A corrida do (in) sucesso
Atualizado dia 10/9/2018 2:50:13 PM em Autoconhecimentopor Anya Piffer
As causas somam-se a diversos fatores. Desde a mudança drástica dos valores sociais até a dramática alteração no percurso da história da cidadania, incluindo a isto, o desenvolvimento sustentável, que mal saem do papel das instituições; das alterações na geologia, que ajuda a redefinir os rumos que a natureza – muito sábia, está apresentando.
Atualmente, a grande questão do homem é conseguir gerenciar o tempo. Antigamente, as dificuldades eram vivenciadas com mais leveza, embora igualmente dolorosas, mas a leveza que suponho tem a sua representação nas características dos nossos antecessores, que se baseavam em simplicidade, confiança e clareza.
Parece antagônico essa reflexão, mas vejamos: antigamente as informações não chegavam a fragmentos de segundos; as pessoas doentes eram visitadas pelos seus amigos, colegas, vizinhos; nos transportes coletivos as conversas se formavam em torno de acontecimentos singulares; as atividades profissionais eram o meio pelo qual se desenvolviam as habilidades mais importante e dignas de respeito e ensinava-se os valores da honestidade.
E atualmente, como estamos? Sequer ensinamos aos nossos filhos a dar preferência aos mais velhos nos transportes coletivos, mesmo com toda a mídia visual incentivando este ato, e para isso ocorrer é preciso impor regras e desenvolver Leis – talvez até desnecessárias, se ensinássemos nossos filhos a se colocarem no lugar do outro.
As atividades profissionais se tornaram uma verdadeira arena, onde os mais fortes engolem os mais fracos; existem metas quase inatingíveis que quando alcançadas dão lugar a outra meta ainda mais distante. E os valores que haviam naquelas conversas descompromissadas e sem interesses não existem mais. O network é o meio pelo qual muitos almejam subir os degraus que os levará ao próprio distanciamento de si mesmos.
E tudo isso está gerando uma corrida sem freios, sem educação social e sem limites.
O homem precisa encontrar o motivo intrínseco dentro de si e perceber que essa corrida atrás do ouro o levará para caminhos cada vez mais distantes da humanidade coletiva. É preciso estabelecer um ritmo mais ameno, mais adequado ao nosso novo momento, retirando a viseira do consumismo desenfreado da frente dos olhos e assumindo a nossa insignificância diante da natureza. É preciso desenvolver o respeito pela natureza, pela humanidade e pelo outro.
Somente assim, conseguiremos traçar novos desafios coletivos; rever os valores das organizações familiares, religiosas e sociais e acima de tudo, reinventar novos valores consubstanciados no verbo SER, ao invés do Ter. E isso criará uma nova geração de homens mais preparados para obter tudo aquilo que quiser, sem necessariamente esmagar o outro e só enxergar a si mesmo.
Texto Revisado
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