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A energia de lugares históricos

Atualizado dia 7/2/2006 8:41:17 AM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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Cada cenário histórico possui em seu ambiente uma energia particular e própria. Uma energia que é a síntese do que aconteceu neste local. Cenários históricos onde, acima de tudo, prosperou a vida, guardam segredos que aguardam oportunidades de serem revelados. E para que isso aconteça precisamos estar com os nossos canais sensoriais naturalmente receptivos para captarmos o que emana dessa energia ambiental.

No século XVI, missionários jesuítas vindos da Espanha estabeleceram-se na região oeste do que hoje é o estado do Rio Grande do Sul, com a missão de catequizar os índios locais e constituir uma sociedade baseada nos princípios da fé cristã. Entre estes religiosos europeus vieram muitos com conhecimentos de escultura, pintura, canto e música, além de técnicas modernas como a engenharia, a escrita, a imprensa e a metalurgia.

Em uma região inóspita e de natureza selvagem, em poucas dezenas de anos, juntamente com os catequizados índios guaranis, construíram, pedra sobre pedra, reduções que eram verdadeiras cidades, pois dispunham de ruas, casas de moradia, catedral, escolas, oficinas de produção artística, oficinas de técnicas agrícolas, olaria e fundição de metal. Viviam, basicamente, do que plantavam em suas imensas lavouras e do gado que criavam nos campos livres ou do que comercializavam com as outras reduções jesuítico-guarani, pois eram sete os povos das missões localizados em território pertencente à coroa espanhola.

Eram sociedades prósperas que atingiram um alto nível de cultura e de trabalho comunitário. Mas que também começavam a chamar a atenção de Portugal e Espanha que, na época, eram os principais colonizadores do "novo mundo" sul-americano. Obras de arte, o ouro e outras riquezas produzidas principalmente na redução de São Miguel Arcanjo, a maior delas, começavam a ficar conhecidas na Europa e a virar motivo de cobiça.

No ano de 1750, os reis de Espanha e Portugal, os dois maiores impérios do mundo de então, assinaram entre eles o Tratado de Madri. Por este tratado a Espanha entraria de posse da Colônia de Sacramento, uma fortaleza de Portugal plantada no estuário do Prata, bem defronte à cidade de Buenos Aires. Portugal, em troca da fortaleza, passaria a ser dono dos sete povos das missões.

Os índios guaranis destas sete cidades - conforme o tratado - teriam o prazo de seis meses para passarem para o outro lado do rio Uruguai (atualmente território argentino), apenas com seus pertences, deixando em mãos portuguesas suas ricas lavouras de erva mate, seus algodoais e outros produtos agrícolas, além de suas cidades e mais de dois milhões de cabeças de gado que haviam criado no campo.

A notícia, entregue por mensageiro, explodiu como uma bomba entre os índios. Reunidos em conselhos, líderes indígenas e jesuítas discutiram exaustivamente a situação. Mas os índios estavam decididos: iriam resistir até o fim e começaram a preparar-se para a guerra contra portugueses e espanhóis. Não adiantaram os desesperados apelos dos jesuítas que não tiveram eco na Europa. O tratado era definitivo.

Veio a guerra e com ela a inevitável destruição de uma sociedade exemplar. Restaram as ruínas de uma civilização idealizada e que possivelmente tenha chegado próximo à perfeição. Em São Miguel das Missões, o que restou da pujança do passado virou, com o passar do tempo, patrimônio mundial declarado pela UNESCO em 1983. E foi neste cenário histórico que em abril passado, ao visitar as ruínas de São Miguel Arcanjo, tive uma experiência que me provocou forte impressão e cuja explicação em forma de mensagem veio somente poucos dias atrás (dois meses depois), durante exercício de concentração para uma atividade mediúnica.

Na experiência mediúnica via-me em frente à catedral das ruínas de São Miguel Arcanjo. De repente, sentia-me transportado até uma sala nos fundos onde situa-se uma grande pia batismal. Retornava à cena anterior e novamente era transportado à sala da pia batismal. E assim repetiu-se a experiência por mais três ou quatro vezes consecutivas. Até que veio a mensagem: "Muitos de nós que nascemos e vivemos neste lugar, fomos batizados nesta pia. Ela representa para nós a vida, pois a morte não existe. O cenário que lembra morte, abandono, destruição e luto, nada mais representa para o nosso povo. Mas a pia, sim, pois continua sendo a "luz" que ilumina este local que foi de muita paz e de felicidade. Ao visitarem este lugar não imaginem somente a tragédia da qual fomos vítimas. Beneficiem-se da energia criadora e edificante que a vida baseada no amor por aqui deixou as suas marcas. A vida sempre continua...”

A experiência que tivera em abril, ao visitar as ruínas, "não fora por acaso", pois sentira intensamente a energia do ambiente, embora não soubesse explicar aquela forte impressão a respeito da sala da pia batismal. A mensagem vem a esclarecer-nos o seu significado: de que a impressão de "tragédia e morte" que possamos carregar conosco de certos lugares históricos, nada mais representa do que a confusão (ou ilusão) que fazemos a respeito de vida e morte (ou finitude) porque, alheia aos acontecimentos históricos, a vida, acima de tudo, continua em seu ciclo natural contínuo e inesgotável.
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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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