A Sabedoria da Mudança: Entregar, Confiar, Aceitar e Agradecer
Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/20/2025 11:37:58 AM
Quanto mais duro, resistente, conservador e inflexível alguém for, maior será o seu sofrimento. O Universo, em sua infinita sabedoria, agirá com a intensidade necessária para provocar transformação. A vida exige movimento; tudo evolui. Estagnar é sofrer. O fluxo da existência continuará a se desenrolar, com ou sem a cooperação do indivíduo. Como brincou o poeta Mário Quintana, "é preciso desenrolar toda a corda para que o mundo permaneça imóvel como um pião". Ou seja, mesmo na aparente imobilidade, tudo gira - tudo muda.
Resistir à mudança é como nadar contra a correnteza de um rio caudaloso. Tal esforço só trará dor e exaustão. Agir como uma criança birrenta, que se recusa a aceitar os limites da realidade, também não resolverá. O Universo não muda suas Leis para satisfazer expectativas imaturas.
Deus não é um gênio da lâmpada, pronto a atender caprichos pessoais. O Cosmos tem uma ordem própria, inegociável. Quem se joga do vigésimo andar não escapará da queda, não importa sua fé, classe social, cor, orientação sexual ou religião. A Lei é impessoal. Enquanto estiver em queda, não adianta rezar - melhor é não pular. O caminho mais sábio é ajustar-se ao ritmo da vida.
Apegos a tradições, doutrinas ou valores herdados de tempos em que o medo ditava comportamentos só servem hoje como âncoras, prendendo o ser ao fundo de um mar que exige navegação. Muitos vivem no presente com os pés cravados no passado. Os mais conservadores dificilmente aceitarão atitudes como rendição, aceitação, entrega ou gratidão. Acreditam, equivocadamente, que estão no controle - mas a vida sempre lhes mostrará o contrário.
Para esses, seguir normas rígidas, cartilhas morais e modelos herdados é a única forma que encontram para se sentirem seguros. Mal percebem que o destino os provocará, cedo ou tarde, justamente para romper essa bolha ilusória. O sofrimento virá - e será o agente de despertar.
Teimosia, intransigência e rigidez mental são vícios enraizados no medo da mudança. Mas o Universo não tolera estagnação. A cobra precisa trocar de pele para crescer. O pássaro quebra o ovo para conhecer um mundo maior. A própria natureza ensina: como canta Lulu Santos, "tudo muda o tempo todo no mundo".
A imagem da Fênix - a ave mitológica que renasce das próprias cinzas - não surgiu por acaso nas civilizações antigas. Esses mitos são arquétipos, lições espirituais codificadas para despertar a alma humana. São metáforas do processo de transformação interna que todos estamos convidados a atravessar.
O próprio Jesus, que de conservador nada teve, enfrentou o peso das tradições mosaicas para anunciar a Boa Nova. Ele nos ensinou que é preciso nascer de novo. Ora, para que o novo eu possa emergir, o velho eu precisa morrer. Apegar-se ao passado, resistir às mudanças, é negar a evolução da alma.
Não há o que temer. Pelo contrário, a mudança é o veículo da graça. Confiança é o antídoto do controle. A verdade é simples: este mundo jamais esteve sob nosso controle. Aqueles que ainda acreditam nisso são, no mínimo, presunçosos - no máximo, ignorantes da ordem maior que rege a vida.
O verdadeiro mantra da integração cósmica resume-se em quatro palavras sagradas: entrego, confio, aceito e agradeço. Nelas está contida a sabedoria de quem se alinha ao fluxo do Universo.
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