologia clicando aqui. |
