A jornada para dentro




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/18/2025 9:26:46 AM
Viver de aldeia em aldeia, montado em seu cavalo, perguntando: "Alguém viu o meu cavalo?" - essa imagem resume com precisão o que tantos de nós vivemos. Buscamos por respostas, por sentido, por algo que preencha um vazio, sem perceber que já estamos assentados exatamente sobre aquilo que procuramos. É como um mendigo pedindo esmolas à porta de um castelo, sem saber que o castelo é seu, e dentro dele há um trono esperando por você.
O ser humano tem buscado, desde tempos imemoriais, pelo Reino de Deus, pelo Nirvana, pelo Satori, pelo Fana - nomes diferentes para a mesma realização: o reencontro consigo mesmo. O paradoxo é que essa realização não está em algum lugar distante. Ela é, na verdade, o nosso estado natural. Somos, desde sempre, aquilo que aspiramos ser. O que nos impede de perceber isso é um véu de ilusões: medos, desejos, conflitos - frutos da ignorância de nossa verdadeira natureza.
Este é, talvez, o desafio mais profundo da condição humana: lembrar-se daquilo que já é. Ainda estamos como o peixe que nada pelo oceano sem saber o que é água.
Mas há uma saída. O caminho da libertação passa pelo conhecimento - não o conhecimento acumulado de fora, mas o que nasce do olhar interno, da escuta silenciosa, das reflexões sinceras. Esse saber não se impõe por doutrina, nem nasce de crenças repetidas mecanicamente. Ele floresce quando a mente se aquieta e a alma pode, enfim, respirar.
Não se trata de criticar as religiões. Cada tradição carrega em si centelhas de luz e sabedoria. São como velas que iluminam o caminho até que o sol possa nascer dentro de nós. Mas toda vela é transitória. Um dia, sua chama se apaga. Por isso, é necessário seguir além, em direção à luz permanente que habita o âmago do nosso ser.
As respostas não estão nas palavras ditas por outros, mas naquilo que você mesmo pode ouvir quando faz silêncio. A paz não será um prêmio por boas ações ou crenças corretas, mas uma consequência natural de se tornar inteiro, presente, desperto.
Quando voltarmos o olhar para dentro e permitirmos que nossa voz interior nos guie, as portas da percepção se abrirão. Você perceberá, com clareza, que não há nada fora de você a ser alcançado. O mestre, o caminho e a verdade já habitam o seu interior. Cristo, Buda, o Guru - são nomes simbólicos de uma mesma centelha que vive em todos nós.
Aos poucos, o que é falso cairá. As máscaras, os medos, os apegos... tudo que não é essencial será deixado para trás. Não porque alguém mandou, mas porque não fará mais sentido.
É quando nada mais resta para proteger, esconder ou defender - que a Verdade se revela.
Como dizia Francisco de Assis:
"É morrendo que se vive para a Vida Eterna."
Não se trata de morrer fisicamente, mas de deixar morrer aquilo que é ilusório, para que o que é verdadeiro possa enfim viver.









Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conhe�a meu artigos: Terapeuta Hol�stico, Palestrante, Psicap�metra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsapp (s� para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |