A ARTE DE DESLIGAR O HOLOFOTE




Autor Marco Antonio Beck (coaching)
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/4/2011 4:50:05 PM
Rapport. A palavrinha é francesa e tem vários sentidos. Cá pra nós, significa um contato ou conexão entre duas pessoas - ou, mais exatamente, uma conexão em que eu me permito sair do meu mundinho por algum tempo e ver a vida pelos olhos do outro, pensar como ele pensa, sentir o que ele sente, entender as razões pra ele ser do jeito que é. Uma conexão de alma.
Quer saber se você consegue estabelecer rapport? Basta responder (um honesto) sim a três perguntas:
1) Você conversa com seu marido ou com sua esposa, com seus filhos, seus pais, os amigos?
A menos que você seja um ermitão enfiado numa caverna do Himalaia lendo este texto num notebook, a resposta provavelmente será sim. Legal.
2) Na conversa, você dá espaço pro outro falar?
Opa! Se a resposta também foi sim, muito legal em negrito! Você é um dos poucos terráqueos que consegue silenciar pra ouvir o que outro terráqueo tem a dizer.
3) Enquanto o outro fala, você consegue dispensar o julgamento, o velho eu é que sei, e ouvir o que a pessoa diz levando em conta o mapa mental dela e não o seu?
Eis o ípsilon da questão! Se você respondeu sim, meus parabéns!!! em negrito vermelho com três exclamações! Você é um dos raríssimos seres humanos que consegue fazer rapport.
Ah, mas isso é simples. É só se colocar no lugar do outro e...
E...?
Essas reticências é que são o ípsilon do ípsilon da questão e tornam dyfycyl estabelecer o tal rapport. Porque pra se pôr de verdade no lugar do outro é preciso desligar o holofote que a gente tem apontado pro umbigo.
Yep, todos temos um holofote desses. Sabe aquela história do fulano só olha para o próprio umbigo?
Pois é, o fulano é você. Sou eu também.
Ah, mas EU não tenho esse ego todo... nem valor EU me dou... a MINHA autoestima é uma m...
Percebe o holofote?
Não importa se o holofote ilumina a meu favor ou contra mim. O foco é sempre meu próprio umbigo, a mania de me achar a medida dos outros e das coisas, nem que seja pra proclamar minha incomparável depressão ou inigualável baixa estima.
Eulofote apontado pro umbigo, não tem como se pôr no lugar do outro. Não de verdade.
E dá pra desligar o holofote?
Dá. Quer fazer um teste?
Lá vai.
Perdoe-se.
Perdoe todos: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Perdoe toda a dor sentida ou causada, perdoe o remorso, as promessas não-cumpridas, as sacanagens próprias e alheias, o choro, as incompreensões, as surras imerecidas e merecidas, perdoe os deboches, os desencontros, os mal-entendidos, espinhos, pecados, pedras no sapato... Perdoe tudo. Everything.
Não estou dizendo pra esquecer. Estou dizendo pra transformar o peso em entendimento.
Agora saboreie você sem o peso.
Por dez segundos. Pra valer. Vai.
. . . . . . . . .
Esse você leve é você sem o peso do eu é que sei, do o que será que acham de mim?
Leve assim, é fácil sair de você, ir até a outra pessoa, se pôr no lugar dela e depois voltar pra si.
Isso é rapport.








Marco Beck é personal & professional coach com certificação internacional. Também trabalha como ilustrador, revisor e ghost-writer, e seu currículo inclui as editoras Abril, Três e Ática, dentre outras. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |