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A aldeia e o monge (contos que ouvi)

Atualizado dia 12/10/2006 3:08:39 PM em Autoconhecimento
por Roberto Perche de Menezes


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Era uma aldeia como algumas outras do Nepal. Algumas casas se equilibravam nas paredes do Himalaia, outras se aglomeravam nos vales e fendas. No alto, sereno e não imponente, o templo onde o monge morava e onde recebia a todos da aldeia e visitantes.

Um dia surgiu a idéia, não se sabe bem de onde, de prestarem uma homenagem ao monge. Foi como um rastilho de entusiasmo que contagiou a todos na aldeia. "Como não pensaram nisso antes?!" Durante noites seguidas fizeram reuniões para organizar e preparar as festividades e homenagens. E surgiu uma dúvida: queriam dar ao monge uma lembrança, e justamente aí residia a dificuldade: a aldeia era pobre e isolada e o monge desapegado de bens materiais. E iniciaram-se novas rodadas de sugestões e idéias. De repente alguém lembrou de um ourives que morava não muito distante e que era um artista único. "Por que não um anel de ouro trabalhado?!" A idéia não foi aceita por unanimidade, mas foi aceita por maioria. Procurado, o ourives, ao saber que a peça seria para o monge, esmerou-se mais que o habitual.

Uma comissão de aldeães combinou com o monge e, no dia aprazado, a aldeia era uma festa só. Todos a reverenciar o monge e a demonstrar a gratidão e o respeito que tinham por ele. E então chegou o momento da entrega da lembrança, do anel de ouro. Todos, com o coração na garganta, viram o monge receber o presente, elogiar a peça artisticamente trabalhada, dizer que não havia necessidade daquilo e dizer que, sim, ele aceitava a oferta da aldeia. E foi uma alegria geral. Sim, ele aceitava a oferta com uma condição. "Uma condição?!" Que eles mandassem gravar, no lado de dentro do anel, uma frase que representasse o que é a Vida, qual o significado da Vida. Assim feito, agradeceu a todos, despediu-se e retirou-se, deixando-os com o anel e com a incumbência da gravação.

E em noites seguintes, novas reuniões para a criação da frase. Afinal, criar uma frase a respeito da vida, até que não era tão complicado assim. Mas que coubesse no lado de dentro de um anel... E nas conversas que se seguiram, descobriram, entre surpresos e gratificados, o quanto cada um havia aprendido com o próprio monge, em audiências reservadas que haviam tido e o quanto estavam aprendendo entre si, ao trocar idéias sobre um tema não muito habitual: a Vida, em seu significado e sentido.

De repente, a frase. E silêncio por alguns instantes. Nem se sabia direito quem a havia pronunciado, e também não importava. Aquela era a frase. E foi aceita por unanimidade. Procuraram o ourives, foi feita a gravação, a comissão procurou o monge e nova data foi acertada, para a entrega do anel.

Novamente a aldeia toda reunida e novamente o momento da entrega da lembrança. O monge recebeu o anel - todos com o coração na mão - leu a inscrição, esboçou um sorriso meigo, assentiu com a cabeça e aceitou a lembrança. E aí, sim, júbilo de todos. E lá no anel estava gravado: tudo passa.

Porque assim é a vida. Tudo passa, o de bom e o de ruim. Por isso, quando você estiver vivenciando um período ruim, que parece não ter saída, quando nada parece dar certo e ajuda parece não vir ou não adiantar, não se desespere, não blasmefe e não descreia, porque vai passar. Garanto a você!

E da mesma forma, quando estiver vivendo um período bom, de paz, alegria, progresso, de felicidade mesmo, viva-o bem. Aproveite esse momento. Reparta-o. Seja humilde e agradecido por ele. Porque ele também irá passar. E outros virão, bons e ruins, porque assim é a vida.

Mas se soubermos aprender com os momentos que consideramos ruins, se aprendermos a não repetí-los em nossos pensamentos, e se também tivermos a sabedoria de aplicarmos esses conhecimentos e aprendizados, com Amor, conseguiremos fazer com que os momentos bons sejam mais constantes, e os ruins menos penosos e menos frequentes.

"... em um dia comum, passam pela mente de uma pessoa normal, cerca de sessenta mil pensamentos. E 95% desses pensamentos são iguais aos que você teve no dia anterior! Essa é a tirania do pensamento empobrecido. As pessoas que pensam as mesmas coisas todos os dias, a maioria delas negativa, contraíram maus hábitos mentais. Em vez de se concentrarem em todo o bem que há em suas vidas e pensarem em formas de melhorar as coisas, elas são prisioneiras de seu passado... comece a condicionar sua mente para transformar cada acontecimento em algo positivo e fortalecedor e banirá suas preocupações para sempre. Deixará de ser um prisioneiro de seu passado e tornar-se-á o arquiteto de seu futuro."
R.S.Sharma.

Texto revisado por Cris

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