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Como lidar com a dor da perda

Atualizado dia 5/4/2017 11:07:26 AM em Autoajuda
por Renato Mayol


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Quando alguém sofre a perda de alguém muito querido, pouco adianta na hora da crise querer tentar consolar seu coração e sua mente falando sobre a inevitabilidade da morte. A dor da perda pode levar dias, meses, anos, e até se tornar crônica. Ela não faz distinção de sexo, raça ou idade, e está na origem de emoções e sentimentos que, quando exteriorizados, nos fazem perceber o quanto essa dor e sofrimento nos igualam. Sobre isso, respeitando o sigilo, vejamos alguns desabafos feitos a médicos e psicólogos por pessoas sofrendo a dor da perda.
Depoimento de L.W. : “Mesmo a morte sendo um destino inevitável, não existem palavras para explicar a perda de alguém muito querido. É intransmissível esse sentimento, essa dor. Apenas quem vivenciou sabe o quanto isso maltrata a nossa alma, em todos os aspectos. Por mais que queiramos, por mais que desejamos, nunca mais seremos os mesmos. As marcas são incuráveis, vitalícias. Perdi a esposa há seis anos. Para mim parece ter sido ontem. Já fiz terapias, tive diálogos com amigos, família, igreja... mas aquele acontecimento não sai da minha vida. O cheiro, a imagem, a voz. Enfim, tudo grudado em mim. Parti para outra relação, mas piorou, pois de quando em vez chamo a atual companheira pelo nome da falecida. Graças a Deus ela tem entendido, mas com muita tristeza e queixas. Tem o agravante de que minhas filhas se parecem com a mãe e quando as vejo é como se ela estivesse ali presente, de novo. Em mim existe só tristeza no olhar e dor no coração. Só mesmo Deus todo poderoso para consolar todos quantos estiverem vivenciando o mesmo”.

Depoimento de E.M.: “O tempo passa, mas ao invés de a saudade diminuir, ela aumenta e aumenta. Não me conformo. Mais nada é igual. Nada. Tudo é triste. Ah como falhei! Deveria ter lhe dito muito mais ‘eu te amo’! Isso está engasgado na minha garganta, no meu coração e na minha alma. Passeio como fazíamos, de mãos dadas, e estendo a mão na esperança de que ela venha pegá-la. Sinto seu perfume, seu rosto lindo, seu sorriso luminoso. Vou onde costumávamos ir e peço o que costumávamos pedir. Troco algumas palavras com quem sempre nos atendia; sento-me em uma mesa afastada, e choro, choro, choro. Lembro-me de quando as suas cinzas, misturadas com purpurina e jogadas no mar, afundaram, e a purpurina, voltando à tona, desenhou uma linda rosa vermelha nas águas. Choro, e deixo as lágrimas caírem por baixo dos meus óculos escuros. À noite, fico olhando para o céu, e para a calçada lá em baixo. O que me consola é a esperança de poder um dia reencontrá-la, emendando o dormir com o acordar”.

Depoimento de J.R.: “Minha mãe se foi há 14 anos, e o meu irmão há dois anos, e minha prima, que eu tanto amava, há um ano. São as pessoas que eu mais amava. Às vezes, quando penso nisso, me mato de chorar. Depois, mais calma, reflito que a morte é o destino final de todos. Rezo e depois sinto um sono profundo. Quando desperto, sinto-me aliviada e é como se alguém me confortasse e me dissesse: Não chora minha filha, tudo vai passar”.

Pelos depoimentos acima, semelhantes a inúmeros outros, nota-se que, em geral, a dor de perder alguém que muito amávamos, e sempre amaremos, costuma ser, para muitas pessoas, um misto de quase infinita tristeza e pesar. Com o intuito de ajudar a enfrentar essa fase de intenso sofrimento emocional são feitas, a seguir, algumas considerações e são oferecidas algumas sugestões que tem se demonstrado úteis em atenuar e até superar a dor da perda.

1- Visto não podermos mudar o passado, não devemos nos deixar consumir por ressentimentos ou remoermos o que poderíamos ou deveríamos ter feito. Ficarmos focados nos pensamentos negativos não mudará o que aconteceu; apenas fará com que nos sintamos piores.

2- Caso nos sintamos culpados após uma perda, ajuda conversarmos com pessoas que conheceram quem perdemos. Elas quase sempre conseguirão nos convencer de que nós não tivemos culpa de nada.

3- O único modo de vencermos o luto é reconhecendo-o, portanto, liberemos a nossa dor e não seguremos as lágrimas. Não há um modo errado de sentirmos a dor ou de expressá-la, o importante é tentar superá-la. Então, permitamo-nos chorar, socar o travesseiro, correr, gritar em um local solitário, pois essas e outras são todas opções válidas.

4- Em alguns momentos, ficarmos sozinhos pode parecer uma boa opção, mas é importante compartilharmos nossos sentimentos com os outros. Pode ser um amigo, um terapeuta ou até algum estranho compassivo. Mesmo se estivermos nos expressando de forma confusa, o fato de termos alguém nos ouvindo já ajuda a liberar a profunda dor que estamos sentindo. À vezes, esses desabafos poderão nos fazer perceber o fato de estarmos felizes dentro da nossa própria infelicidade. Essa descoberta, aliada à certeza de que qualquer pessoa que nos deixou felizes jamais iria querer que ficássemos infelizes e tristes, costuma causar enorme alívio para a dor da perda. E, a partir daí, poderemos começar a agraciar quem perdemos com a nossa determinação de voltar a aproveitar a vida.

5- Distanciar-se de pessoas que não sejam compassivas é bom. Também é bom ignorar pessoas que digam coisas como “não seja tão sensível” ou “eu superei rápido quando isso aconteceu comigo”. Acontece que o tempo para a recuperação emocional é totalmente individual, e pode levar semanas, meses ou anos.

Resta lembrar que a amizade, o amor e os laços pessoais que tínhamos com quem partiu sempre existirão e ninguém poderá tirar isso de nós. Porém, é importante evitarmos uma lembrança constante, pois isso pode tornar difícil seguirmos em frente na jornada da vida e, talvez, quem sabe, isso pode até dificultar a jornada de quem partiu.

 
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