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A morte... é morta!

Atualizado dia 10/24/2006 9:50:44 PM em Autoconhecimento
por Luciano Américo


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Viva a vida - falando de morte!

Morte! A pronúncia do teu nome causa peculiar sensação íntima. Tua lembrança evoca estranhas emanações no âmbito incontrolável da imaginação. Teu rosto... que rosto? Afora visões subjetivas de expressão pictórica ou emocional quem já te viu de verdade?

A quem tu levaste não pode nada contar. Morreu... foi... já era. Entrou para a comunidade dos desexistidos... findos... passados... para onde? Onde está a via ou a ponte? Já se imaginou muitas vezes um lago de breu em noite eterna, onde o do aquém recém-chegado é, com toda a fria, tétrica, lúgubre solicitude, acolhido pelo espectro condutor de singular balsa que o conduzirá, em mortal silêncio, para um país de que até hoje ninguém sabe dizer palavra.

Quem pode falar, com conhecimento, da morte? Quem pode dar uma indicação ainda que insegura da sua morada?

Oh, querido leitor, não leve em conta o vulto jocosamente sinistro da vulgar caveira vestida de capa e capuz, empunhando numa mão ameaçadora, o alfanje. Esta figura folclórica cabe bem em contos negros da carochinha. Assim é a tentativa de se materializar na mente altamente sugestionável e sugestiva algo que não se compreende nem se percebe no campo dos sentidos mesmo supramateriais. Os “encontros com a morte” são idéias apenas alegóricas sobre uma entidade incompreensível e de efeito desconcertante no intelecto e na alma de quem a ela alude ou testemunha um fato que choca e então, diz que viu a morte.

Qual é o teu segredo e profundo mistério, ó morte? Por que atormentas tanto o coração e a mente dos homens, visitados diuturnamente por uma presença que estranhamente sentem sem poderem ter uma concepção precisa sobre o que és, do que és feita, de onde provéns... e qual é a tua missão, o que significas. És autônoma, ages ao bel prazer dos teus caprichos ou obedeces a alguma diretriz? E tu, vives, morte? Estranha abstração do espírito humano, que dá vida a uma entidade sabe-se lá da sua imaginação e a denomina... morte! A existência e seu contrário na mesma pessoa. Sem dizer que se faz também da morte uma existência... É muito mistério para quem não se dá por capaz de sair desse círculo ou escapar do labirinto.

Não é o ser humano igualmente, na mais das vezes, uma dualidade? Vive a vida ou morre-a lutando contra todos o seus antagonismos. Por que têm que existir – e coexistir – a calma e a ansiedade, a tranqüilidade e a aflição, a euforia e a depressão, alegria derrubada pela tristeza, liberdade subjugada pela opressão, o amor vencido pelo ódio, o desprendimento de dar contido pela avareza em reter, a vontade contra a indolência, a transparência opacificada pela falsidade, a coragem evitando a fuga, a vida lutando contra... e... à espera da... morte?

Como podes ser viva se teu nome é morte? Por que nunca provaram tua existência de fato, visível e palpável se andas a rondar o coração humano como uma presença permanente, angustiante? Há algo de muito interessante nesse mistério. Sentir a presença de alguma coisa que nunca se viu em pessoa. Nem ao vivo e muito menos em cores. Ademais, falar em cores em se tratando de treva dá espaço para um pouquinho de risadas, hein? Pelo menos um riso nervoso conseguiu-se até aqui.

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morte e paz e morte e luz e morte e vida e morte e riso e morte e vôo e morte e
fé e morte e nimbo...

==<>==

Amigo leitor, querida amiga, não sei que efeito pode ter lhe causado este texto; estranheza, reflexão, tédio, riso? Foi uma perda de tempo?

Fazer o amigo(a) leitor(a) perder seu tempo não foi jamais a intenção deste lúgubre dissertador.

Entretanto, atente para o seguinte ponto:

Não perdemos de fato nosso tempo... comprazendo-nos hipocondriacamente com o que nos deixa em baixa vibração, com a cabeça – e a consciência – pesada, sentindo dores e sentindo-se doente, quando podemos chutar tudo isso em um balde só e viver e rir, viver e sonhar, viver e criar, viver e amar, viver e só viver?

Vida! Tu, sim é que existes, e vivo por ti e graças a ti ou estaria aqui escrevendo ainda que a respeito de morte? Se o universo inteiro transborda de vida, se quem tudo fez é a própria vida, onde haverá espaço para essa coisa esquisita e absurda que todos nós inventamos por falta de maior compreensão e chamamos de cessação da vida? Isso tudo é o efeito da ilusão em que nos coloca a dualidade do mundo em que estagiamos. Só em nosso pensamento existe o contrário, o dual. Podemos pensar sensatamente se o quisermos e descobrir a inevitável unicidade. Após a consciência disso, podemos perguntar: aonde foi parar a separatividade, o ir e vir, o lá e cá, o benvindo e o adeus, a diferença, o julgamento, tudo isso que agitava violentamente dentro de mim? E também com o apóstolo dos gentios: “Onde estás tu, ó morte? O que é do teu aguilhão?”

Se a vida exubera por todos os lados e por todos os poros por que é que perdemos valioso tempo questionando e duvidando quando só é válido o desprendimento de tudo e entregar-se de todo à vida?

Não mais medo – muito menos da morte – nem desconfianças, e sim coração aberto para receber a graça da vida e agradecer jorrando do mesmo coração toda a inesgotabilidade da vida e amor em nós porque ininterruptamente somos dele abastecidos – e, no mais das vezes, ignoramos.

Não digo mais porque é sua vez, amigo leitor, de dar sequência e continuidade ao jorro incessante de vida que transborda de você e não acaba nunca.

Texto revisado por Cris

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