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A GRANDE INQUIETAÇÃO

Atualizado dia 8/30/2008 10:52:45 AM em Autoconhecimento
por Claudette Grazziotin


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Desde que publico meus poemas no STUM - e já faz algum tempo! - tenho me perguntado: Será que a poesia é realmente vista como um instrumento de crescimento e conhecimento indispensável para se encontrar respostas mais completas e profundas que preencham os vazios, as lacunas e interrogações que inquietam a alma humana? E será que ampliam e ajudam as pessoas a terem uma visão mais abrangente e integral do universo e de si mesmas?

Por acreditar que a poesia é uma pedra fundamental nessa construção, continuei colocando meus poemas no site, mesmo quando, aparentemente, os assuntos que eu abordava pareciam nada ter a ver com a filosofia dele. E creio que não me enganei.

Os índices de acesso a meus poemas podem nunca ter sido relevantes, mas hoje, lendo o texto lúcido que encontrei na internet e que transcrevo por sua importância, senti a paz de poder receber a confirmação de que não há nada de errado com meus poemas; eles têm sentido, sim, de estarem presentes no STUM.

Gostaria de compartilhar essa alegria com todos os que têm sensibilidade e são tocados pelo poder de beleza e harmonia que a poesia irradia.

Um abraço.

Claudette

"A grande inquietação
Por Alberto Luiz Fonseca
De Londres
https://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3145281-EI11575,00.html


Nós, seres humanos, procuramos o conhecimento como um todo, mas não sabemos se algum dia o teremos. Provavelmente, nunca. Por isso, somos seres inquietos.

Do todo, quase nada sabemos, até hoje. Para onde vão os planetas, de onde vieram? Por que estamos aqui? Para onde vamos depois? Hoje vai chover?

O irônico, quanto à pequena parcela de conhecimento do mundo que temos, é que nem sabemos se ela tem realmente alguma importância. Não sabemos se o que podemos conhecer deste mundo tem alguma relevância em relação a tudo mais, que não está ao nosso alcance entender, mas podemos apenas intuir.

Por isso, é muito importante a lógica, o pensamento cartesiano: um mais um são dois. Mas é ainda mais importante a poesia. Engana-se quem pensa que a poesia ou a intuição são abstratas ou subjetivas e só a ciência é concreta. A atitude do cientista implica num ato de fé: a fé na possibilidade de conhecer seu objeto. Assim, para ele, só é problema aquilo que, em princípio, ele pode resolver.

Ou seja, a ciência é exata, mas insuficiente, pois o Homem está sempre a buscar respostas completas, muito mais profundas do que a pobre ciência pode lhe dar. Por ser o homem como é, por uma forçosa realidade psicológica, ele não consegue renunciar a possuir uma noção completa do mundo, uma idéia integral do universo. Essa a causa da Grande Inquietação do homem de todos os tempos, esse o tema da filosofia.

O cientista experimental não podendo solucionar à sua maneira as questões fundamentais (de onde vem o mundo, para onde vai, por que existimos, qual o sentido da vida, qual é a potência/fonte definitiva do cosmos, o que existiria se não existíssemos, se não existisse o mundo concreto que vemos, tocamos, sentimos?) decide abandoná-las. Como a raposa faz com os cachos de uva mais altos da videira, na fábula, dizendo serem elas "sem interesse".

Sem interesse porque insolúveis para os métodos usados pelos cientistas. Mas, na verdade, o fato de serem insolúveis só faz aguçar nosso apetite pela verdade.

A verdade científica é bela, exata e incompleta. Flutua por si só como um barquinho de papel no lago da verdade total, à qual se poderia chamar: "mito". A ciência flutua, portanto, em mitologia e é, ela própria, como totalidade explicativa, mito: o admirável mito europeu que importamos - sem taxas.

Segundo Aristóteles, filosofia é a ciência que se busca. De onde vem esse apetite de explicar o universo, da filosofia, essa busca do absoluto? Nada mais fácil: é a atitude nativa e espontânea da mente humana perante a vida. Quem respira e pensa faz a si mesmo essas perguntas fundamentais desde que começou a respirar e pensar.

Nós recebemos, como legado do século XIX, o excesso de importância à ciência que nada mais é do que um mito confortável, explicações parciais que mal conseguem se aproximar do todo.

Alguém se pergunta: por que o enorme sucesso dos livros de auto-ajuda nos dias de hoje? Por que a onda interminável de livros "místicos" vendendo milhares ou milhões de cópias, no Brasil, como no mundo todo?

Simplesmente porque nossa civilização, exageradamente "cientifizada" ou científica, vem deixando cada vez maiores buracos, lacunas nas almas, nos corações das pessoas. A filosofia e sua irmã, a poesia, ainda podem salvar-nos."

Alberto Luiz Fonseca, mineiro e diplomata, serve atualmente na Embaixada do Brasil em Londres, onde ocupa o cargo de Adido Cultural. Filho de pais músicos, foi fundador do "Café com Letras", conhecido café e livraria de Belo Horizonte.

Texto revisado por Cris

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