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A TERCEIRA INTELIGÊNCIA

Atualizado dia 5/9/2006 4:41:01 PM em Autoconhecimento
por Irene Carmo Pimenta


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O conceito de inteligência tem evoluído de forma acelerada. No início do século passado começou a ser difundida a idéia de um Quociente de Inteligência ou QI, que é uma espécie de organização neural que permite ao homem pensar de forma lógica e racional. A expressão se popularizou quando foram desenvolvidos testes psicológicos chamados “testes de inteligência” para adultos. O primeiro a desenvolver esse tipo de teste foi o psicólogo francês Alfred Binet (1905). Esses testes eram utilizados, principalmente, em processos de seleção de candidatos a empregos.

Posteriormente foram surgindo outras linhas de pesquisas contestando os testes de inteligência. Elas se baseavam na premissa de que os testes de QI mediam apenas as qualidades lógicas e lingüísticas, desconsiderando outras aptidões humanas. No âmbito profissional constatou-se de maneira prática que nem sempre os “mais bem dotados” intelectualmente eram os mais competentes para exercer determinadas funções. Na década de 80, o psicólogo e pesquisador norte-americano Howard Gardner propôs uma visão pluralista da mente, ampliando o conceito de inteligência única para o conceito de inteligências múltiplas. Uma inteligência dividida em diferentes competências que interagem.

Em 1995, a partir do trabalho do psicólogo Daniel Goleman, surgiu o conceito de Inteligência Emocional ou Quociente Emocional(QE). Segundo Goleman, é o Quociente Emocional que capacita o ser humano a reconhecer os seus sentimentos, a lidar com suas emoções, adequando-as às situações e colocando-as a serviço de um objetivo. Reconhecendo as próprias emoções o ser humano passa, conseqüentemente, a reconhecer as emoções do outro, criando inter-relações mais saudáveis. Sem desenvolver o QE não há como exercer o QI.

“A inteligência emocional é simplesmente o uso inteligente das emoções, isto é, fazer intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira a aperfeiçoar seus resultados”.
GOLEMAN, Daniel, "Emotional Intelligence", Nova Iorque, Bantan Books, 1995

Como resultado de bilhões de anos de evolução, nossas emoções são potencialmente um sofisticado sistema interno de orientação, uma fonte valiosa de informações que nos ajudam na tomada de decisões. Um Quociente Emocional desenvolvido é de suma importância para o bom êxito profissional. O QE nos dá capacidade de adaptação, e é através dele que o Quociente Intelectual se expressa. O conceito de Inteligência Emocional revolucionou a forma de percepção da capacidade das pessoas para o trabalho.

Em meados do ano 2000, a física e filósofa norte-americana Danah Zohar, em parceria com o psiquiatra Ian Marshal, publicou o livro “QS – Inteligência Espiritual”. O livro fez emergir um novo conceito de inteligência: o “spiritual quocient” ou Quociente Espiritual (QS). Segundo os autores, o QS é a base necessária para que as outras Inteligências (QI e QE) operem de modo eficiente. A Inteligência Espiritual tem um poder de transformação que a diferencia das outras Inteligências, indo além da capacidade intelectual e emocional do indivíduo.

“É uma terceira inteligência que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. Usamos o QS para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.”
Dra. Danah Zohar, em entrevista à jornalista Susana Naiditch, Revista Exame, 2001

O trabalho da Dra. Zohar tem sustentação em pesquisas científicas, feitas ao longo da última década, nas áreas de neurologia, neuropsicologia e neurolingüística. Nos anos 90, o neuropsicólogo Michael Persinger e o neurologista Vilanu Ramachandran, identificaram no cérebro humano (entre conexões neurais nos lobos temporais) um ponto que aciona a necessidade humana na busca do “sentido da vida”. O ponto foi denominado “O Ponto de Deus”. Através de escaneamentos feitos com topografia de emissão de pósitrons (antipartículas do elétron), os cientistas mostraram que a área se iluminava toda vez que os pacientes discutiam temas espirituais. Segundo a Dra. Zohar, “o Ponto de Deus mostra que o cérebro evoluiu para fazer perguntas existenciais, para buscar sentidos e valores mais amplos”.

O livro da Dra. Zohar causou um grande impacto no mundo corporativo que, segundo a própria Zohar, “passa por uma crise de sustentabilidade”. O modelo adotado pelo mundo dos negócios, baseado no lucro imediato, gerou uma cultura corporativa desconectada de valores mais profundos. O impacto negativo desse modelo reflete-se tanto na devastação ambiental, resultante de uma exploração predatória dos recursos naturais do planeta, quanto em desequilíbrios físicos e psicológicos nos indivíduos que trabalham ou que de alguma maneira são afetados por este modelo. “Há uma profunda relação entre a crise da sociedade moderna e o baixo desenvolvimento da nossa inteligência espiritual”. Dra. Danah Zohar, em entrevista à jornalista Susana Naiditch, Revista Exame, 2001

A crise à qual se refere Zohar é uma “crise de significados”. Uma crise espiritual que tem origem na falta de um sentido de vida baseado em valores e objetivos mais elevados. A Inteligência Espiritual não tem a ver com religião. É a inteligência que nos direciona em momentos de impasse, quando nos deparamos presos nas armadilhas dos nossos velhos padrões comportamentais, quando enfrentamos problemas com doenças físicas ou sofrimentos emocionais. É o Quociente Espiritual que nos mostra que temos problemas existenciais e nos fornece pistas de como solucioná-los. Desenvolver as qualidades do Quociente Espiritual é mudar a nossa orientação em termos de valores. Autoconsciência, aceitar a diversidade, crença no que se faz, capacidade em lidar com as adversidades, espontaneidade, capacidade de ir além dos interesses pessoais, procurando um sentido maior para as suas atitudes, questionar-se, visão holística, auto-controle e compartilhamento, são características de pessoas emocionalmente inteligentes. Entretanto, não deixam de ser competências necessárias no mundo empresarial. Da pequena e média empresa às grandes corporações.

Quando as empresas investem em trabalhos que busquem elevar o Quociente Espiritual dos seus funcionários, além de formar lideranças espiritualmente inteligentes, contribuem para uma mudança de paradigma, onde o conceito de lucro não se sustenta apenas em valores materiais, mas também em valores sociais e espirituais.

Em termos individuais Inteligência Espiritual é ir além dos questionamentos existenciais. É ir do aprender para o compreender, transformando conhecimento em sabedoria. É desenvolver o “sentido de pertencer”, ampliando a percepção de que toda a vida no planeta existe dentro de um grande círculo de relações, a grande teia da vida. Ter consciência disso é a forma mais elevada de espiritualidade.

Texto revisado por Cris

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