A cobra é uma corda

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Autor Paulo Tavarez

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 10/24/2025 9:04:08 AM


Segundo Shankara (ou Acharya Shankara), só aquilo que não muda é real (Sat). O universo (Jagat), com todos os seus elementos tangíveis e percebidos por nossos sentidos, não é real (Mithya), uma vez que está em constante transformação. Aquilo que não se transforma é Brahman, é a Realidade Última, que é Pura Consciência (Chit) e Êxtase (Ananda) - enfim, é a Realidade Absoluta.

O universo é apenas uma sobreposição da Realidade, um campo impermanente que aparece e desaparece, que é e deixa de ser. O Ser (Atman) eterno que existe em cada um de nós, porém, não se altera: o Atman não está sujeito a transformações.

Toda essa confusão é criada pela mente - pela imaginação, pela construção de ideias sobre o que é real. Na verdade, somos regidos por ideias: acreditamos antes de saber, e é isso que nos mantém em um cárcere ilusório, concebendo uma realidade evanescente e volátil, que se transforma constantemente de acordo com nosso programa mental de crenças, moldado pelas experiências.

Aquele que vê uma corda no quintal à noite pode muito bem imaginar tratar-se de uma cobra (Sarpa-rajju); com isso, todas as sensações provocadas pela ignorância da realidade o envolvem. Ele vive na fantasia, em enredos imaginários, ao tomar por cobra aquilo que é apenas um construto mental: a ilusão da cobra sobre a corda.

A Consciência (Atman/Brahman) não evolui, como pregam algumas doutrinas, não melhora e nem se aperfeiçoa. Ela simplesmente se revela à medida que o véu de ignorância (Avidya) que se sobrepõe sobre ela se torna mais transparente. Esse véu de ilusão e ignorância é retratado no hinduísmo como o Véu de Maya.

Maya é o poder ilusório que cria e manifesta o universo fenomênico (Jagat), ocultando a verdadeira natureza do Absoluto. Ela faz com que o Absoluto (Brahman, a realidade última e única) pareça se manifestar em uma multiplicidade de formas separadas e em constante mudança, fazendo a consciência individual (Jiva ou Atman) acreditar que é o corpo e o ego (Ahamkara), perdendo a visão de sua identidade com Brahman.

O silêncio e a total abstração mental (ou a meditação profunda e o discernimento (Viveka)) nos ajudam a alcançar a distinção entre o que somos e o que não somos, entre o real e o ilusório, entre Brahman e Maya.

O homem caminha em direção ao Conhecimento (Jnana), o mesmo Conhecimento que, uma vez aceso, revelará que aquilo que ele pensava ser uma cobra, na verdade, é uma corda. Com isso, o medo deixa de imperar e o sofrimento desaparece, pois apenas através do Conhecimento da Verdade (Sat) é possível alcançar a libertação (Moksha).


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Autor Paulo Tavarez   
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