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A Ameaça das Drogas

Atualizado dia 10/25/2007 5:21:49 PM em Autoconhecimento
por Maria Cristina Tanajura


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Estive outro dia ouvindo uma palestra de uma médica, que trata há vinte anos, de pacientes que usam drogas e fiquei tão impactada por seu discurso, que gostaria de comentar com vocês. Na verdade ela teve o cuidado de deixar claro que o ser humano, através da história, sempre conheceu drogas e eventualmente as usou, de uma forma ou de outra. Entre os índios, na Grécia, em Roma e por aí foi, com a diferença de que nunca a droga se inseriu tanto no contexto social, como no século XX e neste início do XXI, com perspectivas de se tornar cada vez mais usada, por ser uma grande fonte de renda para pessoas inescrupulosas, que se valem da fraqueza de outras para enriquecer. Não são apenas os traficantes, que muitas vezes são presos e respondem por seus atos, mas principalmente aqueles que estão por trás de tudo isso, financiando, administrando e lucrando com o vício de tantos. Por isso, a tendência é o consumo de drogas aumentar. Porque o seu comércio é muito lucrativo. A não ser que a humanidade deixe de valorizar tanto o dinheiro e ao invés de se pautar pela ganância, comece a sentir responsabilidade pelo que faz ao próximo.

Entendi, no discurso da profissional que vive este problema diariamente, o desalento de quem se percebe lutando contra algo incomensurável, muito poderoso. De um lado, a falta de escrúpulos de quem comercia com as drogas e do outro, a fraqueza, a carência de afeto, de diretriz, daqueles que buscam nessas substâncias um alívio instantâneo para a dor que sentem e que muitas vezes não têm sequer a quem revelar. Enquanto a usura por dinheiro cresce, o ser humano, vivendo numa sociedade em que não se tem tempo para exercitar o amor, a solidariedade, é empurrado para o abismo da solução mais fácil e prazerosa - na sua imaginação - que as diversas drogas oferecem. E, segundo a médica, elas estão ficando cada vez mais perigosas, pois substâncias sempre mais potentes, que aumentam a dependência, estão sendo usadas para fazer crescer o número dos que não vivem sem elas, até no próprio fumo dos “inocentes” cigarros de tabaco.

Esta é, talvez, a realidade mais triste dos nossos dias. Sei que não gostamos de pensar neste assunto, de estudá-lo ou de falar sobre ele, mas precisamos. Temos filhos, irmãos, amores, amigos, que podem estar sendo atraídos para essa armadilha terrível e perigosa oferecida pelas drogas - que dizem diminuir a dor, mas escravizam, destróem e entorpecem a consciência do seu usuário, pouco a pouco.

Falamos tanto da violência que está presente na sociedade brasileira, em todos os cantos, mesmo nas antes pacatas cidades do interior. Queremos mais repressão, dizemos que precisamos construir mais prisões para enjaular os que erram, mas raramente falamos nas causas de toda essa crueldade, de todo esse desatino e desequilíbrio que afetam a tantos e que nos ameaçam a todos, em qualquer lugar que estejamos. E, por trás de quase todo esse panorama triste e sombrio, com certeza estão as drogas e os doentes que vivem sem viver, sem saber muitas vezes sequer por que cometem tantos crimes, de forma tão macabra, tão terrível, tornando-se muito piores que animais, pois estamos, certamente, precisando nos aconselhar com o reino animal...

Enfim, há um descontrole muito perigoso neste consumo tão antigo de drogas. E não só se consomem as chamadas drogas ilícitas, mas o fumo, o álcool, os produtos farmacêuticos estão sendo procurados como nunca!

Como evitar que o filho experimente uma droga que é tão oferecida a ele, usada por seus colegas e amigos e dá prazer, em troca? E se ele usar para conhecer como é, por mera curiosidade, tão grande entre os jovens, como podemos garantir que nosso filho não vai se tornar um viciado, um dependente?

Fechando os olhos para o problema que é real e cada vez mais grave, certamente não ajudaremos em nada. Evitando dialogar com nossos jovens sobre isso, estaremos passando uma mensagem de que não nos importa qual a decisão deles. E é preciso falar sobre isso o mais cedo possível, porque as crianças estão deixando de ser crianças cada dia mais cedo. A nossa doce e pura infância dura pouco, hoje em dia, pois a vida mudou, o mundo não é o mesmo e a gente precisa acordar para esta realidade. A mídia invade nossas casas e a mente de nossos filhos, mostrando-lhes a realidade que interessa a ela divulgar - a mais triste - dizem que é porque dá Ipobe - mas é que a televisão está quase todo o tempo a serviço da venda de alguma coisa - e também faz propagandas muito bem feitas de cervejas, remédios, etc.

Bem, a mensagem é que precisamos salvar nossos jovens deste polvo de mil tentáculos que está sempre tentando os arrastar para o mundo triste do vício. Como? Esta é a pergunta que cada um de nós vai ter que procurar responder...
- Dando um exemplo sadio de viver? Não incentivando o uso da bebida alcóolica em nossa própria casa? Tentando resolver as nossas dificuldades através da busca das causas delas e não através do rápido e irresponsável uso de uma substância qualquer que, num passe de mágica, mascara o sintoma, alivia a dor, mas não cura a ferida?
Ficando mais perto, tocando mais aqueles que amamos, procurando saber onde estão, como se sentem? Respeitando-os mais, nas suas dúvidas e ajudando-os, como amigos, nos impasses para eles difíceis de resolver? Falando-lhes de Deus que é Amor, é Vida, é Esperança e procurando ensinar a eles uma ética que está faltando na sociedade, que já não é mais ensinada nas escolas? Admitindo que erramos e apoiando-os e ajudando-os quando erram? Lembrando-nos, antes de os acusarmos, do adolescente que fomos e das imensas dúvidas que também tínhamos? Será que nossos filhos terão a coragem de nos contar as suas inquietações, ou já não nos vêem mais como amigos capazes de os ajudar?

Nós estamos, como família humana, profundamente feridos no coração. Pela falta de afeto, de carinho, de tempo, que pouco temos para dialogar, tocar o outro, lhe falar pacientemente, dizendo-lhe o que sentimos. E vamos tomando pílulas, cheiros, picos, para aplacar a dor... quando a solução está no Amor!

Hão de me dizer que, vira e mexe, eu volto a falar no Amor e na necessidade de amar. É verdade. Mas falo do amor que afaga, acaricia, mas que também coloca limites e diz “não” de forma segura, quando é preciso. Amar não é simples e dá trabalho... é, antes de tudo, cuidar, sentir com o outro, se incomodar, procurar junto soluções. Enfim... amar é viver com responsabilidade, fazendo crescer, sempre mais, a Luz que somos.

Muito podemos, se realmente quisermos! Pois Deus está em nós. Vamos encontrar tempo para amar, ou muitos nunca se encontrarão, nesta encarnação.

Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Cristina Tanajura   
Socióloga, terapeuta transpessoal.
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