A limpeza necessária em nosso ser




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/13/2025 10:46:20 AM
Hércules (ou Héracles, no grego) estava cumprindo a famosa lista dos Doze Trabalhos, uma série de tarefas aparentemente impossíveis impostas pelo rei Euristeu.
Esses trabalhos eram uma forma de expiação: Hércules havia sido levado à loucura por Hera e cometido um crime trágico contra a própria família. Para se purificar, aceitou servir a Euristeu por doze anos.
No quinto trabalho, Euristeu ordenou a Hércules que limpasse os estábulos do rei Áugias, da Élida.
Áugias era filho do deus Hélio (o Sol) e possuía um imenso rebanho de bois e cavalos sagrados. Esses animais eram a base da riqueza de seu reino.
O problema?
Os estábulos não eram limpos há trinta anos.
A quantidade de esterco acumulada era tão absurda que se tornara símbolo de imundície e abandono.
Euristeu escolheu esse trabalho por dois motivos:
-
Queria humilhar Hércules, fazendo-o realizar uma tarefa servil e repugnante.
-
Achava impossível concluir em apenas um dia.
Propôs um acordo:
- "Se eu limpar todos os estábulos em um só dia, você me dará a décima parte do seu rebanho."
Áugias, rindo da ousadia, aceitou, pois considerava a tarefa inviável.
Hércules percebeu que tentar retirar a sujeira manualmente seria inútil.
Então, examinou o terreno e teve uma ideia:
- Desviou o curso de dois grandes rios da região, o Alfeu e o Peneu.
- Abriu canais para que as águas atravessassem os estábulos, carregando toda a imundície embora.
- Em poucas horas, a sujeira acumulada por três décadas foi embora, deixando os estábulos limpos como novos.
Assim como aqueles currais, nós também guardamos dentro de nós lembranças, impressões e emoções que se acumulam ao longo dos anos. Algumas são boas, mas muitas carregam peso, mágoa e ressentimento. Quando não são trabalhadas, transformam-se em camadas de sujeira psíquica que nos impedem de sentir leveza e clareza.
Hércules poderia ter tentado limpar tudo à força, mas isso levaria uma eternidade. E é assim também conosco: lutar apenas contra os sintomas, sem mudar a causa, é como varrer a poeira de um deserto.
O segredo de Hércules foi mudar o fluxo dos rios - e aqui está a chave do ensinamento.
O rio simboliza o comportamento humano. Ele corre sempre pelo mesmo leito, repetindo o mesmo trajeto, assim como nós, que muitas vezes repetimos padrões de pensamento, reação e ação.
Mudar o curso do rio é mudar a nossa rota interna: rever crenças, abandonar hábitos nocivos, escolher respostas diferentes para situações antigas. É permitir que a vida corra por dentro de nós de outra maneira.
Quando mudamos a direção das nossas ações, a limpeza acontece mais rápido do que imaginamos. Porque não é o esforço de empurrar sujeira que transforma, e sim a força renovadora de um novo fluxo.
Se o ódio, a revolta e o ressentimento são o esterco que intoxica a mente e o coração, a compaixão, a compreensão e o amor são as águas vivas que lavam tudo o que está pesado.
E, assim como nos estábulos de Áugias, não é preciso limpar tudo sozinho.
Basta criar o caminho certo para que as águas entrem - e o resto, a própria vida se encarrega de levar embora.
Autor Paulo Tavarez Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsapp (para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |





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