A sabedoria de viver entre mundos




Autor Gi Garcia
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/19/2025 10:12:44 AM
Há pessoas que caminham por entre mundos. Que vivem atravessando fronteiras invisíveis - culturais, emocionais, espirituais ou identitárias. Não pertencem por completo a nenhum lugar, mas também não estão perdidas. Apenas vivem em movimento.
Este texto é um convite ao acolhimento dessas experiências, que muitas vezes não cabem em palavras simples, mas carregam profundidade e sabedoria únicas.
Nem todo mundo tem um lugar fixo no mundo. Há quem viva entre margens, entre nomes, entre rótulos. E, ao contrário do que parece, não é sempre por escolha. Às vezes, simplesmente acontece: a vida te coloca numa encruzilhada, e dali em diante, você aprende a viver no intervalo entre o que esperam de você e o que você realmente é.
Viver entre mundos é não se encaixar totalmente em nenhuma categoria. É ter que se explicar, se traduzir, se justificar. É ouvir: "Mas você é de onde?", "Você é isso ou aquilo?", "Você se considera o quê?" - e perceber que nenhuma resposta dá conta da complexidade que você carrega.
É assim com quem migrou, com quem é descendente, com quem foi adotado, com quem passou por transformações espirituais profundas, com quem não se identifica com o gênero de nascimento, com quem ama de forma não-normativa, com quem carrega traumas que ninguém enxerga. É assim com quem sente que sempre teve que ocupar espaços que não foram feitos para si.
E, no entanto, há algo de muito poderoso nesse viver entre mundos.
Quem transita entre territórios - internos e externos - desenvolve uma escuta rara. Aprende a existir sem precisar caber. Aprende a ser raiz sem solo, linguagem sem dicionário. Aprende a ocupar o próprio corpo, mesmo quando ele ainda parece estrangeiro.
A sociedade ainda tem muita dificuldade de lidar com o que é híbrido, com o que escapa da classificação. Por isso, quem vive entre mundos costuma carregar também o peso do julgamento, da invisibilidade, da solidão. Mas também carrega algo que poucos têm: a chance de criar uma identidade própria, viva, em constante construção - uma identidade que não precisa se enquadrar, mas sim florescer do jeito que é.
Nem sempre será leve. Nem sempre será compreendido. Mas existe beleza em não pertencer - porque nesse não-pertencimento, mora a liberdade. E liberdade, quando cultivada com amor e consciência, se transforma em sabedoria.
Se você se sente entre mundos, saiba: você não está só.
Você é parte de uma nova forma de estar no mundo.
Você é ponte, travessia, paisagem.
Você é o próprio caminho que se abre.









Conteúdo desenvolvido pelo Autor Gi Garcia Criadora do SerenaVita Terapias, um espaço digital onde a psicoterapia, o tarot, o yoga e a radiestesia dançam com a escuta, o silêncio, o acolhimento e o sentir. Caminha ao lado de quem deseja florir por dentro, soltar pesos antigos e reencontrar a alma no passo mais leve de cada recomeço. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |